capitulo 3

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Asher

  Ok, flores e chocolates podem ser  clichê mas é a primeira coisa que me veio a cabeça para uma declaração. O botão da campainha estava a poucos metros de mim, mas eu estou tremendo até o último fio de cabelo.

-Vamos lá Asher! Se declarar para uma garota não é tão dificil assim.-Olho para as rosas vermelhas e a caixa em formato de coração com bombons dentro.-Isso é patético, só irei pagar mico.

Me viro para ir embora e passar a noite chorando por eu ser um completo covarde, mas o som da trava da porta sendo destrancada me paraliza no momento.

-Asher?-A voz suave de Elizabeth me chama.-O que faz aqui?

-Eu...eu vim...é...-Gaguejo chegando mais perto dela.-Desculpe.

-Está cheiroso.-Dou um sorriso pelo elogio.-Quer entrar? Está frio aqui fora.

-Ah, sim.-Entro na casa rapidamente sem conseguir esconder meu nervosismo.-Seus pais estão?

-Não, estão viajando a trabalho mas voltam logo hoje.-Ela coloca uma mecha do seu cabelo loiro para trás.-Essas flores são para mim?

-São, claro!-Lhe entrego gentilmente.-Os bombons também são. Chocolate com amendoim, seus preferidos.

-Oh, Asher...que gentil.-Ela olha para mim por um tempo como se estivesse me analisando, e isso me deixa tremendo mais do que antes.-Você quer dizer algo Asher? parece apreensivo.

-Bom eu quero sim.-Me encosto na porta.-Só que estou com medo da sua resposta.

-Eu te conheço a muito tempo e posso dizer que você é o amigo mais corajoso de todos.

-Mas não quando se trata de declarações.-Falo sem rodeios e fico com a postura reta.

-Asher, você ta querendo me di...

-É, isso.-A interrompo.-Eu estou apaixonado por você  completamente louco por você. então eu só quero te fazer uma unica pergunta, só uma...aceita namorar comigo?

-Amigo...é...estou supresa mas é que...- ela joga os chocolates e as flores em cima de uma mesinha de vidro no corredor.-Eu não posso aceitar me desculpa, você é uma ótima pessoa mas não dá. E até aceitaria mas... não vai rolar desculpa.

-Por que?-coloco as mãos em seu ombro.- Se você aceitaria porquê  não me dá uma chance?

-Tente entender Asher, eu não posso...

-É por causa do que houve com sua irmã, não é?-Ela olha nos meus olhos assentindo.-Você não pode deixar que isso te afete, lizzy! Bola pra frente você tem que seguir sua vida!

-Cale a boca Asher!-Pega na minha gola da camisa me trazendo para perto de si.- É fácil dizer isso quando não foi você que passou por aquela situação. Você nunca vai saber oque é ver sua irmã implorando por ajuda, com alguém em cima de você o impedindo de fazer algo, e lhe fazer sentir suja e violada pelo resto de sua vida!

-Me perdoe Elizabeth eu...

-Não.-Ela me interrompe já com algumas lagrimas rolando.-Só não diga mais nada e vá embora.

Reluto um pouco por não querer deixa-la sozinha depois daquelas lembranças, ouço o carro dos seus pais adentrarem a garagem e resolvo ir. Penso em lhe dar um beijo na bochecha mas só esfrego a mão en seu braço como sinal de despedida.

Depois de conversar um pouco com os pais da lizzy do lado de fora, entro no carro do meu pai e sigo para casa do Alec  que me ouviria desabafar e daria seus otimos conselhos como sempre deu.

°°°

-Lizzy passou por uma situação extremamente dificil Asher, entenda.-Alec diz para mim que estou com a cabeça apoiada em sua perna enquanto ele digita algo no notebook em cima de sua barriga.

-Eu entendo cara, só que ela não se abre sobre isso com nningém, nem com seus pais.-Me sento na cama com as pernas cruzadas assentando ao seu lado.-Sei que foi dificil pra lizzy passar por aquela situação mas eu posso mostra-la que um homem pode a amar ainda. Que ela não é odiada por todas por não ter impedido que sua irmã sofresse aquilo.

-Eu sei que você gosta dela e que ajuda-la, mas temos que nos colocar no lugar da lizzy.

-Eu sei amigo,você tem razão...Tudo tem seu tempo é o que me resta é esperar e ver se o "Tempo" colabora comigo.-Olho para a tela do notebook onde Alec digitava ferozmente.-Ei vai com calma se não vai arrancar o teclado, o que  digitas tanto ai?

-O trabalho de Portugês para amanhã.-Ele me olha por um instante antes de continuar escrevendo.-Não me diga que você esqueceu denovo de fazer um trabalho, Asher?

-Eu to tão ferrado!

-Meu Deus! Já é o quarto trabalho que você não entrega seu idiota.-Alec me desfere um tapa na nuca.-Se focasse nos estudos antes de focar em namorar não estaria nessa situação.

-Não começe a me dar lição de moral Alec!.- Paro para pensar um pouco e vejo que irei ter que apelar pelo meu charme especial: O chantagista!

Desço da cama e vou para o outro lado dela, me ajoelho e seguro a mão esquerda do Alec fazendo minha melhor cara triste.

-Aaaa...não! nem vem!-Ele solta minha mão enraivado.- Essa carinha de cachorro que fez besteira não me conquista mais não!

-Por favor meu docinho de coco!-Beijo sua mão freneticamente.-Eu compro aquela Action Figure do Thanos que você tanto quer se fizer o trabalho pra mim.

-Asher não!-Esbraveja.-Dessa fez vou deixar você se ferrar pra aprender, mas pode deixar que pelo menos na recuperação te ajudo a estudar.

-Me ajuda a estudar?-Contorço o nariz.-Sério?

-Sim, ou tá achando que vou me submeter a fazer todos seus trabalhos novamente para salvar sua pele?-Não falo nada por a resposta ser óbvia e ele ri negando com a cabeça.-Ai meu docinho de coco tu é tão inocente.

-Não te dei permissão de usar meus apelidos, Alec-Subo novamente na cana e apoio os dois joelhos nela, faç minhas mãos ficarem como garras e coloco uma expressão assustadora no rosto.-E agora vai pagar caro por isso....ataque de cócegas!

Pulo em cima dele lhe enchendo de cosquinhas na barriga, o seu ponto fraco. Ele tenta desvincilhar dos meus braços fazendo o mesmo que eu mas seu movimento inesperado nos leva a cair da cama indo de encontro ao chão. Começamos a rir compulsivamente até as risadas cesssarem aos poucos e só restarem olhares perdidos no teto azul marinho do quarto.

-Asher?-Ouço Alec chamar.

-Sim?

-Como será que estaremos daqui quatro anos?-Sua pergunta me deixa calado por um tempo, viro meu rosto que estava próximo ao seu que continha seu olhar inocente de criança.

-Porque exatamente quatro anos?-Indago curioso.

-Sei lá, foi o número que veio a minha cabeça.-Afirma.-Mas voltando a pergunta, o que você acha?

-Sinceramente Alec...-Dou uma breve pausa.-Espero que estejamos bem e felizes com que amamos.

-É...-Ele parece pensar em algo.-Assim eu espero.





Você Não Me Deixa Te Esquecer - romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora