CAPÍTULO 36

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KIM TAEHYUN
G

Duas enfermeiras entraram no quarto em total desespero, encontrando-me caído no chão ao lado da cama.

ㅡ Senhor Kim? O que aconteceu? O senhor está bem? Porque apertou o botão de emergência? ㅡ uma delas correu em minha direção ajoelhando-se em minha frente, sem se importar com minha completa nudez, coberta por uma simples toalha.

ㅡ Onde está seu acompanhante? ㅡ a outra indagou.

ㅡ Ele desmaiou no banheiro!

Bom, isso mesmo. JiMin desmaiou.

Ele caiu mole como uma slime assim que viu minhas cirurgias quando foi me ajudar com o banho. Obrigando-me a correr, coberto apenas por uma toalha a fim de chamar por ajuda. O que resultou em uma desastrosa queda ao pé da cama, por eu ainda não conseguir caminhar direito.

Tudo começou assim:

ㅡ Você está me apertando caralho. ㅡ reclamei com um gemido.

ㅡ Eu não tenho culpa se você é grande assim. ㅡ JiMin rebateu ofegante.

ㅡ Tira a mão daqui, você está apertando minha cirurgia! ㅡ gemi quando ele apertou com força minha cintura próximo do local, enquanto tentava, desastrosamente, me dar apoio para me levar ao banheiro.

ㅡ Desculpa. ㅡ afastou a mão, mas o loiro oxigenado afastou o corpo também, fazendo-me desequilibrar e quase ir de cara com o chão. ㅡ Desculpa. ㅡ pediu assustado voltando a me segurar.

ㅡ Só acaba logo com isso. ㅡ pedi sem paciência.

No banheiro, ele me colocou sentado sobre uma espécie de banco e eu finalmente me vi longe de seus cuidados. Não tão longe como queria, mas pelo menos não vou precisar dele por agora.

ㅡ O que você está fazendo aqui ainda? ㅡ perguntei o vendo recuar até a porta, onde se escorou e me observava dali com os braços cruzados.

ㅡ Eu prometi para _____ que não tiraria os olhos de você por segundo sequer. ㅡ explicou mostrando um sorriso mínimo.

ㅡ Ah, porra JiMin. ㅡ reclamei indignado.

ㅡ Nem se você estiver cagando. ㅡ complementou risonho fazendo-me suspirar em total insatisfação.

ㅡ Some daqui, por favor.

ㅡ Ah, o ogro sabe que a palavra por favor existe. ㅡ debochou.

Revirei os olhos tirando a camiseta branca de meu torso jogando-a em sua direção. Sem alguma timidez, puxei a calças para baixo sentindo dificuldade na hora de passar a barra pelo curativo por medo de machucar ali. Mas enfim, retirei a peça junto a cueca.

JiMin deu uma risadinha ali da porta chamando minha atenção para ele. Quando eu o olhei, ele arqueou uma das sobrancelhas com um sorriso todo safado.

ㅡ A natureza foi bem generosa com você. ㅡ falou com um tom de graça, porém era impossível ignorar sua malícia.

"Ah, cuidado para não deixar o sabonete cair, sabe como é né, acho que o JiMin corta para os dois lados."

A frase de _____ ecoou em minha mente.

ㅡ Cai fora! Seu pervertido. ㅡ falei cobrindo meu pau com a toalha que estava dobrada sobre a bancada de mármore à minha frente.

Ele gargalhou sem sair do lugar.

Preferi ignorar e voltar a atenção ao meu corpo, retirando os esparadrapos que seguravam as gases sobre os pontos, na lateral de minha barriga e depois faço o mesmo com o curativo da coxa, deixando expostas minhas cirurgias.

ㅡ Vem, me ajude a ir para o box. ㅡ chamei pof JiMin, que caminhou até mim.

ㅡ Que gostosinho senhor Kim, _____ é uma mulher de sorte. ㅡ brincou ainda com aquele tom de provocação ridículo.

Contudo, logo o seu riso debochado se desfez e sua face tornou-se tensa quando seu olhar se prendeu em meu corpo.

ㅡ Para de me olhar assim. Ele não me respondeu, sua face perdeu a cor e ele cambaleou para trás.

ㅡ JiMin! ㅡ chamei ao perceber sua letargia se intensificando. Ele estava passando mal!

ㅡ Eu acho que vou desmaiar. ㅡ falou apoiando-se na bancada atrás de si e então JiMin vai caindo lentamente.

ㅡ Porra JiMin!

E foi assim que ele apagou.

ㅡ Desculpa TaeHyung. ㅡ disse da poltrona do acompanhante, quando me viu saindo do banheiro com a ajuda de um enfermeiro após meu banho.

ㅡ Tudo bem, isso acontece.

ㅡ Eu não imaginei que isso ia acontecer.

ㅡ Eu já disse que está tudo bem. Entretanto, aquilo foi só o começo da noite.

JiMin era um péssimo acompanhante, todo desastrado.

Na hora do jantar, quando ele "carinhosamente" tentou me obrigar a comer os brócolis após eu dizer detestar, misteriosamente ele acabou embolando-se na mangueira de soro que estava ligada à minha mão. O que acabou retirando a agulha do lugar e novamente tivemos que recorrer à ajuda de um enfermeiro.

Por mais que JiMin fosse um desastre e me irritava um pouco, não vou mentir estar grato por ele vir. Pois, graças a sua presença atrapalhada, não tinha tempo para me torturar com as lembranças da noite em que tudo aconteceu. Não tenho tempo para me preocupar com a prisão de YoonGi, com a morte de Josh, com o bem-estar de Gabrielly e suas filhas, em como deve ter sido difícil para _____ e principalmente com meu pai. Tudo isso era tão estressante e lembrar disso, pensar nisso, me machucava.

Dias se passaram e finalmente o dia da minha alta chegou. Esse tempo no hospital foi muito importante para mim, pois foi onde percebi que estou cercado de pessoas que se importam comigo e me apoiam. Até mesmo senhor Jung, meu chefe que onde está sempre cheio de trabalho, reservou seu final de semana para fazer uma visita a mim. E _____, nem se fale, se antes não duvidava de seu sentimento por mim, hoje duvido menos ainda. Ela sempre estava sempre fazendo tudo o que podia para cuidar de mim e isso me fez ter mais certeza de que o universo me mandou a pessoa certa. Ela me faz muito bem.

ㅡ Chegamos. ㅡ minha namorada anunciou quando estacionou o carro na garagem.

ㅡ Finalmente, estava com saudades de casa. ㅡ falei com um largo sorriso, retirando o cinto do meu corpo.

Ela sorriu de volta e então saiu do carro, sendo eu o próximo a deixar o automóvel. Eu já conseguia caminhar sozinho, mancava um pouco, mas me sustentava muito bem.

ㅡ Quer ajuda? ㅡ indagou enquanto se ocupava em pegar minha mala no banco de trás.

ㅡ Não se preocupe meu amor.

ㅡ Você não tem noção do quanto eu ainda fico quentinha por dentro quando você me chama de amor. ㅡ confessou com um sorriso bonito e é impossível ignorar o brilho em seus olhos, me arrancando um sorriso apaixonado.

ㅡ Eu te amo. ㅡ depositei um selinho em sua boca quando ela parou ao meu lado com a mala em mãos.

ㅡ Eu também te amo. ㅡ devolveu tanto a declaração quanto o pequeno beijo.

Então nossos olhos se prendem um no outro e um sorriso abobalhado toma nossos lábios por um longo período.

ㅡ Okay, vamos parar de tanta melação e entrar, pois como dizem, amor não enche barriga e eu estou morta de fome. Minha mãe já deve estar nos esperando para almoçar. ㅡ se apressou a chegar logo à porta, esquecendo que eu não conseguia acompanhar suas passadas ligeiras.

_____ sendo _____.

Meu Deus! Como eu amo essa mulher!


ESTIGMAOnde histórias criam vida. Descubra agora