CAPÍTULO 03

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Hoje é sexta-feira e o último dia de aula da semana. Acabei me esquecendo do trote dedicado ao terceiro ano de hoje, é o primeiro do ano e o tema é fantasia. Se Olívia não tivesse me mandado mensagem assim que acordei perguntando o que eu iria vestir, eu acabaria vindo para a escola sem uma. Estou vestido de Ken, o namorado da Barbie. Vesti uma camisa azul petróleo por dentro de shorts de coloração azul-mar e um all-star branco. Penteei meu cabelo para cima e fixei-o com pomada modeladora, acho que eu deveria começar a usar meu cabelo assim.

Beatrice está com fantasia de leão, fez uma maquiagem de felino e fez com que seus cachos ficassem com mais volume; já Jessa está de militar, com o rabo de cavalo apertado e preso com o boné. Olívia se fantasiou de policial, com algemas e tudo. Blair não veio a escola hoje, pois acha esses eventos escolares uma grande besteira.

Quando o sinal do intervalo toca, todos os alunos de terceiro ano se concentram no pátio. A maioria está fantasiado como diabinhos e anjos. Os jogos de luzes brilhantes estão girando por todos os lados e tem um DJ. Sonho com os trotes desde o primeiro ano, e finalmente estou aqui, no meu primeiro.

O DJ coloca a música “Take It to My Heart”, e todos os estudantes se acabam de dançar. Subitamente, me vejo em uma espécie de câmara lenta, e vejo as meninas dançando com toda felicidade estampada em seus sorrisos. Amo poder compartilhar esse momento tão marcante da minha vida com elas, o ensino médio. De supetão, tudo parece ser normalizar, olho para um canto e vejo Vicky próxima à cantina da escola. Ela está fantasiada de marinheiro, com suspensório e chapéu. Aos poucos me aproximo dela.

— Você pegou o livro mesmo né? — ela morde o lábio inferior. Vicky está claramente nervosa, o que também acaba me deixando assim.

— Que diabos foi aquilo? — murmuro enquanto puxo ela para o canto do corredor para não atrapalhar o tráfego dos outros alunos — Você enlouqueceu? — a encaro tentando entender alguma coisa — Quando eu disse para não pegar as coisas de volta, não significava que você deveria jogar na lixeira da sala.

— Eu pensei que ela não fosse realmente entregar e… Foi só uma reação. — ela diz cabisbaixa.
Tento falar algo, brigar com ela e dizer o quão infeliz foi sua atitude, mas não me vem palavras na mente e apenas assinto.

— De qualquer forma, eu não posso te entregar o livro.

— Por quê não? — Sua cara de curiosidade é incomparável.

— Porque entreguei ele de volta para Olívia. — empurro levemente seu ombro.

— Se for assim, tudo bem. — seus ombros relaxam de vez. — Ela vai me entregar o resto das coisas hoje. Realmente acabou, agora é oficial.

— Você realmente vai aceitar os presentes de volta? — pergunto intrigado. Vicky é realmente uma pessoa muito instável. Ela muda de opinião muito rápido e tudo que ela disse a 1 minuto atrás pode não significar absolutamente mais nada daqui a 1 segundo.

— Você sabe que eu gosto de guardar as coisas que dou para minhas ex namoradas, não seria diferente dessa vez. — ela indaga, o que me faz perceber que todo aquele discurso de ontem será repetido.

— Enfim... — Interrompo ela — Não vamos mais entrar nesse assunto, Victória. — Ela não consegue esconder a sua cara de frustração.

— Andy, se ela me entregar tudo mesmo eu te deixo ficar com a blusa da Torre Eiffel. — diz me subornando pela aceitação. Sorrio estreitamente e dou uma leve cotovelada em seu braço, ela é tão imatura.

— Eu preciso ir agora, vejo você depois. — dou um forte abraço em Vicky e ela retribui. Seus cabelos curtos têm cheiro doce e eu adoro senti-lo.

Prazer em Conhecê-loOnde histórias criam vida. Descubra agora