33. Dahyun

26.2K 2.2K 932
                                    

Jogo mais alguns pingos de água no rosto de Jimin para ele acordar. Aos poucos, ele vai balançando a cabeça de um lado para o outro e abrindo os olhos. A cara está toda amassada e o cabelo, um ninho de ratos.

— Que porra é essa, Dahyun?! — a voz está mais grossa que o normal. Provavelmente, por ter acabado de acordar.

— Bom dia, princesa! — abro as cortinas e deixo o sol fraco iluminar o quarto.

Jimin coloca um travesseiro na cara e vira para o lado contrário da janela.

— Levanta! Já são nove horas! — puxo seu braço e o mesmo solta um grunhido.

— É sábado, Hyunie! Me deixe dormir, vai? — ele junta as mãos e faz um biquinho.

O método que sempre usa para conseguir o quer. Eu tento ser forte, mas quem não resiste a essa coisinha fofa?

— Está bem! Você tem sorte que a minha mãe ainda não chegou do trabalho.

O loiro comemora e se cobre novamente com o cobertor. Saio do quarto e desço para a sala. Há garrafas de soju e latinhas de cerveja por toda a mesinha de centro. No chão, pratos com restos do macarrão instantâneo que fizemos.

Jimin chegou de surpresa ontem à noite. Eu estava deitada no sofá procurando alguma coisa para ver na televisão e a campainha tocou. Me senti naqueles filmes de terror. Quem estaria na minha porta às três da manhã?

Apesar de ser uma arma inútil, foi a única coisa que pensei em pegar para me proteger: o controle remoto. Espiei pelo o olho mágico e vi Jimin parado na porta com algumas sacolas nas mãos. Deixei ele entrar e começamos nossa "mini festa".

E, agora, aqui estou eu. Vou ter que limpar tudo antes da minha mãe chegar. Ela não sabe que eu trago pessoas para casa quando está trabalhando. Principalmente, meninos. Yerim é a única que pode vir na minha casa a qualquer hora.

Começo separando as garrafas e latinhas para a reciclagem. Recolhendo os pratos do chão, encontro pacotes de salgadinho embaixo do sofá. Não lembrava de termos comido tanto.

Da cozinha, escuto meu celular apitar, indicando uma nova mensagem. Checo quem é pela tela de bloqueio. Minha mãe.

rabugenta
Dahyun, estou saindo do hospital
Chego em 15 minutos
| 09:28 |

É, eu estou oficialmente fodida. Não vai dar tempo de arrumar o resto sozinha.

— Park! — subo as escadas correndo enquanto chamo o garoto. — Eu vou tacar um chinelo daqui se você não acordar agora!

ᴛ ᴇ x ᴛ ᴍ ᴇ

Fazer o Jimin levantar não foi tão fácil, mas em poucos minutos terminamos de arrumar tudo. A sala ficou limpa como antes. Minha mãe chegou e não se importou com a presença de Jimin. Na verdade, até o convidou para ficar e tomar café da manhã.

Enquanto os dois conversam animadamente, eu encho meu prato novamente, repetindo pela terceira vez as rosquinhas doces.

— Dahyun, temos visita, tenha modos! Você está comendo feito um porco!

Não sou eu a culpada. Ela que trouxe comida da minha loja de doces preferida.

Jimin reprime um sorrisinho. Eu o chuto debaixo da mesa e ele solta um grunhido de dor. Garoto abusado.

— Mãe, o Jimin não é mais visita há muito tempo. Ele fica mais aqui do que na casa dele!

— Falando nisso, quero aproveitar que estão aqui juntos e tirar uma dúvida — nos entreolhamos. — Vocês dois estão... namorando?

Jimin engasga com o suco e começa a tossir. Fico de olhos arregalados processando a pergunta. De onde ela tirou isso?

— O quê?! V-Você está ficando caduca, mãe? É claro que não!

— A vizinha me contou que ele passou a noite  aqui. Espero que tenham usado proteção... Eu posso pegar algumas no hospital se quiserem.

Minhas bochechas nunca ficaram tão vermelhas. Jimin não está diferente de mim. Ele me olha desesperado, como um pedido de ajuda, mas só consigo abaixar a cabeça envergonhada.

Mas que situação mais constrangedora! Como ela pode dizer algo assim tão naturalmente?

— T-Tia Eun, n-não é o que você está pensando! Eu e a Dahyun s-somos apenas amigos!

— Não precisam ficar com vergonha! Eu também já fui adolescente.

Chega! Isso já passou dos limites. Me levanto rapidamente, assustando os dois. Puxo o braço de Jimin para ele levantar.

— Acabei de lembrar que você tem compromisso hoje. Certo? — o fuzilo com o olhar e ele concorda. — Que pena, mãe! Outro dia ele volta.

— Até mais, Tia Eun! O café estava ótimo!

Vou empurrando ele até a porta de entrada. Nem dou tempo para o mesmo calçar os sapatos. Fecho a porta assim que ele coloca os pés fora de casa.

— Tchau para você também, Dahyun! — grita de fora.

Agora, toda vez que eu olhar para o Jimin, vou lembrar dessa situação estranha e vergonhosa.

Muito obrigada, mãe.

• ♡︎ •

olar, me segue no tt ae @taesunflowr, quase nunca entro masok

TEXT ME • jungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora