Um trabalho

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                          [Amanda]

Estavamos subindo para a sala quando uma garota usando um vestido de gala e um coque frouxo esbarrou em mim.

— Segure isso, por favor. — Ela me entregou uma maçã verde e um copo de suco com a logo de uma sereia que eu esqueci o nome e depois desceu correndo e saiu.

Eu não entendi nada, o pessoal daquela escola estava ficando cada ano mais esquisito.

Quando estávamos quase chegando na sala, um carinha com cara de coreano foi até onde eu estava e me segurou pelos ombros.

— S/N, eu estou apaixonado por você. — Ele me beijou.

Aquele coreano filho da puta me beijou no meio do corredor. Eu empurrei ele, o fazendo cair no chão, depois enchi a barriga dele de chutes.

— S/N é o meu caralho! Vai tomar no seu cú. — Voltei até onde Will e Derek estavam, por sorte não tinha mais ninguém no corredor.

— O que foi isso? — Derek perguntou assustado.

— É a revolução das Sem nomes, tenha cuidado. — Eu falei e eles me olharam ainda mais confusos. — Esquece. — Entramos na sala.

                          [Bill]

Acabei saindo fora do controle por alguns segundos, mas não tenho culpa, aquele desgraçado empurrou a garota que eu gosto no chão e ameaçou machucar o meu irmão.

Agora nós dois estamos na diretoria.

— Muito bonito, brigando no primeiro dia de aula. — A mulher falou. Ela não era tão velha, aparentava uns quarenta e poucos anos, tinha cabelo castanho e curto. — Eu já estou acostumada a lidar com você Daniel, já você... — Ela olhou para mim — Começar em uma escola nova já brigando não é um bom início.

— Nada disso teria acontecido se esse loiro de merda não tivesse se metido no meio. — O garoto idiota falou.

— Eu não teria me metido no meio se você não tivesse empurrado a Amanda e tentado bater no meu irmão. — Eu falei com raiva.

— Tem mais gente envolvida nessa história? — A diretora parecia brava.

— Tem aquele viadinho do cabelo azul e aquela gorda de óculos. — Eu estava querendo matar esse desgraçado.

— Você chamou o meu irmão de quê? — Eu levantei.

Eu não me importaria se Will fosse gay, ele faz o que quiser da vida dele, mas nunca vou admitir que alguém o chame de viadinho só para humilhar ele.

— Garoto, senta. — A diretora falou. Eu me sentei de volta. — Daniel, cala essa boca, eu não vou admitir nenhum tipo de preconceito na minha escola. — Ela parecia brava. — Como você se chama?

— Bill. Bill Cipher. — Eu falei e ela anotou em um papel.

— Vou chamar os pais dos dois. E eu quero o nome das outras pessoas que estavam junto.

                        [Amanda]

Logo o sinal bateu e a professora chegou, não demorou muito para o Luís, coordenador da escola aparecer na porta.

— Com licença professora. — Ele falou. — Eu vou precisar levar... — Ele olhou em um papel. — A Amanda, a Lívia e o William.

Eu e Will levantamos da cadeira. Logo atrás de nós veio a e-girl. Pelo menos o Derek não foi chamado, ele não tinha nada a ver mesmo.

— Já no primeiro dia? — A professora perguntou.

— Já tão se envolvendo em briga no primeiro dia. — Luís falou rindo. Que pessoal mais fofoqueiro.

Nós três descemos em silêncio até a diretoria. Chegando lá pude ver Bill, ele parecia estar puto.

— Então são vocês que estão no meio de brigas no primeiro dia de aula? — A diretora falou quando nós entramos.

Rolou um puta sermão e essas coisas, ela falou que não iria chamar os nossos pais porque nós não tínhamos brigado. Depois disso fomos para a sala.

Entramos e todos olharam para nós, mas pude sentir um olhar diferente, podemos dizer que aquilo me deu um leve arrepio. Olhei para o garoto estranho que sentava no fundo da sala, ele me encarava. Bizarro.

Sentei no meu lugar e logo Derek começou com as suas perguntas.

— Sim Derek, foi por causa da briga do Bill com aquele outro carinha. Não vão chamar os nossos pais, não foi a gente que brigou. — Falei respondendo as perguntas que eu sabia que ele faria.

— Que bom que não vão chamar os seus pais. — Ele falou.

— Já imagino o quão puto meu pai ficaria. — Nós rimos.

O resto da aula passou normalmente, a não ser por aquela professora de história resolver dar um puto trabalho em grupo.

— Grupos de quatro, vocês vão falar sobre o fascismo. Cada grupo vai pegar um desses para pesquisar. — Ela escreveu alguns nomes no quadro.

Meu grupo decidiu pegar o nazismo. Quando eu digo meu grupo, estou me referindo a eu, Will e Derek. Nosso grupo está sem um membro.

— Professora, não dá pra fazer grupo de três? — Derek pergunta, ela não fala nada, só aponta para o número quatro no quadro.

— Puta que pariu. — Eu falo frustrada.

— Vamos fazer o que? Eu não conheço ninguém dessa sala. — Derek fala.

— Eu conheço, mas não gosto dessas pessoas. — Falei ríspida.

— E se a gente chamasse aquele garoto alí. — Will estava falando do garoto estranho. — Ele está sozinho e não parou de encarar a gente desde que entramos.

— Se você ir falar com ele... — Falei indiferente.

— Tudo bem. — Will caminhou até a mesa do garoto.

— Não é que ele foi mesmo. — Falei surpresa.

— Eu estou vendo o Will levar um tiro daquele cara, ele tem cara de que carrega uma arma na mochila. — Derek falou receoso.

— E você tem cara de idiota e ninguém fala nada. — Falei enquanto olhava para Will que voltava para o nosso grupo.

— Nossa.

— Então Will... — Falei esperando uma resposta.

— Ele falou que sim. — Will parecia feliz.

— E quem seria o mostro que falaria não para você? — Falei rindo e apertando as bochechas de Will.

— Ai. Para. — Ele protestou. Derek começou a rir.

O garoto estranho foi até o nosso grupo, pegou uma cadeira e se sentou.

— Eai, como é o seu nome? — Eu perguntei.

— Samuel. — Ele falou baixo.

— Legal. Esse aqui é o De- — Ele me interrompeu.

— Derek, Amanda e William. — Ele apontou para nós enquanto dizia os nomes. — Eu sei quem são vocês.

Ok, isso foi bem estranho. Tentei esquecer isso e discutir sobre o nosso trabalho. Combinamos de nos encontrar hoje na minha casa, já que não teria ninguém além de mim lá.

O que ela é? - Um mundo real [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora