Eu não queria ter me tornado quem eu mais odiava.

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"Droga de coração idiota"

Ficamos o caminho todo em silencio. Um silencio absurdamente irritante. Seus dedos batucavam no volante, enquanto a musica na radio tocava animadamente. Suspirei ao entrar na minha rua e passei as mãos por minhas coxas, limpando um pouco do suor acumulado ali.

-Pare na casa verde. – pedi, apontando para a residência depois da arvore.

-Entregue... – sorriu.

-Obrigado. – disse de modo rápido e levei a mão ate a porta para abri-la.

Meu corpo paralisou ao sentir as mãos grandes segurarem meu pulso. O encarei, sustentando seu olhar faminto para mim, dando uma breve mordida no lábio inferior, o que o fez suspirar. Levei minha mão ate a sua e fiz menção de tirar, mas meu pulso foi segurado com mais força.

-Me...me deixe ir. – minha voz soou baixa. Me martirizei por tal ato.

Fui puxado bruscamente , tendo nossos rostos próximos, impedindo ate mesmo que minha respiração tivesse espaço para circular.

-Seu cheiro... – fechou os olhos e passou o nariz por meu pescoço. -Tao bom...

Por um momento pensei em arrancar minhas roupas e me entregar pra ele ali mesmo, naquele carro, na porta da minha casa. Mas eu ainda tinha um pouco de juízo e resolvi usa-lo.

-Preciso ir. – me desvencilhei de seus toques e abri rapidamente a porta do carro.

Minhas pernas estavam bambas. Minhas mãos suavam e um arrepio me subia a espinha. Fui ate o porta – malas puxando a moto lá de dentro, já que a mesma era um modelo pequeno. A estacionei no jardim e parei em frente a porta. Ele ainda me encarava. Deu um breve aceno com a cabeça e buzinou, dando a partida em seguida.

Meu coração parecia querer saltar do meu peito. Levei a mão ate o local e apertei, dando um curto sorriso.

-JIMIN!

Me assustei com o grito de Jin, que havia aberto a porta sem que eu percebesse.

-Entre logo ou eu vou te arrastar pelos cabelos. – rosnou.

-Aish. – coloquei o capacete no suporte ao lado da porta e levei a mão ao bolso, retirando as chaves e o remédio.

-Se eu não tivesse achado outra cartela do remédio de pressão, a vovó estaria sendo velada nesse exato momento. – cruzou os braços.

-Aigoo , Jin Hyung! – Onde ela está?

-Dormindo... – me seguiu ate a cozinha, sem tirar os olhos de mim. -Quem é?

-Quem é, o que? -arqueei a sobrancelha, parando ao lado da escada.

-O alfa.

-Que alfa?

-Ora seu...

Saí correndo escada acima, rindo enquanto Jin me chamava no andar de baixo. Tranquei a porta assim que cheguei ao meu quarto e me joguei na cama, após retirar o casaco.

Fitei o teto do pequeno cômodo, o qual haviam algumas estrelas penduradas. Estrelas representando pessoas importantes na minha vida. Cada uma possuía o nome de tal pessoa em seu verso. Sorri. Sorri ainda mais ao lembrar do cheiro de menta que exalava do casaco jogado ao meu lado na cama. Fechei os olhos, lembrando do beijo no banheiro daquele restaurante. Aqueles lábios tão finos e tão quentes. Aquele olhar tão frio mas ao mesmo tempo tão penetrante. O sorriso que ele da disfarçadamente. Mas que é lindo.

Jeon Jungkook.

Advogado.

Dono da maior empresa de advocacia de Seul.

Doce Amargo //ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora