61. Jungkook

19.2K 1.6K 1.8K
                                    

Abro meus olhos depois de muito esforço. Parecem estar grudados com cola. Faço uma careta, sentindo meu maxilar doer. Deve estar roxo para cacete...

O sol quente entra pela fresta da janela, me fazendo desejar não ter acordado. Bocejo por longos segundos enquanto me espreguiço.

Puta que pariu, que dor de cabeça do caralho. Chega de álcool essa semana.

Olhando em volta, percebo que estou no quarto de Taehyung. Sento na cama e esfrego o rosto, tentando espantar o sono.

Novamente, apenas de cueca. Eu sempre paro aqui sem roupa.

Taehyung sai do banheiro enxugando o cabelo com uma toalha. Ele me olha de canto e ri.

— Bom dia, princesa. Já fui dar minha caminhada matinal e você está aí ainda.

— Bom dia — resmungo.

Tae senta na cama e pega um copo d'água na mesinha. Tira uma cartela de remédio — provavelmente, para ressaca — da gaveta e estica os dois na minha direção. Engulo o comprimido de uma vez, saboreando o gosto da água. Minha boca estava seca para tomar algo.

— Jungkook, você está bem? — pergunta num tom preocupado. — Quem te socou?

Flashs bagunçados da noite anterior passam como um filme pelos meus olhos. O bar, a discussão, eu caindo de bêbado dando uma quantidade considerável de socos naquele cara. A garota cuidando dos machucados na minha mão...

Não lembro o porquê de ter começado a treta.

Ah, não... A promessa.

— Eu quebrei a promessa. Fodeu, Taehyung — me jogo na cama, puxando os cabelos com força.

Por que você é assim, Jungkook? Por que faz isso com você mesmo?

— Calma, relaxa! Taca base nisso e pronto.

— Você não entende, porra! — grito estressado. — Estou dando o melhor para provar para o Namjoon que posso cuidar dela! Que eu não sou um cuzão e não vou magoá-la! Mas, de novo, errei.

Prometi para Namjoon que nunca mais, em toda a vida, iria entrar numa briga. E foi por causa daquele dia. O dia em que eu fiquei cego de raiva e muita merda aconteceu. É a coisa que eu mais me arrependo de ter feito: acreditar nas palavras dela e machucar alguém que não estava envolvido.

Também conheci o Park nesse dia, há dois anos. O ódio dele por mim é alimentado desde o erro que cometi.

— O Nam não precisa saber. Minha boca é um túmulo — passa um zíper imaginário.

Sei que é errado não contar... O certo seria assumir e esperar pelo sermão. Porém, se eu fizer isso, tudo vai desmoronar entre mim e a Dahyun.

E eu, definitivamente, não quero perder sua amizade.

— Quem é Yura? — Taehyung levanta meu braço, onde um número desconhecido está escrito à caneta. — Diz que não pegou ela...

Junto as sobrancelhas confuso. Geralmente, não costumo esquecer quando pego ou passo a noite com alguém. Hoje é uma exceção e estou rezando para não ter rolado com a garota.

TEXT ME • jungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora