Capítulo 8

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Cheguei em casa, tomei banho, coloquei um blusão velho e me esparramei na televisão, não conseguiria estudar hoje, mudei de canal até achar um filme qualquer sobre ficção e assisti. Quando o filme acabou, peguei meu chaveiro e permiti que meus pensamentos voltassem a Dylan. O beijo de Dylan, o toque de Dylan, o sexo com Dylan.
**Tim dom!**
Meu celular gritou na bancada. Olhei pelo visor e era... adivinha? Peter.
"Sdds de vc batatinha"- ele manda.
"Oi pirralho,tbm to c sdd"
"😚"
"Kkkkk aiai"
"Tenho q ir,mamãe tá chamando"
"Tá, vai lá, bj🤞🏻"
Peter... pobre Peter. Eu tinha dó dele por me esperar. Mas ainda não estava pronta pra contar que já não era mais virgem. Resolvi me desligar desses pensamentos e dormi.
Segunda feira não foi nada demais, resolvi que me ficaria o máximo nos estudos durante a semana para nos fins de semana eu poder... hum... sabe?
—Ames, vai ter uma festa sexta à noite, na casa de uns gatos do quarto ano de administração. O que você acha de ir comigo?— ela deu um sorrisinho inocente.
Eu não podia ir, sexta à noite eu iria ficar com Dylan.
—Não vai dar dessa vez Ash. Tenho que estudar pra prova final— menti
—Oh mais que aluna aplicada você!— disse revirando os olhos, entrando no banheiro e encerrando nossa conversa.
Quinta feira à noite em fim chegou. E como sempre, Dylan me mandou mensagem
"Que horas eu te busco amanhã?"
"7h30?"
"Ok"
Finalizei o dia, indo para a cama.
No dia seguinte escutei umas vozes dentro do dormitório, e quando abri a porta...
—Surpresa Caramelo!
—Peter?— fiz uma cara de confusa, ele e Ashey riram. eu tinha falado com Peter no início da semana, e agora ele estava... aqui...?
—Calma amiga. Vou dar uma voltinha no shopping e deixar vocês a sós...— ela piscou pra mim. Desde que Ashley viu minha foto com Peter no quarto, ela insiste que temos algo, que ele é um gato, e que eu deveria investir. E eu sempre reviro os olhos e digo "claro, Ash, claro"
Ashley pegou sua bolsa e saiu do "apartamento",
—Então moranguinho, eu pretendia ficar aqui contigo até domingo à noite, tem problema?
—Não Peter, claro que não— menti, eu só conseguia pensar que não poderia passar o fim de semana com Dylan. Me senti culpada, afinal... eu devia estar feliz por ver meu melhor amigo não é?
—Ei... o que foi?
—Nada... é só que vou ter que desmarcar algumas coisas.
—Ah. Tudo bem então.— diz, já entrando e arrumando suas coisas em meu dormitório.
Peter me ocupou o dia inteiro, eu não tive tempo de fazer nada. E quando me toquei... Merda! Eram 7h. Corri para fora do prédio dizendo a Peter que precisava fazer algumas ligações de sei lá o que inventei.
Chegando na beira da rua, digitei seu nome nos "contatos" e apertei o botão de ligar. Chamou algumas vezes até que ele atendeu.
—Alô?
—Dylan, aconteceu um imprevisto, não vai dar pra a gente... hoje. Meu han... amigo apareceu de surpresa na cidade e vai dormir aqui no campus.
—ah. Tudo bem então...— disse com um ar aéreo, eu diria até misterioso.
— Ok. Obrigada por entender.— escutei Peter gritando o meu nome na porta do prédio e caminhando até mim.— tenho que ir agora Dylan...
—Tá, então... tchau?
—Tchau.
Guardei o celular, caminhei em direção a Peter:
—E aí Amélia, o que vocês fazem pra se divertir aqui em New Haven?— disse com um olhar malicioso.
Me recordei da festa dos alunos de administração que Ashley comentou comigo no início da semana.
—Bom fedelho, temos 2 opções— faço uma pausa dramática,colocando as duas mãos horizontalmente— a primeira...— ergo uma das mãos um pouco mais— é ficarmos aqui no dormitório, pedir comida, e engordar juntos vendo algum filme. A segunda- ergui a outra mão— é irmos a uma festa de faculdade de uns garotos do quarto ano.
—Segunda opção, pelo amor de Deus!
—Ok, era o que eu imaginava. Vem vamos nos vestir.— arrastei ele até o quarto. Coloquei uma calça jeans e suéter, como sempre, e fui pra sala, esperar meu amigo.
—911 emergência de moda!— Ashley apareceu do nada com uma expressão quase... preocupada?
— O que é isso Ash?
— Exatamente! O que é isso que você está vestido Ames! É um crime! Para onde você pensa que vai?
—Ah... só pra aquela festa dos alunos do quarto ano, que você falou.
—O que? Você vai pra aquela festa vestida assim? Não mesmo! Eu não vou deixar você pagar essa gafe! Pra isso que servem as amigas. Venha.— disse me empurrando até seu quarto, correndo até seu guarda roupas e olhando vestidos sem parar, até que me joga um.
—Este! É lindo.
Encarei o vestido, que parecia mais um mini pedaço de tecido.
—É muito curto e pequeno Ashley! Não!
— Não estou perguntando Amélia. Vista-se.
Entrei no banheiro bufando, e vesti a roupa. O vestido era colado no meu corpo, tomara que caia,e bem acima do joelho. Não posso mentir, me senti muito bem dentro dele. Marcava e delineava minhas curvas e mostrava o que eu tinha de melhor. Era de uma malha degradê, que começava preta em meus seios e ia clareando até terminar em branco. Eu ia usar, Ashley não sairia do meu pé, até que aceitasse.
Abri a porta do banheiro, e girei teatralmente para Ashley.
—Tá muito gata amiga! Vai pegar geral. Toma!
Colocou um par de maravilhosos saltos Scarpin de camurça pretos.
— Nossa!
—Gostou, amiga?
—São belíssimos... mas não posso aceitar.
—Você vai Amélia. Ah! E espere.
Pegou um kit de maquiagem.
—Não! Maquiagem não.
—sim, senta aí.— me empurrou na cama.
Ashley fez uma maquiagem muito bonita, colocou rímel, sombra preta degradê, blush, e um batom cor de vinho. Prendeu meus cabelos em um coque frouxo e por fim disse.
perfait, mon ami est prêt!
Ashley, você sabe que eu não falo francês.
— só disse que está linda, e pronta pra ir.
Coloquei os saltos, peguei uma bolsinha de Ash, e fui para a sala novamente. Mas dessa vez, quem me esperava era Peter,usando o celular.
—Está pronto?
Ele desgrudou os olhos e levantou a cabeça, me fitando, abriu a boca diversas vezes, com uma expressão chocada.
—Você está...
—Diferente, né?— digo
—Eu ia dizer linda.— ele sussurra e eu coro.
—Obrigada. Vamos?
—Sim.
Andamos até a beirada da rua, onde pedimos um táxi.
Quando chegamos na festa, logo percebi a atmosfera universitária clássica de festas.
— Bem... é isso. Nada demais.— digo, olhando para Peter.
—Tá brincado? É incrível! Vem!
Ele me puxa para a pista de dança. Eu sempre fui boa no quesito Artes, desde que me lembro sei dançar e cantar muito bem, modéstia à parte, então não foi um problema dançar uma música eletrônica com meu amigo. Fui aceitando os drinks de pouco em pouco, até que fiquei bêbada. Foi quando um homem apareceu numa plataforma improvisada da "festa" e começou a perguntar no microfone, quem gostaria de cantar.
—Euuuuu!!!!— esbravejei.
—Ok! Então temos uma voluntária.
Ele me ajudou a subir no "palco" e falou baixo em meu ouvido.
—Bonita você hein? Que música vai cantar boneca?
Sussurrei o nome da minha música em seu ouvido.
E foi assim que cantei um solo pop de poker face da Lady Gaga na frente da minha universidade inteira. Parece que foi bom. Porque ficaram pedindo bis, que eu não aceitei. Quando me toquei que devia descer do palco, já que não ia cantar mais, estava tão bêbada, que apenas pulei nos braços de Peter. Que estalou um beijo do lado da minha boca.
Começou a tocar Last Name da Carrie Underwood e o único jeito de se dançar essa música, é colado com seu "parceiro" então, eu e Peter a dançamos dignamente.
Não sei quando ou a que ponto da noite Dylan apareceu, e me puxou pelo pulso até seu carro. Peter não percebeu, por estar tão bêbado quanto eu.
— O que você tá fazendo, Amélia? Eu to te observando a noite toda. Você cancelou comigo, bebeu demais, cantou demais, se esfregou em caras demais, beijou demais, "dançou demais" e está vestindo essa... tirinha de tecido.— diz, gesticulando para meu vestido.
—Eu... não... não escolhi essa roupa, não beijei ninguém. E eu faço o que eu quiser, com quem quiser! Você... é meu namorado por acaso?
—Não. Mas não por isso você não deve sair se oferecendo a qualquer um!
—Qualquer um! O que!? Você está sendo um grandessíssimo babaca!— a esse ponto, a adrenalina já tinha eliminado cada gota de álcool do meu sangue.
—Eu só...— bufou.— só pensei que fôssemos... exclusivos.
—Nós somos exclusivos Dylan! Pelo amor de Deus.
—Mas você age como se não fôssemos.
—Eu estava bêbada! E não fiz nada com nenhum outro cara!
— Você beijou um cara.
—Não, eu não beijei ninguém.
—Beijou um loiro, dançou com ele também.
—O quê? Eu o beijei no canto da bochecha! Por Deus! Ele é meu melhor amigo! Que veio para a cidade, ficar aqui comigo.
—hum sei... desculpe então...?
—Confie em mim Dylan. Enquanto continuarmos com isso, seremos exclusivos. Mas desculpo. Só não faça isso— gesticulo para nós dois— de novo.
—Tudo bem... obrigado
— Nada.
—Agora tenho que voltar para o meu amigo bêbado, e levá-lo para casa.
—Ok. Tchau Mia.
—Tchau, Dylan
Peguei um táxi com meu amigo, e não me lembro de muita coisa mais. Apenas de acordar na minha cama, de vestido, com dor de cabeça

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