Música - Fukunaga Shohei

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Abatida.

Era a melhor palavra que Fukunaga podia usar para resumir a amiga naquele momento.

Ainda podia lembrar daquela sexta feira, eram dez da noite quando ele acordou com seu celular tocando e o nome da garota ocupando a tela.

Qualquer sono foi banido quando a ouviu em prantos do outro lado da linha. Ela mal conseguia falar, mas ele já fazia ideia do que se tratava. O pai da garota.

O pai de (Nome) estava internado já faziam alguns dias e sua mãe estava com ele, fazendo com que (Nome) ficasse na casa de uma tia.

Ele uma vez a assegurou de que o homem ficaria bem, mas pelo estado em que a amiga se encontrava o que aconteceu foi exatamente o contrário.

Trocou de roupa as pressas, sem se importar se as suas calças combinavam ou não com seu casaco do clube de vôlei. Assim que alcançou seu par de chinelos ele correu ao encontro de (Nome).

Ela já o havia abraçado antes, mas nenhum deles tinha sido tão apertado quanto aquele. Tão apertado e tão necessitado. Sua cabeça enterrada em seu ombro enquanto ela chorava.

Shohei lhe deu alguns tapinhas nas costas com uma mão, com a outra ele segurava a cabeça da amiga.

Já fazia uma semana que isso havia acontecido. (Nome) tentava levar a vida, indo para o colégio e participando das atividades do seu clube.

Mas tentar fazer as coisas como o habitual era difícil quando todos a olhavam com pena. Aquelas simples palavras "Dói, não é?" que as pessoas diziam ao lhe abraçar era como cutucar a ferida e deixá-la cada vez mais funda.

Ela já não almoçava na sala com os outros. Fukunaga perderá a conta de quantas vezes a encontrou no terraço ou atrás da escola chorando.

Ele apenas se sentava lá com ela. Deixando que ela apoiasse a cabeça em seu ombro enquanto passava o braço ao seu redor.

Ambos ficavam ali, apenas existindo e observando o cenário ao redor até que ela enfim se acalmasse ou ele acabasse por juntar seus materiais para que ela fosse embora mais cedo.

Aquela era uma visão horrível. (Nome) tinha um dos sorrisos mais brilhantes que Sohei já havia visto, era horrível não vê-lo mais e não conseguir fazer nada que o trouxesse de volta.

Fukunaga estava em seu quarto, o teto do lugar podia não ser exatamente o mais interessante, mas ele continuava a encará-lo como se fosse obter alguma resposta.

Estava usando seu fone de ouvido enquanto repousava deitado com os braços atrás da cabeça e ouvia suas músicas. As vezes se perguntava o que seus colegas de time pensavam que ele ouvia e se ficariam surpresos ao ver que suas playlists continham apenas Death Metal.

Fukunaga não se considerava exatamente como um fã do gênero. No entanto ele gostava do ritmo. Era bom para desestressar.

Foi então que a ideia lhe ocorreu, tão de repente que o fez sentar-se na cama.

Após algumas batidas ele abriu a porta do quarto de (Nome). A amiga estava deitada na cama ainda de pijama, seus olhos estavam inchados.

Sentou-se ao lado dela com o fone e o celular em mãos, assim que a garota se pôs ao seu lado ele lhe entregou o fone.

- Música acalma. - Ele disse simples. Como se aquela fosse toda a explicação necessária.

Mesmo um tanto perdida, ela ajeitou o fone em seus ouvidos e Fukunaga ligou a música. Uma ligeira expressão de surpresa surgiu em seu rosto, mas ela logo se desfez enquanto encostava as costas contra a parede.

Ambos ficaram assim por um tempo. Até (Nome) enfim levar o fone ao seu colo. Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto, era apenas um levantar dos cantos dos lábios, mas era um começo.

- Não sabia que gostava desse tipo de música.

A parte da música foi baseada em um headcanon que vi certa vez no tumblr. Espero que ele não tenha ficado fora do personagem.
Apenas para reforçar: essa one é mais sobre amizade e apoio do que romance.
E a música, bem... Eu pensei que ela combina com o clima da história.


Haikyuu!! - Coletânea de ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora