"Quando você fala, parece um filme,
e você está me deixando louca...
Porque a vida imita a arte. Ninguém
vai levar a minha alma embora"
— GODS & MONTERS —
LANA DEL REY
EU GOSTAVA DE CAMINHAR.
A ideia de ter um tempo sozinha para eu pensar me deixava aliviada. Muitas vezes, eu não conseguia me concentrar o suficiente e sentia que eu precisava sair para organizar meus pensamentos em linhas lógicas e racionais.
Eu não era muito de acordar cedo, mas eu gostava de planejar. Portanto, decidi sair da minha zona de conforto para traçar um planejamento do que eu faria da minha vida agora que estava de volta. Precisava decidir como agiria, o que eu faria com o meu pai, como lidaria com um irmão desaparecido e uma mãe morta.
Tia Margot tentava me animar todas as noites, mas eu sentia que estava me fechando cada vez mais. Ela também percebia, mas era educada demais para me repreender. Tia Margot respeitava meu espaço e era por isso que eu a admirava e amava demais. Sua compreensão era uma dádiva divina.
Eu estava um caco, ainda despedaçada. Sentia-me diferente. Eu não parecia a garota extrovertida que costumava ser; estava em uma desordem desesperadora. Eu sentia-me longe de mim mesma e eu estava quase me perdendo; afundando-me em minha própria escuridão.
Coloquei meu fone de ouvido e saí de casa, pronta para caminhar e tentar não surtar. Era por volta das sete da manhã e estava um pouco frio. A rua na qual eu morava não era muito movimentada; era ampla e cheia de várias árvores, ao passo que as folhas caíam, revelando a beleza do outono da pequena vila de Golden Lake.
Eu sabia, todavia, que deveria ir com calma e não cobrar tanto de mim mesma. Eu estava de volta fazia apenas três dias e não poderia exigir de mim coisas que simplesmente não controlo, coisas que, infelizmente, não estão sob o eu alcance. Eu só queria que tudo fosse diferente.
Eu me imaginava pensando em como minha vida seria se meu pai não tivesse feito o que fez. Minha mãe estaria viva. Nick seria muito diferente. Eu seria diferente. Nenhum de nós estaria perdido e afogado nas nossas profundezas individuais.
Eu seria feliz.
Em meio aos meus devaneios, decidi parar no Pink J Café e tomar algum chá para me acalmar. Eu precisava parar de pensar tanto, se eu quisesse manter minha sanidade intacta. Ao passar pelo vidro, no entanto, vi uma silhueta que não me agradou nem um pouco. Sentado em uma mesa, mexendo em um notebook, estava Stone, o cara estúpido que eu havia conhecido na festa/cinema.
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𝘽𝘼𝘿 𝘼𝙉𝙂𝙀𝙇𝙎
RomanceÉramos pecadores perdidos na própria escuridão e desordem; aqueles do pior tipo, viciados e desesperados em nossos jogos insolentes e profanos. Porque ele não se importava com regras, tradições ou doutrinas. Se não pudesse criar os seus próprios do...