James encarava uma mulher em um vestido vermelho com cabelos castanhos mel, curtos, um rosto delicado, ovalado, pele clara, lábios que davam a impressão de terem sido desenhados e tinha grandes olhos verdes que pareciam terem sido mesclados ao caramelo, ela era perturbadoramente linda e ao mesmo tempo em que era irritante, pois estava o encarando como se tivesse demência.
— Estamos em um impasse!
Ele disse sem humor, sua noite estava miserável, ele não precisava daquela coisinha bonitinha, muito menos do deboche que cruzou toda sua face quando arqueou a sobrancelha.
— O cavalheirismo então morreu?
A voz falsamente doce, com um acento americano, não o enganou, os olhos dela brilhavam indignação, mesmo que velada por toda aquela pose.
— Pelo visto sim...
Ele respondeu seco, a mulher piscou e encarou o copo, antes de franzir o cenho, então antes que James pudesse reagir à criatura empurrou o copo para frente fazendo com que todo o líquido âmbar se derramasse sobre o blazer branco dele.
— Ops!
Foi tudo que ela disse, e a boca odiosa de perfeita formando um bico, enquanto a mulher forjava a mais pura expressão de lástima. James nunca desejou tanto poder apertar as mãos em volta do pescoço de alguém e apertar como queria fazer com aquela desconhecida.
— Sua...
— Por favor, olhe os modos, foi sem querer...
Gisele falou sem quase poder esconder toda a sua satisfação em ter destruído um blazer de abotoação duplo, branquíssimo como a neve. Anteriormente ele parecia um Lorde, todo de branco, somente a gravata em dois tons escuros destoando, no entanto, naquele exato momento parecia que tinha caído em uma poça. A mandíbula dele estava travada, se não fosse pelo som, Gisele poderia até dizer que a ouvia ranger os dentes.
— Não sabe o erro que cometeu.
Ele disse levantando os olhos para encarar os dela. O sujeito devia ter mais ou menos uns um e noventa de altura, era forte, comparada aos um e sessenta oito dela, era grande demais para ser abatido facilmente, mas por sorte estavam em uma festa, então poderia se livrar de um combate, porém era óbvio pela fúria gelada daqueles olhos azuis que ele iria adorar mata-la.
— Me sinto arrasada...
Ela respondeu colocando a mão no peito e franzindo os lábios para baixo, mas aqueles malditos olhos riam dele, James definitivamente faria aquela mulherzinha ir para o inferno. Ninguém o fazia de idiota, ou ria dele, ainda mais na frente de uma festa inteira, as pessoas já se amontavam. Levantando o rosto ele concordou.
— Também me sinto arrasado.
Isso pareceu a confundir e ele aproveitou, virou para o lado, tomando a taça de champanhe de uma mulher, dois segundos depois sorriu, jogando o líquido no rosto daquele ser feminino hediondo. Adorou vê-la fechar os olhos, levantar as mãos e ficar banhada. Quando o encarou parecia furiosa.
— Seu...
— Por favor, olhe os modos, chumbo trocado é mais que aceitável!
Vitória estava estampada no rosto dele, apesar de não sorrir, porém de alguma forma em seus olhos ela via o quanto se deliciava. Filho de uma puta! Ela dessa vez queria jogar um copo naquele seu rostinho privilegiado, não somente bebida em sua roupa, mas não tinha nada ao alcance, porém achou que seus punhos ou um chute no meio das pernas daquele homem seriam bem-vindos. Gisele deu um passo à frente, pronta para ir atacar, mas foi brecada.
— Gisele... — Benett falou baixo. — Venha comigo, agora!
O tom dele tinha advertência, porém parecia claramente preocupado, ela respirou fundo fitando o enviado do demônio com olhos azuis que ainda esperava uma reação. Todavia, ela recuou, se virando para Benett, aceitando o blazer em que ele colocava em seus ombros, e saindo sem olhar para trás.
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Um Último Golpe
Romance📌DEGUSTAÇÃO [15/09/2020]. 📌 Disponível na Amazon e Kindle Unlimited. Sinopse: LIVRO DERIVADO DE "UMA CRIMINOSA" O mundo era bem ou mal, branco ou preto... Para a maioria das pessoas sim, não para Gisele Lancastter, crescida no submundo do crime el...