Ameno

Capítulo VIII

Olá, amores ;)

Seguinte, minhas aulas voltaram e eu estou agora no internato de Clínica Médica e Cirurgia. E isso significa um semestre corrido porque fico o dia todo na faculdade (talvez voltemos à vida de escrever no almoço hahahaha)

Espero que gostem do capítulo <3

Antes

Naruto sorriu enquanto assistia ao bater das asas de Sasuke enquanto ele se aproximava. Era incrível como não se cansava de admirar a beleza do serafim. No céu, tudo era complicado, e sempre havia sido, Sasuke era o exemplo claro disso; talvez, nunca fosse conhecer alguém mais complexo.

Os anjos eram divididos em três hierarquias, e, enquanto Naruto pertencia à última, Sasuke era da mais alta. Anjos da primeira hierarquia eram poderosos, detinham um conhecimento tão grande quanto seu orgulho, e eram tão bonitos... Eram os mais próximos de Deus; alguns, como Sasuke, protegiam o trono sagrado; outros, como Itachi, delegavam tarefas aos demais anjos, como generais, entretanto, apesar de serem ambos da primeira hierarquia, Sasuke era um serafim enquanto Itachi era um trono.

Naruto nunca poderia imaginar que alguém como ele, da última hierarquia, um anjo da guarda, fosse ser tão próximo a uma virtude, um anjo da segunda hierarquia como Shisui, e a dois de primeira hierarquia como Itachi e Sasuke. As três hierarquias não costumavam se relacionar, eram ainda cada uma subdividida em três classes, totalizando nove tipos de anjos, então era quase um milagre que Naruto tivesse contato com anjos de categorias tão superiores. Ainda mais Sasuke...

Sasuke era distante dos demais, serafins não eram sociáveis, não se misturavam aos outros anjos e pouco apareciam diante de quem quer que fosse... muitos de fato diriam que era um milagre para um anjo da guarda ver de perto um serafim enquanto a maioria dos outros anjos nunca os veria em toda sua existência. Mas ali estavam. Naruto deitado na praia em meio à água enquanto Sasuke fechava os três pares de asas e permitia que os pés tocassem o mar.

— Você não devia estar aqui — Sasuke falou, indiferente, mas o cenho franzido fazia Naruto sorrir de canto enquanto cruzava os braços atrás da cabeça e apreciava como a voz dele era melódica.

— Você também não, Sasuke — respondeu e tinha certeza que Sasuke se controlava para não revirar os olhos.

Como serafim, Sasuke tinha três pares de asas. Com a primeira, ele deveria esconder o rosto, com a segunda voava, com a terceira escondia os pés. E, Deus, só de fato o criador sabia o quanto amava ser um dos únicos a quem Sasuke se mostrava, a quem ele permitia que visse a pele clara, os olhos e os cabelos curtos negros, os traços delicados... Todos os serafins eram daquele jeito? Eram tão bonitos? Talvez nunca pudesse responder, talvez nunca tivesse a chance de ver outro. E por isso gostava ainda mais de provocar Sasuke, era incrível ver as reações dele, decorar cada uma de suas expressões, assistir à serenidade (ou, como Naruto gostava de pensar, à falsa serenidade) se desfazer pouco a pouco.

— Você precisa voltar antes que notem, Naruto. Seu superior direto não gostará nada de achá-lo aqui.

— Nem o seu — provocou, e Sasuke estreitou o olhar porque Naruto não deveria brincar com Deus daquela forma. — Já entrou na água alguma vez, Sasuke?

Sasuke o olhou surpreso. O gelado da água em seus pés era algo novo, nunca havia saído de seu posto para ir àquele lugar, embora soubesse que Naruto o fazia com frequência. A areia úmida trazia uma sensação diferente, e a água ia e vinha como uma carícia. O azul se estendia ao longe, as ondas ficavam maiores à medida que se distanciavam. Em seu corpo, sentia reverberar a força do impacto, a alma vibrava na frequência do som da água e havia, mesmo que pequena, uma vontade de caminhar até o meio do oceano. Mas era óbvio que nunca havia feito, afinal, por que faria? Não tinha ordens para isso, não havia um motivo claro ou um objetivo para ir até lá a não ser a satisfação da própria curiosidade, e ele não deveria ter esse tipo de desejo.