• Capítulo Vinte e Quatro •

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"Você está sendo um idiota, cara", Max falou na segunda-feira à noite, olhando para Kevin com óbvio desprezo

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"Você está sendo um idiota, cara", Max falou na segunda-feira à noite, olhando para Kevin com óbvio desprezo. "Ela está preocupada com você, sabia? Dá para ver como está se sentindo mal."

"Para com isso", reclamou Kevin, não querendo ouvir nada daquilo. Era como se Max estivesse enfiando uma faca bem no lugar onde devia estar seu coração. Por mais estúpido que aquilo o fizesse parecer, preferia continuar com a cabeça enfiada na areia. Não queria saber como Becca estava, pois aquilo só o fazia se sentir mais desprezível. "Se você veio aqui só para..."

"É, foi para isso que eu vim", o amigo cortou, se sentando na cadeira da escrivaninha do quarto de Kevin e o mirando como se ele tivesse cometido o maior crime do mundo. "Qual é o seu problema, hein? Eu sei que você é do tipo que não se apega e que geralmente seus casos não duram mais do que alguns dias, mas eu pensei que com Becca fosse diferente."

"Rebecca não é um caso para mim", rosnou Kevin, se sentando na cama. "Ficou maluco?"

"Então por que está agindo como se fosse?", Max perguntou, cruzando os braços. "Ela é uma garota legal, Kev, não merece isso que você está fazendo com ela."

Kevin suspirou pesadamente e escondeu o rosto nas mãos, não conseguindo pensar. Já estava se sentindo mal o suficiente por tudo o que estava acontecendo, não precisava que Max jogasse toda a situação na sua cara.

"O que exatamente ela te disse?", Kev perguntou então, em um sussurro abafado.

"Que tinha rolado algo entre vocês no sábado e que depois você desapareceu. De novo. E também disse que dessa vez não vai correr atrás de você tentando consertar as coisas."

Kevin assentiu, sentindo um nó enorme se formar na garganta.

Ela estava certa. Como sempre.

"Cara, eu não te entendo", continuou Max, e foi a vez dele de suspirar. "Você parecia estar gostando dela. Não estou falando de um casinho ou paquera barata, mas sim algo de verdade. O que tá acontecendo? Você não gosta dela desse jeito?"

"É claro que gosto", admitiu Kevin, erguendo a cabeça e sentindo uma dor ainda maior tomar conta de seu peito quando ele admitiu em voz alta. "Eu gosto de Rebecca, Max. Muito."

"Então porque diabos não está com ela agora?!", o amigo exclamou, erguendo os braços para cima como se tivesse desistido de entender Kevin.

"É complicado."

"Complicado? Deus do céu, você só pode ter enlouquecido! Uma Rebecca só aparece uma vez na vida, seu mané, vai deixar ela ir embora?"

"Max, as coisas aqui em casa estão uma bagunça", Kevin sussurrou para o amigo, mal conseguindo encará-lo. Max sabia sobre as brigas do pai e da mãe, mas não que ele era violento com a família. Porém, embora Kevin não quisesse admitir, sabia no fundo que o amigo desconfiava de toda a situação. Eles se conheciam há tempo demais e já tinham passado muitos momentos na casa um do outro, era improvável que Max nunca tivesse percebido os sinais convivendo tanto tempo com a família. Kevin suspirou e continuou: "Eu também estou uma bagunça, se quer saber. Não dá para arrastar ela para isso e eu nem consigo assimilar direito o que rola entre a gente. Você não vai entender."

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