• Capítulo Vinte e Três •

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Kevin estacionou em frente de casa e pousou a cabeça no volante, ouvindo as batidas do próprio coração enquanto a mente não parava de girar com os acontecimentos da noite

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Kevin estacionou em frente de casa e pousou a cabeça no volante, ouvindo as batidas do próprio coração enquanto a mente não parava de girar com os acontecimentos da noite.

Ele tinha beijado Rebecca.

Ela tinha retribuído.

E agora o mundo parecia um lugar menos solitário.

"O que foi que eu fiz?", ele sussurrou baixinho para si mesmo, com a esperança de que se falasse em voz alta as coisas se tornassem mais claras. Mas não adiantava. Ainda estava tudo uma bagunça.

Depois de deixá-la em casa, Becca e ele perceberam que Simon já tinha chegado e esperava a irmã. Kevin, por mais que se sentisse um covarde ao pensar naquilo, ficou aliviado por escapar da conversa que mais cedo ou mais tarde teria que ter com Rebecca.

Por que não dava para fingir que nada tinha acontecido. Simplesmente não dava.

Naquele instante se lembrou do acidente na estrada e que, se não tivesse desviado daquele carro, não fazia ideia de onde eles poderiam estar naquele momento. Seu maior medo era acordar e descobrir que Rebecca tinha se machucado, ou pior.

Talvez tivesse sido aquilo, a adrenalina pelo quase acidente somado ao fato de que algo horrível poderia ter acontecido, que fez Kevin perceber como aquela garota era importante para ele.

Porque ela era. Muito.

O que tinha sentido por outras garotas antes dela não passava de mero desejo físico. Kevin sabia disso com toda a certeza do mundo agora que percebia o que verdadeiramente sentia por Rebecca. E apesar de se sentir fisicamente atraído por ela, ele também sabia que havia algo mais ali. Algo mais profundo e poderoso que fazia com que quisesse protegê-la e tê-la sempre por perto.

Com um suspiro pesado, Kevin acionou o portão da garagem para guardar o carro. Ele estava entrando quando percebeu que o carro do pai também estava ali.

Por que ele tinha voltado para a cidade no meio da noite? Kevin pensava que só chegaria da curta viagem de negócios na manhã seguinte.

Kevin então desceu e, quando se aproximou do carro do pai, percebeu que a lataria do lado esquerdo estava arranhada e o retrovisor não estava mais ali. Parecia ter sido... arrancado.

A verdade o atingiu como um murro no estômago.

Cerca de meia hora atrás, aquele carro tinha quase batido no dele e causado algo que poderia ser irreversível.

E era seu pai o motorista.

Nos instantes de desespero em que tinha tentado tirar sua caminhonete da pista, Kevin não reconhecera o carro. Aquilo nem passou pela sua cabeça quando pensou que iria se envolver em um acidente terrível com Rebecca ao seu lado.

Com as mãos trêmulas, ele começou a subir as escadas para a casa quando ouviu o som de algo se quebrando e um grito abafado.

Por um segundo, ficou paralisado, tendo a impressão que vivia o mesmo pesadelo de novo e de novo, em um loop infinito. Então ouviu a voz alta e embriagada do pai e foi brutalmente arrastado para a realidade.

Do Alto da TorreOnde histórias criam vida. Descubra agora