Amigos de verdade

13: Halloween: Parte 4 - Telefonemas e conexões

"Tenho que dizer, estou me sentindo melhor do que deveria. Não tenho muito, mas sei que a vida é sempre boa! Oh, chegue aí, traga alguns amigos, vamos curtir um pouco. Não tenho muito, mas agora estou me sentindo bem! [...] Vamos erguer os seus copos para o melhor e para o pior! Essa é para o sentimento que você não consegue pôr em palavras! [...] Temos essa noite! Para sempre seu, para sempre minha. Estou me sentindo bem! Me sinto anestesiado! Estou me sentindo como se nunca fosse ficar mal!"

— 'Never Coming Down', If I Stay (Original Soundtrack)

"Tarde da noite assistindo à televisão, mas como chegamos à essa posição? É cedo demais, sei que não é amor, mas preciso te contar uma coisa: eu gosto muito, muito, muito, muito, muito, muito de você! E quero você! Você me quer? Me quer também?"

— 'I Really Like You', Carly Rae Jepsen

Ao final daquele dia, após Hyunwoo ter feito a sua rota de sempre: acompanhou Sungeun até a casa da menina para depois ir para a sua. Quando estava na esquina da rua da Jang, a segurou antes de se despedir.

— Obrigado mais uma vez por tudo! — agradeceu o dia anterior e sua festa de forma sincera e tímida. Mal conseguia a olhar nos olhos. Deu graças a Deus por já estar anoitecendo e a menina não ver seu rosto ruborizado.

— Fico feliz que tenha gostado! — num ato de coragem involuntária e inesperada, a menina ficou na ponta dos pés e depositou um beijo rápido na bochecha do Sohn — Boa noite, Hyun! — sorriu e correu para casa.

Hyunwoo ficou estático. Sorriu, pois havia se assustado com o ato. Não estava esperando por isso. A última vez que havia sido beijado foi por sua mãe. Sorriu com a lembrança, mas se deu conta de que talvez Sungeun poderia estar gostando de si. Congelou. Não era possível, era? Riu. É claro que não! Sungeun não gostaria dele. Ninguém gostaria. Além do mais, beijos na bochecha era uma coisa comum entre os amigos... não era? Ou não? Sim. Definitivamente era apenas amizade. Não poderia ser mais que isso. Não tinha como.

Chegou à sua casa e seu pai desligou a televisão imediatamente e correu para seu encontro, completamente animado.

— E aí? Como foi? Fala tudo!

— Do que o senhor tá falando? — perguntou assustado, já encolhido em posição de defesa.

— Das garotinhas que você tá pegando! Fiquei orgulhoso quando a mãe de uma delas veio aqui ontem perguntar se eu deixaria você ir dormir na casa da filha dela! Pensei: "Esse é o meu filhão! E que mãe moderna, né?" E aí ela disse que mais duas iriam dormir junto e eu pensei: "Três de uma vez só? Esse menino está imparável!" Como foi? Foi com as três ao mesmo tempo?

— O quê? — agora Hyunwoo entendia o porquê do pai ter o liberado de tão boa vontade.

— Você usou camisinha, não é, moleque?

— Pai!

— Tudo bem se divertir, mas filhos agora não! Se bem que seria problema da garota. Quem mandou engravidar, né?

— PAI! — O rapaz estava farto dos absurdos que seu pai estava dizendo. — Não aconteceu nada disso que o senhor está pensando. Não fiz nada com nenhuma das três, além disso não teria como comprar camisinha, já que não vendem isso pra menores de idade! O senhor sabe disso!

— Mas nem uns amassos, Hyunwoo?

O garoto sabia que se dissesse que não, seu pai o ofenderia e acabaria com a graça daquele dia que tinha sido perfeito. Então decidiu distorcer a verdade mais uma vez.