CAPÍTULO 27

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Meu terceiro mês em Seul desde que voltei com minha mãe se iniciou. Nossas primeiras semanas aqui foram tão exaustivas quanto imaginávamos, mas conseguimos comprar um novo apartamento, nada luxuoso, contudo, confortável o suficiente para nós duas. Ela conseguiu um emprego como bibliotecária em uma escola próxima de nosso condomínio e está tão feliz em poder voltar a trabalhar após cinco anos.

E eu? Bom, finalmente tomei a decisão de ir atrás da carreira que sempre quis: arquitetura.

ㅡ Já saiu! ㅡ TaeHyung disse quando atualizou a página pela centésima vez.

Estávamos diante do meu notebook no site da universidade esperando a lista de aprovados do vestibular que fiz semanas atrás para tentar ingressar na famosa Seoul National University neste próximo semestre.

ㅡ Ai meu deus! ㅡ falei sentindo meu corpo inteiro tremer de tanta ansiedade.

ㅡ Eu vou abrir. ㅡ clicou sobre a lista dos novos estudantes pondo-se a procurar por meu nome.

Me levantei e me distanciei deles, estou muito nervosa.

ㅡ Aqui! ㅡ Tae apontou para a tela com um sorriso alegre. ㅡ Seu nome está aqui! Parabéns meu amor!

Comecei a gritar com minha mãe que me abraçou e saltitou em comemoração.

ㅡ Você mereceu. ㅡ falou com orgulho, deixando-me ainda mais feliz e então beijou minha boca com um selinho tênue.

ㅡ Vamos sair para comemorar! ㅡ Minha mãe sugeriu ainda muito elétrica correndo ao seu quarto.

Assim fizemos, chamamos JiSoo, Hobi, JiMin, JungKook e fomos ao meu restaurante favorito. Nós tínhamos planejado ir a um karaokê também, mas minha mãe acabou desistindo por achar que eu estava bêbada demais. Só porque caí um pouquinho quando fui ao banheiro e acidentalmente entrei no masculino. Juro, eu estava ótima, entretanto não adiantou discutir e nós voltamos para casa.

Ao amanhecer da terça, acordei bem cedo para ir à universidade confirmar minha matrícula, mesmo estando com dor de cabeça pela ressaca. Após tomar um banho gelado, vestir roupas leves, segui para a cozinha. Todavia, antes de entrar no cômodo, ouvi a voz da minha mãe falando ao celular. Não seria nada de mais se ela não tivesse cochichado a seguinte frase:

ㅡ Você tem certeza disso TaeHyung?

A curiosidade me fez ficar parada onde estava para eu poder ouvir a conversa sem que ela me visse.

ㅡ Tudo bem, tudo bem. Eu só quero que você me prometa que não irá machucar minha filha, caso contrário, você já sabe né? Estou confiando em você.

O quê? Do que eles estão falando?

ㅡ Eu vou desligar, acho que ela já acordou. Tchau!

Para que ela não desconfie de que eu estava ouvindo sua conversa, demorei alguns instantes para entrar na cozinha como se nada tivesse acontecido.

Ela se assustou.

ㅡ Já está acordada? ㅡ sorriu enrijecida.

ㅡ Sim, eu avisei que iria à universidade. ㅡ falei seguindo até a geladeira, tentando camuflar minhas desconfianças e minha vontade de questionar sobre o que ela estava falando com o Tae. ㅡ Você volta que horas? ㅡ Continuou com a postura artificial.

ㅡ Não sei, mas não devo demorar. ㅡ respondi enquanto me servia um copo de suco.

ㅡ A senhora está estranha. ㅡ minha mãe sempre foi péssima em mentir ou em esconder algo.

ESTIGMAOnde histórias criam vida. Descubra agora