Capítulo 4

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Narração do Adrien:

Consegui sair de casa sem ninguém perceber. Mesmo sem meus poderes, ainda possuo a agilidade de gato que aprimorei com o tempo. Tomei um ônibus e logo estava em frente ao prédio onde Marinette morava. Então, aquela sensação estranha voltou: meu coração parecia uma banda de percussão e eu não sentia minhas pernas. O que estava acontecendo comigo? Seria algum efeito pós-miraculous?

Quando finalmente consegui me mexer, entrei no local e segui para o elevador. Marinette morava no quinto andar. Quando as portas abriram vi o Nino parado na minha frente. Provavelmente esperava o elevador.

Ele me encara por um tempo, aparentemente incrédulo.

Nino: Adrien? O que faz aqui? – ele faz uma cara engraçada, mas logo desmancha, dando lugar a um sorriso sarcástico – Veio ver a Marinette?

Percebi seu tom e virei um tomate maduro. Em que momento ela passou a mexer tanto comigo?

Nino: Tô vendo que sim... – ele esconde, sem sucesso, um sorriso malandro – boa sorte com sua crush! – diz enquanto eu saio do elevador.

Me detenho com o pensamento. Eu estava com saudades dela. Apenas isso.

E repeti esse “lema” em minha mente até a porta do apartamento.

Bati na porta enquanto consultava a hora em meu relógio de pulso, eram 16:27. De dentro do apê, pude ouvir gritos como “devolve meu celular”, “tá namorando” e “tá esperando alguém, Marinette?”. Comecei a me perguntar se essa foi uma escolha segura...

Passaram mais uns segundos chamando pela Marinette, então ouço o barulho da porta destrancando. Lá vai o meu coração, pulando novamente! O que há comigo, afinal?

Alya abre a porta com Chloé atrás fazendo cara feia. Confesso que meu coração deu uma murchadinha, mas achei promissor... pelo menos elas não poderiam ouvi-lo ao longe. As duas percebem a minha presença e se entreolham. Depois, oscilaram entre minha mala e seus rostos. Devem estar estranhando minha presença. De repente, elas param de se virar dão um sorriso idêntico ao do Nino e gritam “Finalmente a Marinette tomou coragem!”.

Ouço um barulho alto vindo de uma porta depois da cozinha e vejo Marinette correr a toda velocidade (derrubando um ou dois copos de plástico no caminho).

Ofegante, ela diz:

Marinette: Coragem? Do que vocês estão falando?

Alya: Do Adrien, ué!

Chloé: E eu pensando que você desistiu… melhor pra mim, assim o Luka fica livre - diz cruzando os braços.

Durante o diálogo, apenas encaro sem entender. Perdi a paciência, pigarreei e disse:

Adrien: Poderiam me explicar?

Alya: Não me diga que ele não sabe, Mari?

Me viro para Marinette. Ela balançava a cabeça e ficava vermelha de vergonha. E, novamente, meu coração resolveu dançar! Ah, fala sério, eu não sou tão eufórico assim. Nem com a Ladybug!

Esse último pensamento me paralisou. Nunca me senti assim com a ladybug. Por que com a Marinette? O que houve comigo?

Saí de meus pensamentos e exigi a explicação novamente:

Adrien: Se eu não sei, contem!

Elas me convidam para entrar. Me sento no sofá com Chloé de um lado, Alya do outro e Marinette numa poltrona na frente.

Alya: A Mari passou o colegial inteirinho gostando de você, Adrien. Tentava se confessar, mas faltava coragem e, às vezes, oportunidade.

Fiquei em choque.

Chloé: Mas ela te esqueceu quando o colegial acabou.

Meu choque aumentou.

Marinette: Você tá bem?

Não sabia o que dizer. Jamais poderia imaginar. E não entendo porquê me magoou tanto saber que ela me esqueceu. Eu amo a Ladybug. Acho que um choque se misturou ao outro...

Continua...

Segredos de Dias de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora