Capítulo 01 - O Renascimento da Tormenta

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Abriu os olhos sem pestanejar e sentiu o ar tomar seus pulmões de forma ofegante, sentia o cheiro da vida misturado com o cheiro pútrefo da morte e de sua garganta seca e ardente saiu um grito de dor e horror tão sonoro que arrepiou a todos que estavam em volto de seu corpo.

Drogon voou por uma semana incansavelmente atendendo ao chamado pelo fogo. O animal não sabia ao certo o porquê estava levando o corpo de sua mãe para aquela terra distante ao leste, mas algo flamejante o guiava pelas sombras do anoitecer e pelos raios do sol do alvorecer para chegar ao local com o corpo sem vida de sua mãe.

Cada vez mais que se aproximava do local de destino, o calor intensificava e flamejava, o que indicava ao animal que ali era o local correto para deixar o corpo de sua mãe. O animal avistou a grandiosa construção de pedras, com um fogo queimando ao centro da construção em formato de coração flamejante e então rugiu para alertar de sua chegada e depositou cuidadosamente o corpo de sua mãe junto as escadas de mármore branco, que se trincaram e quebraram onde apoiava com suas patas por conta de seu peso.

As portas de ouro dourado se abriram e de dentro do magnifico templo, uma figura de uma mulher conhecida de sua mãe apareceu e os fitou. A mulher tinha olhos verdes penetrantes, tinha seus cabelos encaracolados castanhos esvoaçando ao toque do vento e sorriu ao olhar a grande fera em sua frente.

- Não tenha medo, meu querido! – Ao falar deu alguns passos para frente, a grande fera rugiu, seu rugido tinha um misto de desconfiança e medo. Era até cômico sentir aquela grande besta alada com medo, mas era visível o desespero, medo e pesar nos olhos flamejantes de Drogon. – Não faremos mal algum à Daenerys, nascida da Tormenta. Estávamos esperando-os.

Drogon deu um passo atrás, ainda ressabiado se poderia confiar o corpo sem vida de sua amada mãe àquela mulher que emanava o calor flamejante por qual se guiou pelos dias e noites. A mulher bateu com as mãos e dois homens com os rostos tatuados em fogo levaram o corpo morto de sua mãe para dentro do templo e as portas douradas se fecharam e Drogon voou ao alto do templo rugindo e após lançou voo para uma montanha próxima dali.

No centro do magnífico salão de orações, havia uma grande mesa de pedra envolvida com seda branca, pétalas de rosas brancas e amarelas, ervas como hortelã, alecrim espalhadas, haviam cristais em cada ponta, um de cor verde representando a cura, um de cor vermelha representando o fogo da vida, um de cor azul representado o sopro de ar da vida e um de cor preta para atrair a escuridão da morte.

Completando o triângulo, em cada ponta da mesa de pedra, havia uma velas e um incensos, dispostos em formato de triângulo simbolizando o tríade do mundo mental, físico e astral, bem como a tríade do mundo mental que simboliza a força de vontade, intelecto e sentimento; no mundo astral simboliza poder, legalidade e vida; e no mundo físico simboliza a, eletricidade, magnetismo e o neutro da vida, tudo para que o corpo estivesse apto a receber a alma e o sopro da vida.

Quatro sacerdotisas se alinharam ao redor da pedra e começaram a entoar os cânticos em alto valiriano sob a luz do crepúsculo e do fogo que queimava entre no fogareiro de ouro maciço. Kinvara se alinhou e colocou suas mãos em cima dos olhos de Daenerys, a segunda sacerdotisa chamada Jadis cuidou de emanar seu poder sob o coração apunhalado, a terceira sacerdotisa Dana emanava seu poder sob o ventre da falecida e a última sacerdotisa chamada Morrigan cuidava de trazer energia nos pequenos pés esbranquiçados da Rainha Dragão.

"Zȳhys ōñoso jehikagon Āeksiot epi, se gīs hen sȳndrorro jemagon."

Renascida das CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora