CAPÍTULO 02

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Estou entrando na escola quando vejo Romeo Hunter e Vicky Pucket no corredor. Vicky parece estar irritada, na verdade, é explícito por ela estar articulando com as mãos como sempre faz quando está frustrada com alguma coisa. Romeo esta usando uma jaqueta preta estampada com uma roseira em seu braço; um chapéu preto; uma calça preta apertada e desfiada na panturrilha e um coturno de couro lindíssimo. Ele tem cabelo crespo e preto, a pele retinta e é um pouquinho mais baixo que eu. Já Vicky está usando uniforme de educação física e um tênis Adidas clássico. Seu cabelo é curto, na altura de seu pescoço e ela tem um discreto piercing no nariz. Aos poucos me aproximo em direção deles.

— Olá ass holes, como vocês estão? — Finjo não ter percebido a exaltação de Vicky assim que pisei na escola.

— Adivinha? Vicky está tendo um ataque de surto e sendo desagradável, como sempre. — Ironiza Romeo.

— Não estou sendo desagradável. Se eu dei de presente para ela, ela tem que me devolver sim! — Agora Vicky parece mais exaltada do que antes.

— Deu o que, gente? Para quem? — pergunto tentando entender o que esta acontecendo.

— Terminei com a Olívia e…

— Terminou de novo, né. — interrompe Romeo debochando da fala, o que faz Vicky bufar.

— Terminamos e pedi os meus presentes de volta, é isso. — ela finaliza a fala e fico encarando-a fixamente por alguns segundos. Semicerro os olhos como reprovação. — Ah, qual é? Eu dei brincos lindos de gatinho para ela, tá!? O livro de 50 Tons de cinza que ela tanto queria e também uma blusinha linda com estampas da Torre Eiffel. Eu só pedi minhas coisas de volta.

— Você é a pessoa mais babaca que eu conheço, Vicky. — Romeo revira os olhos para ela.

— Eu não sou babaca, Romeo. Você que é um. — ela corrige sua postura e da um tapa leve no ombro dele.

— Eu posso até ser um babaca, mas eu admito que sou um. Não sou um babaca incubado como você. — ele cruza os braços.

Romeo e Vicky estão sempre se alfinetando. Às vezes eu me pergunto qual o pilar que sustenta essa amizade tão incrédula.

— Andy, você acha justo o que ela fez? — Romeo me encara com seus olhos negros e arqueia uma de suas sobrancelhas grossas — Seja sincero.

— Óbvio que não. — nesse momento também cruzo os braços, como se estivéssemos fazendo uma manifestação contra a atitude dela — Pucket, se você deu as coisas para ela agora é dela. Cabe a ela decidir se quer te devolver ou não. Você deu porque naquele momento significava algo importante para você, e além do mais, deu porque quis, então não tem o direito de tomar nada de volta. Não faz sentido.

— É óbvio que tenho, Andy. Ela não soube dar valor aos sentimentos que coloquei naqueles presentes, se tivesse não teria sido tão babaca como foi. — Romeo e eu nos olhamos ao mesmo tempo, desacreditados em todo drama que Vicky está causando. Ela é minha amiga e eu realmente gosto muito dela, mas ela consegue ser tão cabeça dura que às vezes me irrita. A mente dela funciona de uma maneira inexplicável. Para ela, se você não está com ela, instantaneamente está contra ela. Eu não vou lamber suas feridas todas às vezes, me recuso. Se ela estiver errada eu hei de lhe falar com toda sinceridade do mundo.

— Se você for dar algo para alguém esperando que a pessoa seja eternamente grata a você, é melhor que não dê nada. As coisas não funcionam assim, Vicky. — digo indignado, sustentando seu olhar confuso.

— Tudo bem, eu já entendi. — sua voz é serena e calma, como se tivesse se arrependido de algo — Eu não quero mais nada da Olívia de volta, tudo bem? Vocês me enchem a paciência! — ela passa uma mecha do cabelo para atrás da orelha enquanto procura olhar para o chão e fugir dos nossos olhares.

Prazer em Conhecê-loOnde histórias criam vida. Descubra agora