O Príncipe Proibido

Capítulo 1

Duas semanas depois eu estava me preparando para partir. Meus pertences foram embalados em grandes baús de madeira desenhados. A carruagem me esperava para partir.

Eu estava pronta.

Meu irmão se encontrava junto a mim na entrada da casa. Meu pai já havia se despedido mais cedo. Estava com um olhar triste e cansado, talvez um pouco culpado, por isso entendi quando escolheu não me ver partir.

- Sentirei saudades - Disse Michael.

- Tenho certeza disso - Brinquei, mas logo meu sorriso assumiu uma expressão triste.

- Ei - Ele tocou minha bochecha, como se secasse lágrimas imaginárias. - Sabe que não precisa ir se não quiser.

- Eu sei - Dei um sorriso fraco. - Mas sei que estou fazendo a coisa certa. Me sentiria pior se ficasse.

- Tenho muito orgulho de você - Ele sorriu, e me abraçou.

- Também sentirei saudades.

Assim, subi na carruagem com a ajuda do meu irmão. Estava pronta para esse novo desafio. Pelo menos, esperava que estivesse.

A carruagem começou a se mover, e da janela acenei para meu irmão, que acenou de volta. Me doía ter que me despedir. Michael sempre esteve comigo em todos os momentos, ele fará muita falta.

Me acomodei no estofado, e observei a paisagem se movendo do lado de fora. Sentirei falta de tudo isso.
Minha vida irá mudar para sempre. Só espero que mude para melhor, ou se não, ao menos me traga algo de bom.

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Devo ter adormecido, pois quando me inclinei para observar fora da janela da carruagem, foi possível ver os arredores do castelo. Era uma construção alta e magnífica, feita de pedras. O tamanho era hipnotizante.

A carruagem seguiu por um caminho de pedras cor de caramelo que se estendia do portão à porta de entrada. Ao redor havia um glorioso jardim , cercado pelas mais belas e variadas flores, e com um gramado tão verde que não parecia real. O ar foi tomado por uma suave brisa, trazendo com ela um maravilhoso perfume.

A carruagem parou e a porta foi aberta.

- Chegamos, Senhorita St.Clair - Disse o cocheiro, que estendeu a mão e me ajudou a descer.

- Obrigada! - Dou um sorriso, agradecida.

Me encontro próxima aos primeiros degraus da grande escadaria que leva à entrada, e dali, o castelo parece ainda maior.

Fico parada ali, decidindo o que farei em seguida. Imaginei que haveria alguém a minha espera para me dar as orientações, mas não havia ninguém.

Aguardo mais um pouco, na esperança de alguém aparecer, e quando estava prestes a subir os degraus, a grande porta se abre e uma mulher de meia idade, de expressão dura, com cabelos castanho-escuros presos em um coque perfeito aparece.

- Você deve ser a Senhorita St.Clair. Perdoe-me por deixá-la esperando. Faz muito tempo que chegou?

- Não, eu...- Sou interrompida.

- Ótimo. Vamos entrar.

O lado de dentro parecia ainda mais radiante que o lado de fora. A porta dava para um lindo salão de entrada, com chão de mármore branco. Pesadas cortinas de veludo vermelho cobriam as janelas e no teto, havia um enorme lustre de cristal. Uma grande escada levava ao segundo andar.

A mulher me levou a uma sala, com altas janelas, por onde entrava a luz do sol, deixando o ambiente com uma agradável iluminação. Me indicou uma poltrona para que me sentasse, e se sentou em outra, localizada em frente a minha.

- Imagino que saiba suas funções aqui, estou correta? - Ela perguntou, friamente.

- Sim, mas...poderia ser um pouco mais específica? - Pergunto. - Por favor.

Ela me lança um olhar impaciente.

- Você será a nova dama de companhia da Princesa Esme. Será sua assistente pessoal. Irá auxiliá-la com qualquer coisa que lhe for pedido. Deve acompanhá-la em todos os momentos.Terá tarefas específicas, de acordo com o desejo de sua Alteza. Isso é o que deve saber, está claro?

- Sim, Senhora.

- Ótimo. -Diz, se levantando, o que me faz levantar também. - Imagino que deve estar indisposta. Não vou estender sua companhia. Vou levá-la a seus aposentos. Irá começar amanhã. Terá o restante do dia para descansar e se adaptar. Alguma pergunta?

- Não, obrigada!

- Ótimo. Siga-me!

Ela me levou para fora da sala e retornamos ao salão de entrada. Subimos a grande escada e caminhamos por um corredor e subimos outra grande escada.

- Os dormitórios reais ficam no terceiro andar na ala leste. O seu fica na ala oeste. Precisa ficar próxima a princesa, caso precise ser chamada com urgência.

Balanço a cabeça.

- Por aqui.

Ela abre uma porta, faz um sinal para que eu entre. O quarto é magnífico. As grandes janelas possibilitam uma ótima iluminação. A vista dá para o jardim dos fundos, que é tão bonito quanto o da entrada.

- Alguma pergunta?

- Não, obrigada - Digo.

Ela sai, me deixando sozinha. Notei que minhas coisas já haviam sido trazidas para cá. Vou até a porta e a fecho. Me jogo na cama incrivelmente macia, e fecho os olhos. Estava tão cansada que logo adormeço.
Amanhã será um novo dia.

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