Éramos pecadores perdidos na própria escuridão e desordem; aqueles do pior tipo, viciados e desesperados em nossos jogos insolentes e profanos.
Porque ele não se importava com regras, tradições ou doutrinas. Se não pudesse criar os seus próprios do...
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— ANGEL, ISSO FOI MUITO PERIGOSO.
— Tem certeza que está bem? — Charlie perguntou, pela quarta vez — Você deveria denunciar. Eu não sei como ninguém fez isso antes.
— Eu sei, mas já passou. — tentei me acalmar, respirando conforme Mia pedia — Ele estava totalmente drogado, estava um pouco escuro e eu provavelmente não o reconheceria, se o visse novamente.
— Mas, nossa, que bom que teve um cara que te ajudou. — Charlie disse e eu fiz uma careta, ainda me sentindo meio rancorosa por aquele cara ter me mandado tomar cuidado com o que eu dizia.
— E se o sangue do seu machucado aberto voltar a escorrer? E se você sentir muita dor? E se você morrer?! — Mia perguntava, desesperada.
— Mirella, dá um tempo para ela. — Charlotte pediu e Mia revirou os olhos.
— Ainda acho que devemos ir para o hospital. — pediu.
— Não! Está tudo bem. Amanhã vou à farmácia. Não está doendo tanto. — avaliei o machucado.
— Você pode nos ligar se precisar de qualquer coisinha, tudo bem? — Charlie disse e eu assenti, agradecida.
— Amanhã eu te levo à farmácia, então. — Mia exigiu e eu bufei, aceitando de uma vez; ela sorriu.
Saí do carro dela e entrei em casa. Virei para trás, apenas para dar o último aceno de despedida e elas finalmente foram embora. Acendi a luz e me deparei com o meu pai dormindo todo torto no sofá. Desliguei a televisão e fui até o armário do corredor, no qual tinha alguns cobertores e travesseiros. Ajeitei-o lá com cuidado.
Coloquei gelo no meu machucado. Infelizmente, minha pele era extremamente sensível, o que ocasionou um belo estrago em meu punho. Depois de um tempo ali, respirei fundo e caminhei até a escada. Subi de volta ao meu quarto, o lugar no qual eu não deveria ter sequer saído.
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