Tempestuoso

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"Eu trabalhava até tarde, mas você não esperava

Meus ossos doem e estou arrumando a sala

Às vezes eu nem sei porque eu me importo

Me sento e tiro minha maquiagem

Me Deito, mas você não acorda

Às vezes me pergunto se você sabe que eu estou lá"


TEMARI NARA


Eu não imaginava a vida que teria após me casar e mudar definitivamente para Konoha. Além da mudança drástica na minha rotina eu ainda tinha que aturar a presença constante da minha sogra em nossa casa.

No começo eu ainda relevava, ela havia perdido o marido na guerra, só tinha Shikamaru de filho e o bajulava como se ainda fosse criança, porém com o tempo sua presença constante e sua mania de criticar absolutamente tudo o que eu fazia era desgastante.

E as coisas pioraram quando Shikadai nasceu, ela tinha um amor quase obsessivo pelo neto a ponto de querer ficar com ele quase 24 horas por dia.

— O que está fazendo? – sua voz me fez fechar os olhos e respirar fundo.

— Estou fazendo um suco de tâmaras para o Shikadai.

— Tâmaras? Não, não... Ele não pode comer isso .. é muito pequeno e também é uma fruta estranha e com um gosto horrível.

Respirei fundo e contei até dez.

— É uma fruta muito comum em Suna, sogra – disse tentando manter a calma – Minha mãe sempre fez sucos dela para mim e meus irmãos.

— Mas não estamos em Suna, estamos?

— Não, infelizmente não estamos – se estivéssemos a senhora teria que me respeitar.

— Eu vou preparar um suco de manga para ele – ela se levantou e veio na minha direção ignorando completamente minha indireta.

— Manga deixa o Shikadai irritado e também da cólicas.

— Eu criei meu filho e sei o que posso ou não posso dar para o meu neto.

Engoli mais alguns sapos e forcei um sorriso.

— Então a senhora faz o suco e eu vou dar um banho nele.

— Mas ele está dormindo tão gostoso.

— Ele só dorme, está calor, ele está suado e começando a ficar assado. Vou dar um banho nele. Com licença.

A ouvi resmungando enquanto continuava a caminhar com meu filho nos braços.

— Okassan...

— Vamos tomar um banho meu amor, está muito quente.

— Está bem – ele coçou os olhinhos e se aninhou mais uma vez em meu pescoço.

Enquanto dava um banho em Shikadai comecei a pensar em tudo o que havia aberto mão para estar ali. Eu tinha um cargo de confiança em Suna, era conselheira do Kazekage, milhares de homens estavam aos meus pés, eu podia fazer o que quisesse e ter o que quisesse. Lá todos me respeitavam, eu passava na rua e algumas pessoas me reverenciavam.

Mas em Konoha, o que eu era? A esposa do conselheiro do Hokage, esposa do estrategista da quarta guerra ninja... Esposa e mãe, eu era apenas isso.

Por um triz - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora