Doce Amargo //Concluída

Não magoe aquele garoto.

-JUNGKOOK! – o grito da alfa ecoou por toda a sala, me fazendo suspirar. -Moleque, venha ajudar sua avó!

-Aish. -corri ate a mesma, a pegando pelo braço. -A senhora está a cada dia mais flácida. -ri.

-Igual a esse seu pinto. Alfa atrevido. – me deu um tapa com a mão livre, seguido de um beliscão. -Quero me sentar, preciso descansar minhas pernas.

-Não deveria nem ter saído de casa, para começar. A senhora está velha e pode morrer a qualquer momento. – a coloquei sentada no sofá.

-Jungkook... – Jimin disse indignado, logo rindo disfarçadamente. Vovó o encarou torto, ela não havia o visto ali.

-Ora... – a velha sorriu. -Que gracinha. -sorriu ainda mais.

Jimin corou e mordeu o lábio inferior, me fazendo suspirar com seu ato.

-Jimin, essa é minha vó, Yang. – o chamei com uma das mãos e ele se aproximou. -Vó, esse é o Jimin. Ele....ele...é...

-Seu novo brinquedinho... – ela riu descaradamente. -Seu safado.

-Vó! – dei um tapa em minha própria testa, após ver Jimin arregalar os olhos. -Não diga essas coisas.

-Ele é um ômega lindo, tem os olhos lindos. – a ômega suspirou. -E seus olhos estão roxos, Sr.Jeon.

-Vó... – suspirei.

-Sempre ansiei por este dia. O dia em que você encontraria seu verdadeiro amor. – sorriu. -Você me parece ser um bom rapaz, Jimin.

-Ah...eu... -Jimin ajeitou os cabelos, nervoso. -É um prazer conhecer a senhora.

-Você é de onde, meu anjo? -revirei os olhos, sabia que a mais velha começaria um interrogatório.

-Bom, eu nasci em Busan... – suspirou. -Mas...aconteceram algumas coisas que me fizeram vir parar em Seul. Eu trabalho na cafeteria da minha vó ali em baixo.

-Você é neto daquela velha mau amada? – arregalei meus olhos.

-VÓ! – gritei.

-Não de sangue....ela, só cuidou de mim. -sorriu fraco.

Eu nunca havia procurado saber mais do ômega. Mas uma enorme curiosidade tomava conta de mim. Mas eu não iria me meter na vida alheia, ainda mais pelo mesmo parecer triste ao falar disso.

-Vocês dois estão juntos? Estão namorando escondidos da vaca da Somi? -a mais velha perguntou sussurrando.

-Vaca? -Jimin achou graça. -A senhora não gosta dela?

-Não. E se vocês estiverem mesmo juntos, torço pra aquela maldita descobrir e meter logo o pé na bunda do Jungkook. – riu.

-Acho que isso já aconteceu. -Jimin sorriu. -Eles meio que se separaram.

-Jura Jungkook? – a alfa me encarou. Ela me conhecia bem e sabia quando eu mentia.

-É...nós brigamos e ela foi pra Ilsan. – disse rápido, engolindo em seco em seguida. -Ela...ate levou meu carro.

-Mas vi sua Ferrari lá em baixo. – ela cerrou os olhos.

-Você disse que ela tinha levado as chaves dos outros. – Jimin cruzou os braços.

-É, Jungkook?

-Chave reserva! Eu achei lá em casa. – bufei. -Vó...eu preciso trabalhar.

-Eu também. -Jimin continuava me encarando.

-Jimin, espera. -o segurei pelo braço.

-Se eu souber que está mentindo pra mim...você vai ver do que sou capaz. -bufou e saiu da sala.

-Bem feito, quem mandou ser filho da puta igual seu pai? Se tivesse puxado sua mãe, você seria um anjo. -a alfa me jogou uma almofada. -E traga agua para sua avó.

-Aigoo!

-Reclama....reclama que te jogo desse prédio e te enterro como indigente. – bufou. -Anda logo!

Bufei e saí da sala, indo ate o bebedouro no fim do corredor. Jennie me olhou com um meio sorriso e assim que retornei, me deu língua, feito uma criança. Revirei os olhos e tornei a entrar na sala.

-Senhora Lee Yang Chan, beba sua agua e mete o pé daqui. -a entreguei o copo e me sentei na beira da minha mesa.

-Senhor Jeon Jungkook, vá pra puta que pariu seu pai. – disse e comecei a rir. -Eu não posso visitar meu neto preferido?

-Diz isso porque eu sou o único. – revirei os olhos. -A que devo a honra de sua visita, meritíssima?

-Seu tio Hyun trouxe a esposa pra exames, a ômega embuchou e acha que é doença. -bufou. -O médico dela é daqui.

-E porque não foi com eles? -saí de onde estava, me sentando ao lado da alfa, no sofá.

-Porque você conhece sua tia e sabe que ela é insuportável. – riu. -E prefiro aturar meu neto carrancudo.

-Vó... – a chamei e a mesma me olhou. -Me abraça?

-Jungkook? O que houve? A ultima vez que me pediu isso, você devia ter um onze anos. – riu e fiz bico. -Aigoo... o que está acontecendo?

-Eu não sei... – suspirei ao inalar o perfume forte da alfa mais velha. -Eu... – me aninhei em seu peito.

-É aquele ômega? – assenti. -Você e Somi não se separaram, não é? – neguei e ela suspirou. -Eu só lhe digo uma coisa, não magoe aquele garoto.

-Eu juro que não quero. -bufei.

-Então não faça. Se separe daquela assombração e marque aquele menino. – sorriu. -Eu terei bisnetos lindíssimos.

-Vó... – fiz careta, logo acompanhando a risada que ela havia dado.

Ela estava certa, eu não podia magoar Jimin. Tudo que eu mais queria era me livrar de Somi de uma vez por todas, mas essa era a parte difícil. Se ela não assinasse o divorcio, de nada adiantaria. E eu teria um mês para pensar em algo, um mês para ter cem por cento das ações da empresa nas minhas mãos, para fazer Somi assinar o divorcio e poder dizer que Jimin é meu....oficialmente.

♡◇♡◇♡

♡Jimin♡

Entrei na loja, sendo fuzilado pelo olhar amedrontador de Jin. O beta me acompanhou com os olhos e suspirou, demonstrando sua frustração. Passei por ele e vesti meu avental, correndo para a cozinha e pegando os pedidos para prepara-los. Me assustei com a voz rouca de Taehyung, o que fez meu coração acelerar e quase sair pela boca.

-Onde estava? Você demorou quase uma hora lá. – suspirou. -Jimin eu não quero ser chato, mas você não acha que ta' se entregando rápido demais?

-E você não acha que esta tomando conta da minha vida demais?

Sério, Jimin?

Fechei os olhos ao ver os do meu amigo marejarem. Eu havia sido mau educado e grosseiro. E tudo por conta de um sentimento idiota e inseguro. E de um cara que talvez estivesse me enganando.

-Tae, desculpa. – mordi o lábio, vendo que ele se mantinha firme no mesmo lugar, com os olhos encharcados. -Me perdoa, por favor...não foi por querer. -o envolvi em meus braços.

-Tudo bem. – fungou. -A gente precisa conversar. -me empurrou de leve. -Não posso adiar mais.

-Pode ser depois? Eu já estou atrasado e a loja está lotada. – fiz bico. – Me perdoa novamente. Va lá pra casa hoje e conversamos sobre o que você quiser.

-Jimin... – vi uma lagrima descer por seu rosto e meu coração se apertou. -Eu preciso ...

-Tae...me desculpa, eu juro que não fiz por mal. Você sabe que eu ando aéreo a tudo e nunca te trataria assim por querer...

-Não é isso... – fechou os olhos e cerrou os punhos, mordendo o lábio em seguida -Eu to'...

-Ta irritado? Olha eu sei, mas a gente precisa trabalhar e ....

-ME DEIXA FALAR! – gritou, me assustando. Consenti, calado. -Eu ....estou esperando um filhote.

-É o que?