Capítulo 34: Mutantes vs Punks

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Bosque da Barra
Rony e Samirinha se encaravam. Uma briga de casal era tudo que os dois menos queriam. O bandido contra a rebelde.
- Quem vai primeiro? - ela pergunta.
- Você. - diz ele com cortesia, a fisgando com seu jeito canastrão.
Samirinha pula em cima de Rony, mas ele desvia do ataque. Ele revida com um tapa nos cabelos da garota, os prendendo em suas mãos.
- Ai! - ela geme.
- Isso dói boneca? - ele puxa mais ainda os cabelos dela.
- Talvez, mais isso aqui dói mais, boneco. - ela responde.
Samirinha pega a mão de Rony e a gira, num golpe que não deixa ele se mexer. Ela dá duas joelhadas no estômago dele e o faz ficar de joelhos, pega seu cajado e o imobiliza.
- Ah! - geme Rony.
- Gostou dessa, boneco? - ela também fica de joelhos, sussurrando no ouvido dele, e de uma forma provocante, ela morde a cartilagem da orelha. Rony sentiu como se fosse cair, seus joelhos ficaram bambos, seus pelos se arrepiaram.
- Ai Sami! - diz Rony.
- Isso dói, meu bandido? - Samirinha fala de novo no ouvido dele, o deixando mais arrepiado.
- Só que isso dói mais. - ele pega Samirinha pela cabeça e da um golpe de luta livre, levando-a ao chão.
Quando os dois se dão conta, a posição era meio estranha, ambos cabeça com cabeça. Samirinha tocou o rosto de Rony, enquanto ele colocava seu peso sobre seus fortes braços, para não desabar sobre ela.
- Então pra você também sou um bandido? - ele diz.
- Você que diz isso, não eu. - ela diz meiga.
- Se sou um bandido, devo ter roubado alguma coisa. - ele fala.
- E você roubou algo de mim. - diz ela.
- O que eu roubei de você? - Rony pergunta.
- Você roubou meu coração. - Samirinha puxa a cabeça de Rony e o beija com fervor. A princípio Rony talvez sofreria alguma coisa já que Samirinha absorveu sua energia cinética duas vezes. Mas dessa vez ela estranhou, já que Rony respondia deliciosamente o beijo.
~sons de passos.
Rony e Samirinha cortam o clima de romance. Alguém encima deles caminhava.
- Não. Aqui não. - diz Rony.
- Será que são os Caveiras? - diz Samirinha.
- Eu não sei, mas eu duvido que eles iriam tão longe só pra vir atrás de mim. - diz Rony.
- Ei calma. Eu tô aqui. Eu posso acabar com eles, ao seu lado.
Rony sorriu com o afeto que a namorada tinha por ele. Mas ele decidiu não envolve-la nisso.
- Sami, essa luta é minha. A última coisa que desejaria pra minha namorada é que ela se machucasse por minha causa.
Samirinha tocou na mão dele e se preparou para defendê-lo.
- Samirinha.
- Rony.
Eram Tati e Eugênio gritando.
- É a Tati. - diz Samirinha.
- E o Eugênio. - completa Rony.
Os dois ficaram pasmos.

No solo de cima, os quatro mutantes andavam pela mata. Mesmo Anjinha que podia ver tudo do alto preferiu pousar.
- Samirinha? Rony? - diz Tati.
De repente Vavá toca em alguma coisa.
- Gente acho que pisei em algo.
- Claro, o chão está cheio de folhas, né? - diz Eugênio.
- Não e isso, é como se eu estivesse pisando num alçapão. - diz Vavá.

No andar de baixo, Rony usava o cajado para abrir a porta do alçapão.
- Não dá. Alguém tá tampando a porta.
Então Samirinha apelou pra garganta, se bem que ela ficaria rouca.
- TATI. EU ESTOU AQUI EMBAIXO. - diz Samirinha
- Essa é a voz da Samirinha. Samirinha onde você está? - pergunta Tati do lado de fora. Então Eugênio deduz que onde Vavá pisava era um alçapão. 
- Vavá. Sai daí.
Vavá deu dois passos pra trás. Anjinha o segurou nos ombros.
Enquanto isso Rony acertava a porta do alçapão com seu cajado. Até que saíram.
- Rony? - diz Eugênio.
- Samirinha? Você está bem? - diz Tati.
- Nós estamos bem, mas precisamos voltar. Temo que a ONG esteja em perigo. - diz Samirinha.
- Como assim? - diz Eugênio.
- Eu explico no caminho. - diz Rony.
Os seis mutantes voltavam pra ONG. Rony explicou o porquê de Samirinha estar tão preocupada, sua origem de bandido, o conflito das duas facções e sobre a ONG correr perigo.
- Está nós dizendo que os mutantes do bem podem estar correndo perigo? - pergunta Anjinha.
- Perigo não é a palavra que eu usaria, Ângela. Eu diria... - fala Rony.
- Nem diga, nós podemos cuidar desses malucos. - diz Tati, o cortando.

ONG Caminhos do Coração
Era quase 23hrs. A favela estava quieta. Todos dormiam. De repente ouvem-se tiros na favela. Toda a comunidade foi despertada de medo, incluindo a ONG. Lá estavam Aquiles o Velocista, Clara, Benjamin filho da Gór e Metamorfo, os pais de Benjamin, Valente e Cris (Iara voltou para o mar para passar um tempo), Beto e Aline mais ainda o robô de Eugênio, Andros.
- O que tá acontecendo? - pergunta Clara em pânico. Benjamin correu para amparar a amiga. Gór e Metamorfo se abraçaram, Cris e Valente armaram a dianteira, criando seus campos de força
A porta da ONG é arrombada. Surgiram então 12 figuras estranhas. Rockeiros com os cabelos espetados de diversas cores. Mas todos vestiam-se de preto e tênis surrados. O líder deles usava uma corrente de ferro e munhequeiras de espinhos.
- Quem são vocês? - pergunta Cris.
- Olha só o que encontramos rapazes. Uma ONG em nossos domínios. - diz o líder.
- Mas chefe, essas pessoas não são comuns. - diz outro.
- Sim meu caro. É uma ONG de mutantes. Que salto esplêndido. Os Caveiras não roubarão nosso prêmio. - diz o líder.
Benjamin, esperto demais, indaga.
-" Nosso prêmio?" Caveiras? Vocês são...?
- Não. Somos a gangue dos Punks. E para que qualquer ONG seja construída aqui no morro, primeiro deviam pedir ao líder dele. Por isso, agora terei que matá-los. E depois destruir tudo.
- Não. Não quero morrer. - diz Clara.
Os Punks ergueram suas armas, mas Cris e Valente os desafiaram.
- Veremos do que são capazes. - diz Cris.

Enquanto isso, os outros seis subiam a favela e toparam com outros Punks.
- Vão a algum lugar? - pergunta um dos Punks.
Imediatamente alguns deles reparam no cajado de Rony.
- Ronald Darkson? - dizem eles.
Isso soou como uma brecha. Rony deu um salto. Tati deu um grito tão alto que quebrou janelas e qualquer coisa feita com vidro. O som era ensurdecedor que todos(liga do bem e Punks) ficaram paranóicos. No entanto isso não afetava Rony que do alto atirou seu baralho como bombas explodindo os Punks.
- Vamos dar o fora daqui. - diz Rony.
- Vavá, vá na frente com Tati e Anjinha. Eu, Rony  e Samirinha vamos atrasá-los. - diz Eugênio.
- Tati, vá. Eu vou ficar bem.
Tati começou a ficar nervosa, e isso era problema. O sistema elétrico deu pânico, as casas sacudiram e todos ficaram com medo.

Os Mutantes: Espírito do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora