• Capítulo Cinco •

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Assim que abriu os olhos na manhã de segunda-feira, Rebecca gemeu e cobriu o rosto com o cobertor, desejando não sair dali nunca mais

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Assim que abriu os olhos na manhã de segunda-feira, Rebecca gemeu e cobriu o rosto com o cobertor, desejando não sair dali nunca mais.

Nos últimos dois dias e meio, ela simplesmente não conseguiu parar de pensar em Kevin e em tudo o que tinha acontecido sexta à noite. Agora, ela se sentia bastante como um castelo de cartas, prestes a desabar.

Não tinha certeza se conseguiria aparecer na escola sabendo que alguém, lá dentro, tinha o seu segredo em mãos para fazer o que quiser. Se fosse desmascarada... Droga, todos iriam olhá-la como um alienígena, e Becca gostava bastante do fato de ser praticamente invisível no colégio.

O despertador tocou naquele instante e Nick se aproximou da cama da dona, puxando o cobertor com a boca.

"Ei, pare com isso", resmungou Rebecca, tentando puxá-lo de volta, mas Nick era bem mais forte e obviamente ganhou aquele cabo de guerra. "Ok, já estou levantando", ela disse de mau humor, pulando da cama. "Não quero. Mas estou."

Becca começou a se aprontar para a escola, vestindo um vestido fresco e coturnos. Seu humor não correspondia muito com o tecido estampado de flores do seu vestido, mas ela não tinha nada que combinasse mais com o seu estado de espírito naquela manhã... Como preto morte, por exemplo.

Colocando a mochila nos ombros, Rebecca desceu as escadas de sua torre para ir tomar café da manhã.

Ela estava entrando pela porta da frente de casa quando Simon surgiu saindo da cozinha. Ele estava tão concentrado no celular que trombou em Becca, quase a derrubando do chão.

"Desculpe, não vi você", ele disse, ajudando a irmã a se equilibrar. "Na verdade, quase nunca vejo você, baixinha desse jeito..."

Becca queria revirar os olhos, mas abriu um sorrisinho enviesado para o irmão. Já tinha se acostumado com a mania dele de implicá-la por conta de sua altura.

"Onde está indo?", ela perguntou, olhando para o uniforme manchado de graxa de Simon.

"Para onde mais? Para o trabalho, é claro."

"Mas você só começa às oito", ela contestou, checando seu relógio de pulso. Por um momento, pensou que era ela quem estava atrasada para a aula, mas logo viu que estava errada. "Ainda não são nem sete!"

"Harry falou que pensaria em me dar um aumento caso eu conseguisse consertar mais carros essa semana", explicou Simon, guardando o celular no bolso do macacão cinzento. "E só vou conseguir isso se chegar mais cedo. É melhor do que ficar preso na oficina até tarde da noite, pelo menos..."

Becca mordeu o lábio inferior e observou discretamente as olheiras escuras abaixo dos olhos do irmão mais velho. Ela sabia que ele vinha trabalhando até mais tarde na oficina, mas aquela coisa de chegar mais cedo era nova... E preocupante.

"Escuta, se se apressar te dou uma carona até a cidade", ele disse, passando pela irmã. "Não sei como você consegue ir a pé todos os dias..."

"É perto", falou Becca despreocupadamente. "Além do mais, aproveito e faço exercícios..."

Do Alto da TorreOnde histórias criam vida. Descubra agora