[Amanda]
Era domingo, um dia antes de começar um inferno que duraria até o mês de dezembro, escola. Esse ano eu entraria no ensino médio, maravilhoso não é? Não. Além de ter matérias novas e fodedoras de cús, tem adolescentes retardados que querem pagar de adultos. Ou seja, tudo que eu passei nos dois últimos anos do fundamental, eu vou passar de novo, mas agora vai ser muito pior.
Mas vamos tentar não gastar o meu réu primário, vamos ter calma, paciência e empa-
— Mas quem é o filho da puta demônio desgraçado que está fazendo barulho em pleno domingo de manhã?
Meus pensamentos são interrompidos por uma barulheira do lado de fora. Levanto putassa da cama e vou até a janela do quarto. O barulho vinha do terreno que ficava atrás da minha casa.
Olho para fora e vejo um caminhão de mudanças parado quase em frente da janela do quarto.
Por que um caminhão de mudanças estaria estacionado alí? Até onde sei eu não estava de mudança e os outros vizinhos também não.
Isso seria normal se a casa que tinha no terreno de trás não estivesse demolida a mais de uma ano. Mudanças ali eram bem normais, nenhuma família ficava muito tempo naquela casa, já tinham passado muito tipo de gente alí. Tinha drogado, prostituta, macumbeiro, mulher que quebra as coisas dentro de casa de madrugada e quando a polícia chega coloca a culpa no marido, e muito mais.
Depois de tanto problema o dono resolveu demolir a casa e alí ficou um terreno baldio.
Mas o que aquele caminhão estava fazendo alí então?
Como eu sou uma pessoa que não tem curiosidade alguma, eu resolvi olhar para onde estavam carregando as coisas que tinha no caminhão. Me apoiei na janela para conseguir ver, quase caí para fora, isso não seria legal, afinal, são praticamente quase quatro metros de altura da minha janela até o chão.
Olhei novamente e quase não acreditei no que vi. Chamei meu pai pra ter certeza que não estava louca.
— Paiêêê! — Gritei olhando pela janela do meu quarto o terreno de trás, que até alguns dias estava parecendo um depósito de lixo. — Desde quando tem uma casa de dois pisos, amarela e muito chamativa no terreno de trás?
— Tá doida menina? — Meu pai apareceu na porta do quarto. — Desde quando casas aparecem do nada?
— Não acredita? Então olha alí. — Dei espaço para olhar pela janela.
— Mas... — Ele olhou pra mim assustado. — Silvanaaa! Desde quando tem uma casa de dois pisos, amarela e chamativa no terreno de trás? — Ele gritou para minha mãe que estava na cozinha.
— Como que vai aparecer uma casa do nada em um lugar que parecia um lixão? — Minha mãe grita da cozinha.
— Venha aqui ver então! — Eu grito.
— Como vocês são chatos. — Ouço ela falar da cozinha. Logo ela aparece na porta do quarto junto com o meu irmão que deve ter ouvido a gritaria e veio ver o que era. — Onde vocês viram uma casa? Não tem como casas aparecerem do nada. A não ser quando eles trazem a casa em cima do caminhão e colocam no terreno.
Parecia que estávamos dando uma reunião de família dentro daquele quarto.
— Acontece que não tem como trazer uma casa de dois pisos em um caminhão. — Falei e ela se aproximou da janela olhando para fora.
— Como que tem uma casa alí? — Ela olhou para nós assustada.
— Era isso que eu estava tentando dizer. — Falei pra ela.
— Eu vou lá falar com eles. — Meu pai saiu do quarto e meu irmão foi atrás dele.
Ouvimos o som dele descendo as escadas e depois o som do portão. Olhamos para a janela e vimos ele indo até a frente da casa amarela.
Lá estava uma mulher de cabelo rosa. As roupas dela também eram rosa.
Meu pai conversava com ela e fazia gestos com as mãos. Logo ele apontou para onde eu e minha mãe estavamos. A mulher olhou para nós, ela me encarou por alguns segundos e logo abriu um sorriso estranho.
Eu conhecia aquela mulher de algum lugar.
Meu pai conversou mais um pouco com a mulher e logo voltou para dentro.
Quando ele entrou, nós enchemos ele de perguntas.
— Calma. — Ele falou. — Aquela mulher é a dona da casa. O nome dela é Priscila e ela veio morar com os dois filhos.
— E você perguntou da casa? — Minha mãe olhou para ele.
— Sim, mas ele não quis me falar. Disse que era segredo.
— Meio doida. — Falei voltando para o meu quarto.
Quando cheguei fui direto para a janela. Olhei de volta para a casa. Tinha um garoto loiro de costas, ele estava conversando com o motorista do caminhão.
Esse garoto me parecia estranhamente familiar.
Decidi esquecer isso. Logo minha mãe me chamou para ajudar ela com o almoço. Depois de comer eu fui de volta para o quarto.
Estava tudo em silêncio na casa dos novos vizinhos. Eles deviam estar arrumando suas coisas, normal. Mas não me saía da cabeça que eu conhecia aquelas pessoas de algum lugar.
A tarde passou, a noite também. Estava indo dormir quando comecei a ouvir barulhos vindos da casa de trás. Tentei ignorar. Os barulhos continuaram.
— Mas que demônios filhos da puta, se eu encontrar esses desgraçados na rua, eu juro que esculhambo com a cara deles. — Sussurrei com raiva.
Me virei algumas vezes na cama até conseguir pegar no sono.
Acordo de manhã com o barulho do despertador. Pronto. Começou esse inferno de novo.
Me levanto com vontade de morrer atropelada por um caminhão. Olho no relógio do celular: 6:30. Maldita carga horária do ensino médio.
Vou no banheiro e faço o que tenho que fazer. Volto para o quarto com a mesma vontade de quando saí.
Coloco uma roupa qualquer, ainda bem que não é obrigatório o uniforme da escola.
Olho o relógio. 7:00. Já tô atrasada, parabéns Amanda, sua jumenta do caralho. Junto minha mochila que está pesada pra caralho, afinal, tem todos os cadernos dentro porque eu não sei que matérias ia ter hoje.
A porta da frente já estava aberta, minha mãe já tinha saído para trabalhar e deixado ela aberta.
Saio e o gato se esfrega nas minhas pernas, faço um carinho rápido nele e desço as escadas, quase tropeço, pois aquele gato ficou se atravessando na minha frente enquanto eu descia.
Abri o portão e saí. Dava uns 15 minutos da minha casa até a escola. Comecei a caminhar, logo escuto duas vozes diferentes atrás de mim, elas conversavam entre si.
Tomo um susto quando vejo duas pessoas passar por mim. Quando eles ficam na minha frente, um deles vira para mim e abre um sorriso. Ah não.
— Amanda...
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O que ela é? - Um mundo real [Concluída]
FanfictionSegunda temporada da fanfic "O que ela é?". Depois de voltar da aventura de Gravity Falls, Amanda continua sua vida como sempre foi, mas isso muda quando uma misteriosa casa surge no terreno de trás da casa da garota. Ela descobre que seus novos v...