"Apenas me conforte..." - Koushi Sugawara

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História dedicada a duas pessoas. A primeira e mais importante: Edite Tereza. Mulher, irmã, mãe, professora, diretora e, acima de tudo, a melhor avó que eu poderia ter.
E a segunda é M4rionetedavid4. Pessoa chata que não largou o osso até grande parte das minhas estórias estarem postadas.

Esse capítulo pode abordar um tema sensível para algumas pessoas.

    Aquele era o pior dia da vida de (Nome). O dia em que perdera sua avó. Por conta da idade? Por causa de alguma doença? Ela não sabia dizer ao certo. Sua mente estava confusa demais para se focar em algo que não fosse o pensamento do quanto aquilo parecia ser injusto. Esteve com sua avó na noite anterior, ela parecia tão bem. Mas agora... Nunca mais.

   Até o céu estava fechado. A chuva era forte, como se o céu também chorasse pela perda.

   Pessoas e mais pessoas chegavam, parentes e amigos da velha senhora que agora era velada.

   Abraçavam (Nome), apertavam-lhe a mão e davam seus pêsames, mas não pareciam suficientes para lhe consolar. Ela apenas agradecia quase que de maneira robótica e logo voltava para o seu lugar.

   Ela olhava para a porta com o olhar vazio, estava esperando por alguém, no entanto a pessoa pela qual esperava não aparecia.

   Algumas horas mais tarde (Nome) olhou novamente para a porta, dessa vez com a visão embaçada pelas lágrimas. Ela perdera a conta de quantas vezes havia chorado naquele dia, naquele lugar.

   Era hora de ir para casa e ele não havia aparecido. Ela já devia esperar por isso, ele não iria largar um dia inteiro de aula na sua universidade apenas para acabar no meio de um clima péssimo como aquele. Ela não podia culpa-lo, ela queria estar em qualquer lugar, mas não ali.

   E assim, ela foi para casa...

    Era noite e a chuva não dava sinal de trégua. (Nome) estava em seu quarto, queria apenas ficar quieta, deitada em sua cama, enrolada em sua coberta. Seu celular estava ao seu lado, ouvir música estava sendo sua válvula de escape.

   Ouvira o barulho do trinco, olhou para a porta que era aberta lentamente por sua mãe.

- Ei. - A mulher disse em um tom doce - Está bem? - (Nome) olhou para a janela, sem dizer nada. Isso fora suficiente para que a mulher tivesse sua resposta - Você quer ficar sozinha ou quer companhia?

- A sua? - Perguntou. Aquela não parecia uma ideia tão ruim.

- Bem... Tem alguém aqui que quer ver você.

   A mulher sumiu de vista e um garoto alto e de cabelos cinzas entrou no quarto, deixando uma mochila escorregar de seu ombro até cair no chão.

   Parecia que havia corrido na chuva, seu moletom e cabelos estavam levemente molhados.

   (Nome) levantou o tronco, apoiando-se nos cotovelos.

- Koushi. - Ela chamou enquanto ele fechava a porta e se aproximava da cama.

- Desculpe. - Ele disse, se sentando próximo a ela - Eu não consegui uma carona mais cedo... Desculpe por não estar lá.

   Ele envolveu a namorada em um abraço apertado, como se quisesse impedir que ela desmoronasse diante dele.

-Eu sinto muito. Muito mesmo... - Ele começou e (Nome) se aconchegou como se aquele abraço fosse o seu primeiro, no entanto era o que ela mais precisava - Eu sei o quanto vocês eram próximas...

- Pare. - Ela o interrompeu - Koushi... Eu não quero ouvir isso. Não agora.

- Desculpe... Eu... Eu nunca sei o que dizer em situações assim…

- Então não diga nada. - (Nome) disse com a voz chorosa, apertando o casaco do namorado entre seus dedos - Apenas me conforte... Por favor...

    Koushi não disse nada, mas deu a ela um longo e carinhoso beijo na testa.

   Sua mão subia e descia pelas costas de (Nome) enquanto ela tentava não chorar.

   Ambos ficaram assim até que a garota se acalmasse e pegasse no sono. Sugawara deitou-se ao seu lado e também adormeceu.

   Teriam um longo dia assim que amanhecesse, com a despedida final de (Nome) a avó. Ela precisaria dele agora mais do que nunca e dessa vez ele estaria lá.

Haikyuu!! - Coletânea de ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora