05: Amizades e amizades...

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AVISO: O capítulo a seguir contém cenas de bullying com agressão física e verbal. Em sentido algum, esta fanfic ou o autor apoia tais atos. Em caso de ter sido vítima de bullying, seja ele de qualquer forma, incentiva-se que procure algum responsável, o quanto antes, para que se conte o ocorrido e tudo seja resolvido. O silêncio nunca é um bom amigo nessas horas. Lembre-se sempre de que você tem uma voz. Faça com que ela seja ouvida.

"Não senhor, bem, não quero mais ser a culpada. Não mais. É a sua vez, então sente-se, estamos marcando o último ponto. E, por que gostamos tanto de machucar? Não consigo decidir. Você deixou isso mais difícil só pra continuar. E por quê? Todas as possibilidades, bem, eu estava errada. É isso o que você ganha quando deixa o seu coração vencer! [...] Afoguei todos os meus sentidos com o som disso batendo. E é isso o que você ganha quando deixa o seu coração vencer! Me pergunto: como eu deveria me sentir quando você não está aqui? Porque eu queimei toda ponte que eu já construí quando você esteve aqui. Ainda tento me prender a coisas bobas, nunca aprendo. Oh, por quê? Todas as possibilidades que tenho certeza que você ouviu."
— 'That's What You Get', Paramore

"Não te quero de volta. Não volte, acorde! Estamos terminados para sempre. As lágrimas que chorei por você são o meu último presente para você. O que está feito está feito. [...] Você me odeia agora, mas nunca pôde me esquecer. Você já perdeu a sua chance. [...] Não me procure. Não apareça. Aquele que me deixou, menininho, foi você. Por favor, não me procure. Não me ligue. Te avisei que você iria se arrepender disso, seu idiota. Oh, estou farta de você."
— 'DONE161201', CL

"Quem me levou a me trancar na escuridão? [...] Quais sonhos tristes me fizeram chorar tanto? Ficarei bem. Encontrarei o caminho. O desejo que queimou como uma chama em meu coração. Ficarei bem. No final do céu azul, ponha suas mãos para o alto e chegue um pouco mais perto por mim. Não pare de voar alto no céu [...] até que me encontre. Não pare de correr até o final do Sol [...] até que me encontre. Confie em mim, abra suas asas, então não pare de voar alto no céu [...] até que me encontre. Até as nuvens além do horizonte me abraçam e me ajudam. Eu vou conseguir. Mesmo se eu cair além do limite, sem parar, eu tomo coragem até que você me encontre."
— 'Find Me', Taeyeon

"Me liberte para que eu possa respirar nesta paisagem, passando livremente. Como cantar uma canção, quero dizer a mim mesma essas palavras: 'eu me amo. Confio em mim mesma.' As palavras que eu não tinha para mim mesma antes me trancaram nesta noite escura, deixando apenas solidão, que não adormecerá. [...] O que eu não tinha por mim mesma antes. Olhe para mim que aguentou a longa escuridão. Não me escondo mais, mesmo se a noite vier novamente, eu tenho a mim mesma do meu lado. Sobre o céu que será brilhante, me tornarei aquela luz que se abre e voa. Algum dia, se eu puder apenas dizer a mim mesma que eu me amo e confio em mim, você se lembrará disso? Eu confio em mim mesma. Lembre disso, eu me amo e confio em mim mesma. As palavras que me segurarão."
— 'Dear Me (내게 들려주고 싶은 )', Taeyeon

"No fim de um dia vazio, todos ocupadamente retornam de algum lugar. No céu noturno vermelho, eu desapareço em meio à escuridão pouco a pouco. Aquelas muitas luzes faiscantes, não há uma única luz que seja minha. Debaixo da fria sombra sozinha, como se não estivesse lá desde o início. [...] Não preciso de ninguém. Lindo você, adeus agora. Se tornando mais distante, passo a passo. Inesquecível você, minha tragédia."
— 'My Tragedy', Taeyeon

Alguns anos se passaram. Seokjin se encontra com quinze anos, está no primeiro ano do Ensino Médio e adotou um topete que usa a todo tempo, menos na escola, por ser considerado fora das normas. Durante todos esses anos, Hoseok esteve ao lado do amigo em todas as consultas de fisioterapia, em todas as trocas de próteses, em todas as situações que teve que enfrentar preconceito. A amizade dos dois adolescentes cresceu e se intensificou ainda mais com o passar do tempo. O Kim amadureceu bastante também. Sua escola abriu um projeto para ensino da língua francesa e o menino se inscreveu. Nas aulas de Francês, pôde se aproximar de Jang Sungeun, uma menina de dezesseis anos por quem sentia atração.
Jang Sungeun, por sua vez, era tão tímida quanto Seokjin, mas disfarçava com o selo de antissocial que levava. A menina tinha cabelos ondulados escuros que alcançavam um pouco abaixo de seus ombros. Usaria maquiagem e roupa escuras se pudesse, mas sabia que também ia contra as normas da escola, então vestia seu uniforme como todos os outros alunos.
— Terra para Seokjin! — Kim Sungchan sussurrou estalando os dedos na frente do rosto do amigo.
— Ãh? O quê? — despertou de seu transe. Estava na sala de aula, sentado em sua carteira que ficava do lado esquerdo de um de seus melhores amigos, Sungchan.
— Você tava babando na Sungeun de novo! — o repreendeu por medo de que Seokjin fosse chamado atenção ou que seus sentimentos pela amiga fossem descobertos.
— Não tava, não.
— Me engana que eu gosto, Kim Seokjin!
— Seokjin tava no mundo da lua, sonhando com a Sungeun outra vez? — Byun Baekhyun, outro dos melhores amigos de Seokjin que sentava atrás da carteira de Sungchan entrou na conversa.
— Não tava! — reclamou falando baixinho, mas já se exaltando.
— Eu vou morrer de velho e não vou ver Seokjin falando com a Sungeun. — Sohn Hyunwoo, o último membro do quarteto, que sentava ao lado de Baekhyun e atrás de Seokjin, comentou.
— Gente, vamos prestar atenção na aula, vamos? — Seokjin mudava de assunto, desesperado.
— Ih, ó lá! — Hyunwoo destacou — Foi só tocar no assunto que ele já ficou nervosinho e começou a suar! — apontou para a gola do uniforme de Seokjin, que mostrava manchas de suor.
— Eu quero sumir. — Seokjin jogou a cabeça com força na mesa e cobriu a mesma com os braços.
— Chega, chega. Parou, todo mundo. — Sungchan pediu, ao ver o amigo desconfortável.
Seokjin apertou a mão de Sungchan como sinal de agradecimento, ainda sem levantar a cabeça.
— Vai babar ovo de amigo assim em outro lugar, Sungchan. — Hyunwoo reclamou.
— Faz um favor e fica quietinho aí, Hyunwoo. Na moralzinha, mesmo. — Baekhyun pediu com deboche.
— Vocês são muito gados uns dos outros. Deus me free!
— Sohn Hyunwoo! — o professor que estava escrevendo no quadro o chamou. Seokjin levantou a cabeça imediatamente, por medo de ser repreendido — Existe alguma coisa que queira compartilhar conosco, já que parece ser mais importante e interessante que a minha aula?
— Não, senhor. Vou ficar quietinho, professor Park.
— Assim espero. — voltou a escrever.
— Vocês são uns malditos! — reclamou com os amigos, cochichando.
— Shh!!! Silêncio, Sohn Hyunwoo! — Baekhyun brincou, como se o amigo estivesse o incomodando.
— Ah, faça-me o favor, Baekhyun! Cala a boc...
— Professor Park, o Sohn Hyunwoo está me perturbando! — Baekhyun se levantou e falou alto o suficiente para que todos na sala ouvissem.
— Sohn Hyunwoo, me acompanhe até a sala da diretora, por gentileza. — O professor o convidou.
— Eu odeio vocês! — cochichou para os três amigos e se levantou, saindo da sala em seguida, junto com o professor.
— Valeu, gente. — Seokjin agradeceu aos amigos por sempre o defenderem e protegerem.
— Jin, na boa, por que você ainda fala com o Hyunwoo? Ele te persegue desde o primeiro dia que você começou a estudar aqui! — Baekhyun perguntou.
— Achei que vocês também gostassem dele...
— Não. A gente tolera ele, porque você fala com ele. Mas ele só sabe deixar as coisas desconfortáveis, além de ficar incomodando e perturbando. — Baekhyun continuou.
— Você também pensa assim, Chan?
— É, Jin. Não tem como defender o Hyunwoo e nem como entender essa sua vontade de ter ele por perto. — Sungchan respondeu.
— É que... sei lá, gente... eu sinto que o Hyunwoo gosta de mim também. Ele só... não sabe expressar da forma correta, eu acho. E, além disso, o Hyunwoo é descolado, joga no time da escola, é desinibido, bonito... ele é tudo o que eu sempre quis ser...
— Meu Deus, seus padrões de meta de vida me assustam, Jin. — Baekhyun expôs seus pensamentos com honestidade como sempre fez.
— Deixa ele, Byun! — Sungchan deu um peteleco de brincadeira no amigo.
— Me erra, Kim! — o beliscou, também brincando.
— Vocês dois parecem mais um casal do que muitos casais que eu conheço! — Seokjin falou humorado.
— É que aqui é muito bromance, irmão! Tá ligado? — Baekhyun abraçou Sungchan por trás com dificuldade, por conta da mesa entre os mesmos.
O som da porta se fechando chamou a atenção dos alunos que estavam dispersos, fazendo com que voltassem a sentar corretamente em seus lugares. O professor entrou e terminou de escrever a matéria no quadro.

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