Um Último Golpe

Capítulo 1

Saber aproveitar a vida era para poucos; Muitos poucos! Sorrindo ela desceu o pé no acelerador do Maserati GranCabrio e aumentou o som ao toque de "Blue Monday" do New Order. Absorveu a velocidade e o luxo do seu mais novo brinquedinho, a qual um banqueiro foi o provedor. Londres podia estar naquele estado apático – nublada e fechada – porém nada abalava aquele bom humor. Fazendo uma curva fechada e então ela entrou na área reservada de um hotel caríssimo e saiu do carro em seguida, passando pela recepção, arrancando olhares.

— Olá, tenho uma reserva, em nome de Gisele Linsey!

Ou na verdade, Gisele Lancastter, o nome dado era um pseudônimo para manter a identidade real dala sobe sigilo, com o estilo de vida que tinha usar nomes falsos era rotina comum. Ela apresentou a identificação, a moça atrás do balcão piscou antes de por um sorriso no rosto. Gisele pensou que já não era em falta de tempo, afinal ali estava uma cliente especial, a dona da suíte presidencial.

— Ah claro Srta. Linsey, estávamos a aguardando. — ela acenou para um dos empregados. — conduza a senhorita até o apartamento três mil e doze!

O rapaz sorriu e a conduziu, Gisele lhe disse que suas malas chegariam logo, e esperava que fossem instaladas antes dela sair do banho, obviamente deu uma gorjeta generosa. Quando ficou sozinha no espaço luxuosíssimo ela se deixou rir de novo, atravessando a antessala que dividia dois cômodos, o quarto do lado direito e a sala principal do esquerdo que levava até uma sala de jantar. Ela seguiu direto para o banheiro necessitando imediatamente de um bom banho de banheira em sais aromáticos e rosas.

Estava drenada. Teve de ficar em Mônaco por mais tempo do que achou necessário, mas lhe renderam bons frutos, na verdade, boníssimos. Para ser mais exata cem mil dólares, um carro de luxo e várias joias, e claro que poderia ter rendido mais, no entanto, Gisele não estava afim de dormir com ninguém nesse serviço. Estava de bom tamanho o que tinha conseguido apenas com olhares doces e promessas, era bem tolo como o Sr. Carter caiu, um homem vivido devia ter mais experiência, porém a questão era; todos queriam romance, todos queriam encontrar a pessoa perfeita, que se molda em seus sonhos e desejos mais íntimos, por isso quando acham que conseguiram, ficam cegas.

Gisele aproveitou seu banho e meia hora depois saiu, encontrou tudo sua já no armário, a maleta de joias sobre uma mesa, bem como a combinação padrão da senha do cofre ali ao lado. Ela abriu a maleta encarando o colar de esmeraldas que havia tirado do cofre da casa do próprio Carter, com certeza a sua esposa não iria ficar feliz. Guardando as peças e adicionando uma nova combinação no cofre, tinha que dar um tempo antes de se livrar daquelas peças, no entanto, já iria preparar o terreno e falando com alguns conhecidos. O telefone do quarto tocou um momento depois, ela atendeu em seguida.

— Alô!

— Sra. Linsey, há uma pessoa que deseja lhe ver, se identificou como Sr. Shaw.

— Tudo bem, mande subir!

Ela se jogou no sofá esperando, quando escutou uma batida correu para a porta, encontrou a figura de cabelos castanhos raspados bem baixo, olhos azuis e um sorriso amigável, vestindo um terno italiano.

— Pelo visto a colheita foi boa não é mesmo gatuna?

A voz dele tinha um tom provocador, mas saudoso.

— Algo assim, que bom que veio assim que recebeu meu recado... — ela disse e então o puxou para dentro em um abraço. — Senti saudades Benett!

Benett Shaw era o seu parceiro naquela rede de golpistas. Tinham se conhecido em Los Angeles há oito anos enquanto ambos passavam dois empresários amigos para trás, haviam ganhado o suficiente para esbanjar durante quase um ano, claro que pelo caminho eles arrastaram mais golpes, era inevitável quase como respirar para eles, que já haviam sido irmãos, casados, viúvos, namorados, até pai e filha, hoje eram apenas bons amigos e sócios.