Capítulo 3

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Eles tiveram que ir até Condado de Kent, aos arredores de Londres, onde um castelo que agora servia como orfanato para crianças, Gisele não podia dizer que não era um belo gesto, porém sabia que tudo não passava de um ato superficial.

- Estou tentado a rolar na grama com você e levantar seu vestido!

Benett disse enquanto eles caminhavam em direção aos jardins do castelo onde estava organizada a recepção com diversas tendas, e as pessoas impecavelmente vestidas, e sem sinais de crianças, que "curiosamente" eram o motivo daquilo.

- Que pena, para você, que não vai conseguir.

Gisele respondeu sem muito humor para piadas. Está ali era realmente lhe era incomodo, não importava se ela usasse um belíssimo vestido da Prada, floral e fluido, que a fazia parecer o epítome da elegância, ainda sim aquele lugar fazia com que ela se sentisse a menina maltrapilha e suja abandonada da infância. Ela suspirou arrumando uma mexa solta do seu cabelo que balançou com o vento fugindo o coque descontruído que tinha feito.

- Relaxa, vai tudo ficar bem!

Ele sussurrou em seu ouvido, Gisele concordou, porém séria. Seguiram para uma mesa mais ao fundo, pois os convites que Benett tinha conseguido de última hora não eram os melhores, mas era discreta e ainda dava visão para todo o espaço aberto, então ia servia, Deus sabe como ele tinha arrumado aquilo, visto que praticamente não havia espaço naquele lugar.

- É melhor você encontrar logo um motivo para eu estar aqui. - Gisele disse.

- Irei encontrar... - ele puxou a cadeira para ela se sentar. - Estamos na mesa com um ou dois velhinhos, não os assuste, volto com uma bebida em breve!

Gisele se sentou, na mesa ainda vazia, lançando um olhar impaciente para Benett.

- Odeio quando você me informa as coisas em cima da hora.

- Se eu falar tudo antes você me dispensa!

O sorriso patife dele quase a animou. Ele se virou se misturando no meio daquela gente enquanto Gisele ficou ali rezando para que os "velhinhos" tivessem desistido de vir. Ela jogou sua bolsa em cima da mesa sem muita elegância e abrindo, procurado pelo seu celular, encontrou no minuto seguinte, tinha uma mensagem de um número desconhecido, que a fez franzir o cenho.

Sua tratante, some e antes das boas noticias, eu vou casar...

Oliver!

Ela sorriu. O pequeno Oli tinha o "time" perfeito, sua mensagem a animou, deixando-a feliz por ele finalmente ter dobrado a italiana de vez, já sabia que teria de ir a um casamento em breve.

- Deus me odeia!

A voz, na bela entonação britânica, e a frase a fizeram tirar os olhos do celular de imediato, todo seu corpo tenso com o susto, logo em seguida pelo choque. Quem pairava acima dela era o Barão, James Watts, que parecia ter vindo do caminho do labirinto do jardim, onde claramente não havia movimento, assim nem poderia ser notado. Ele vestia um terno cinza, sem gravata, usava óculos escuros retro, parecia muito ­- para não dizer deslumbrante - bem. Gisele tentou recuperar a placidez e colocou um sorriso no rosto, guardando seu celular.

- Eu deveria me ofender?

James queria olhar para o céu e xingar aquela divindade em alto e bom som. Não entendia como estava diante daquela mulher novamente. Ela estava sentada em sua mesa e no primeiro momento tomou um susto, foi claro, mas logo se recuperou, colando aquele sorrisinho debochado nos lábios.

- Saía da minha mesa!

Ela arqueou a sobrancelha, dando evidência aos seus olhos, delineados por um suave traço escuro da maquiagem.

Um Último GolpeOnde histórias criam vida. Descubra agora