Chapter XVII.

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Brooke's point of view.

Tentei manter o foco no ensaio, mas não estava nada fácil tendo Jason e Charles sentados bem em minha frente, lado a lado, me olhando. Em alguns momentos eles conversavam, mas não tinham nenhuma expressão facial que pudesse ser lida, então não sabia se estavam brigando ou conversando normalmente.

Feito um furacão, Deborah passou por mim correndo, indo em direção do vestiário feminino. Sem entender nada, mandei as meninas continuarem ensaiando e fui atrás dela. Quando entrei, a garota estava dentro de uma das cabines do banheiro, ajoelhada, vomitando todo o café da manhã.

— Deb? — Chamei preocupada, me aproximando da garota que pediu para que eu não me aproximasse, mas ignorei e fui até ela mesmo assim. — Desde quando que...? — Não precisei completar a fala, Deborah também não confirmou, nem negou, seu choro falava por si só.

— Brooke, eu... Eu quero morrer!

Ela então se sentou no chão e limpou a boca com o dorso da mão, começando a chorar copiosamente, de modo desesperador, então a puxei para o meu colo, me sentando ao seu lado.

— É do Pablo?

— S-sim...

Merda! E agora? Não podia contar a verdade pra ela agora.

— Você fez o teste ou algum exame?

— Teste de farmácia. — Disse entre soluços.

— Por que não me disse nada?

— Fiquei com medo.

— Do que?

— De você me julgar, de tudo. Eu me sinto tão envergonhada.

— Eu te julgar? Deborah, eu sou sua amiga, nunca te julgaria por isso. Estou aqui pra te ajudar, caramba!

— O que eu faço? — Ela então me soltou, procurando pelos meus olhos.

— Primeiro passo é contar pro Pablo.

— Não!

— Eu sei, também não sou a maior fã daquele traste, mas se ele é o pai, tem o direito de...

— Não, Brooke. Ele vai me odiar, meu Deus!

— Por que te odiaria? Você não fez sozinha!

— Não quero contar agora, eu preciso pensar.

— Deborah?

— Já disse, Brooke! — Reclamou, se levantando e indo até a pia para lavar o rosto.

Deborah saiu tão rápido daquele banheiro, que sequer deu tempo de impedi-la. Então eu me levantei também, dando descarga em toda aquela nojeira, mas meu estômago não era dos melhores, senti uma ânsia tremenda apenas de olhar aquilo, tendo que respirar fundo para não vomitar também.

— E aí Barbie, vai continuar com o treino ou já posso ir embora? Que enrolação, hoje você não fez nad... O que é isso? — Beatrice entrou no banheiro e começou a falar, me dando o desprazer da sua presença. Ao perceber o que eu fazia, ela cruzou os braços em frente ao peito e me olhou desconfiada. — Estava passando mal?

— Não que isso seja da sua conta, mas acho que comi algo estragado. — Menti, tentando desviar a atenção de Deborah, uma vez que se alguém desconfiasse dela, perceberia na hora.

— Algo estragado, é? — Ela riu com desdém, não acreditando na minha desculpa. — Isso me parece outra coisa.

— Não sou você.

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