Capitulo 1

26 2 2
                                    

Amélia e Peter, sempre foi algo completamente perfeito, uma amizade feita pra dar certo, minha mãe era melhor amiga da mãe de Peter, éramos amigos simplesmente desde sempre, Peter era um ano mais novo que eu, portanto eu adorava brincar de chamá-lo de pirralho e fedelho, mas agora eu tinha dezessete anos, e Peter dezesseis. Não éramos mais pirralhos ou fedelhos, eu estava indo pra a faculdade, e não havia me tocado que precisava crescer, ser uma mulher, e não a garotinha melhor amiga de Peter, eu tinha a mesma experiência e conhecimento sexual que um recém nascido, sabia o básico, como funcionava e que eu era heterosexual, mas só isso, nunca tinha sequer abraçado outro garoto que não fosse Peter, com exceção do beijo em Josh Carris no 9º ano. Não tinha tido relacionamentos ou namorados e muito menos feito... outras coisas, se é que me entende, e eu sabia que Peter também era inocente em... nesse ponto em específico. Sempre sonhei em conhecer um cara que me amasse e fizesse companhia, um amor à primeira vista, algo arrebatador, como nos romances de Jane Austen que eu adoro, sim, apesar de nunca ter tido nada de verdade com um garoto antes, eu adorava ler sobre isso. Eu precisava crescer, definitivamente! Em dois dias estaria em Yale e eu era virgem! Uma universitária virgem, era deprimente.
Em meu último dia antes de me mudar para New Haven resolvi que passaria o dia com Peter, eu sentiria muita falta de meu melhor amigo, eu nunca tinha ido a lugar nenhum sozinha, e em breve, vou me mudar para longe de casa.
— Oi batatinha!— disse Peter ao me buscar em casa para passarmos meu último dia em Miami com ele na praia.
— Acho que devemos ir logo antes que fique tarde.— ele comenta.
— Lá vem essa sua mania de me apelidar com nomes de coisas comestíveis.— Peter ri— você tem a mentalidade de um menino de dois anos—digo enquanto tranco a porta de casa atrás de mim e subo em minha bicicleta.
— O que posso dizer... você adora!— ele diz em meio a risadas.
Passamos o dia andando de bicicleta na praia e conversando, até que a noite cai e Peter e eu decidimos olhar as estrelas, deitando na areia.
Peter joga um cobertor em cima de nós, e me encara de forma esquisita.
—Tá olhando o que? Perdeu alguma coisa?— pergunto sem deixar de rir em seguida.
— Na verdade eu queria falar com você sobre uma coisa Ames...— Diz em um semblante sério, que me faz questionar mentalmente o que seria, Peter não era nada sério, e nunca me chamava pelo apelido que eu usava publicamente, sempre me dando nomes de comida. —"não tem graça te chamar de Ames, Mia ou Amélia, todos te chamam assim, e você gosta! o que me faz revogar essa possibilidade, sabe que meu objetivo no mundo é te irritar!"—dizia ele toda vez que eu comentava sobre seu gosto questionável em relação a apelidos.
— Fale Peter, sou toda a ouvidos— digo curiosa.
— Eu tenho pensado sobre nós... nossa amizade é tão incrível, e bem, você está indo pra faculdade.— diz em um tom reticente
— Sim...— devolvo em seu mesmo tom.
— Eu sei que você é inexperiente em relação a... a... hum... aquilo... e eu queria dizer que eu também sou... E hum... talvez você pudesse... você e eu pudéssemos, fazer isso... hum...juntos...— diz envergonhado

Eu perco o chão, Peter Jones, meu melhor amigo havia me feito uma proposta...sexual? Não que eu nunca houvesse recebido uma proposta amorosa tanto sexual quanto de namoro antes, eu simplesmente ignorava ou respondia ironicamente louca pra contar a meu melhor amigo depois, mas Peter? Peter não era meu amante ou sei lá o que, eu o amava, mas não dessa forma, não que eu achasse feio, pelo contrário, Peter era dono de uma beleza alegre, com seus cabelos castanhos claros com luzes naturais loiras, e seus olhos em cor amarelada, dourada, profundos, tinha um nariz e boca perfeitos e um corpo invejavelmente cobiçável, Peter era lindo, mas era meu melhor amigo, eu não poderia... Eu ainda o enxergava como o menino magrelo e pé no saco que eu convivi toda a vida...
— Peter, o quê?Não eu não poderia—digo quase desesperadamente.
— Amélia, eu realmente acho que deveria considerar, eu andei pensando e eu acho que seria bom pra nós se fizermos isso— disse confiante.
Eu começava a olhar Peter de outra forma agora, ele era lindo, e muito legal, e porra, eu começava a sentir uma repentina atração por ele, o que me deixou... confusa no mínimo...
—Eu... não posso, não seria certo...— digo me sentindo repugnante por cogitar transar com meu melhor amigo.
Não, eu não faria isso, não estragaria nossa amizade. Estava decidido.
—Mia, não se sinta pressionada, eu... faremos o seguinte, seu ano letivo começa em junho, e você volta pro natal, você vai pra a faculdade e se até o natal você não tiver perdido a sua... e eu a minha... nós faremos isso, juntos, pode ser assim?— ele disse me estendendo a mão.
Era um plano bem bolado, eu via que as meninas da escola caiam matando em cima de Peter, e ele não aceitava por minha causa provavelmente, agora fazia sentido, e quando eu fosse para Yale e ele percebesse que não era nada além de uma paixonite movida por hormônios ele com certeza superaria e acabaria logo com isso, e talvez eu também pudesse me envolver com alguém ou sei lá, quem sabe? Era o plano perfeito.
—Tudo bem, eu aceito sua proposta Peter Jones— estendi o braço e apertei a mão dele.
Na manhã seguinte fui ao aeroporto de fort louderdale para embarcar rumo a New Haven, Connecticut, onde eu cursaria Astrofísica em Yale, onde havia conseguido uma bolsa de estudos integral, me despedi de meus pais e Peter com um abraço e embarquei.
Yale é incrível, não que eu esperasse nada menos de uma universidade da Ivy League, mas eu fiquei surpresa por ser mais incrível que eu pensava.
Na universidade tem um sistema diferente de organização de dormitórios, no primeiro ano, os alunos ficam no Old Campus, um dormitório onde dividem o apartamento com um colega e no segundo ano são sorteados para 12 casas compartilhadas, chamadas de Residential Colleges, a minha é a Morse, apesar de eu só poder ir morar lá daqui a 1 ano e por enquanto morar no old campus mesmo.

A luz das estrelas✨Onde histórias criam vida. Descubra agora