Capitulo 7

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Ainda me sentia insegura quando vesti meu roupão e passei pela porta do quarto. Anteriormente, havia decidido que não iria à estufa naquela noite. Tinha vestido minha camisola, e me deitado, decidida.

Mas, enquanto dormia, tive um sonho. Nele, Anthony me esperava na varanda da estufa. Impaciente. E vi, pela expressão em seu rosto, que ficou transtornado quando concluiu que eu não iria.

Quando acordei, me levantei rapidamente. De alguma forma, meus pensamentos haviam mudado, junto com minha decisão de ficar em meus aposentos naquela noite. Sentia que precisava ir. E aqui estava eu agora. Me esgueirando pela escuridão da noite, a caminho de um encontro que não sei se deveria mesmo ir

Já no corredor, parei, observando ao redor. Estava silencioso, escuro e vazio. Me perguntei se estava atrasada. Aliás, havia adormecido por muito tempo, talvez Anthony já tivesse se cansado de me esperar e retornara para seus aposentos.

Me direcionei para a parte descuidada e antiga do castelo, onde se encontrava a escada em caracol que dava para a porta da estufa.

O restante do castelo também estava silencioso. Supus que era o momento certo. O castelo havia adormecido, enfim.

Passei pelos últimos degraus e caminhei até à grande porta de vidro. Bati. Não houve resposta. Girei a maçaneta e a porta se abriu diante de mim.

O ar abafado e pesado, com odor de coisa antiga, foi logo substituído por aquele maravilhoso aroma de flores.

- Anthony - Sussurrei, caminhando por entre as mais diversas espécies de plantas. - Anthony!

A porta da varanda estava aberta, e ao me aproximar pude distinguir uma silhueta familiar, encostada em um canto, observando os arredores do castelo. Era alto e forte. Meu coração batia rápido no meu peito.

Deve ter ouvido meus passos. Ou as batidas frenéticas do meu coração. Prefiro acreditar na primeira opção. Quando me aproximei ainda mais, ele se virou e meu coração parou. Ele me observou, e mesmo na escuridão da noite, podia jurar que seus olhos brilharam. Ou talvez eu só tivesse desejado isso.

- Você veio! - Ele disse, e abriu um sorriso.

- Sim - Falei, retribuindo o sorriso.

Ele encarou discretamente minhas vestes. Apesar de estar com um roupão sobre a camisola, aquelas não eram vestimentas apropriadas para aquela situação. Corei.

- Me desculpe. Saí apressada e não me troquei - Ri constrangida, com a mão sobre a testa. - Estou envergonhada. Perdoe -me. Deveria ter me...

- Não se desculpe. Por favor - Ele mordeu os lábios e deu um sorriso. - Não se preocupe, está muito decente. Este roupão é tão bonito que poderia usá-lo em qualquer evento social. Confie em mim.

Era um roupão comprido de seda azul. O meu favorito.

- Obrigada- Sorri, agradecida.

- Creio que eu não esteja muito apresentável. Me desculpe - Ele riu e passou as mãos pelos cabelos envergonhado. Sempre adorava quando fazia aquilo.

Ele estava vestindo calças escuras e botas, usava uma camisa branca de mangas compridas, um pouco aberta, exibindo um pouco de sua pele bronzeada, e seu cabelo estava encantadoramente bagunçado.

- Está um charme - Sem pensar, me ouvi dizendo. Corei de novo. - Quer dizer...está bastante apresentável.

Ele me encarava com um sorriso divertido nos lábios.

- Obrigado, senhorita. Fico bastante feliz - Ele riu.

Me juntei a ele na varanda e me pus a observar o céu. Estava lindo. Com diversos pontinhos brilhantes, e a lua no alto exibia uma luz serena, nos exibindo levemente.

O Príncipe ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora