Capítulo 3.

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— Ok, foi um pouco complicado, mas eu consegui. — Harry disse quando entrou no quarto de Louis no dia seguinte.

— Conseguiu o que? — Louis perguntou franzindo a testa.

— Ontem quando saí daqui eu caminhei pelos corredores e listei cada mínimo obstáculo que você pode ter. Eu fiz um mapa do lugar e usei cola quente para poder ter relevo e você poder ver da sua forma. — Harry explicou tirando o mapa de dentro da bolsa, ele trabalhou a noite toda nele.

— Nossa, isso é muito legal. — Louis disse bastante surpreso.

Ele não conseguia entender porque Harry era tão legal consigo, principalmente quando na maior parte do tempo que estiveram juntos ele não tratou Harry bem.

— Vamos lá, não temos tempo a perder. — Harry disse animado.

Ele e Louis sentaram no chão e começaram a ver o mapa. Em um momento Louis colocou sua mão em cima da de Harry, ele a segurou e olhou para onde sentia a presença de Harry.

— Muito obrigado. — Louis falou com toda a sinceridade que pode, e com toda a gratidão que sentia.

Harry disse que não era nada, mas Louis sabia que ele estava com um enorme sorriso no rosto.

Umas três horas depois, Louis resolveu que queria tentar sair do quarto. Harry havia feito o mapa e tinha estudado com Louis, e a ideia de ele querer sair o fazia muito feliz.

Mas e se Louis batesse em algo? E se ele se machucasse? E se ele odiasse Harry por aquilo? E se ele não quisesse mais falar com Harry nunca mais? E se...

— Harry? — Louis chamou fazendo Harry sair de sua nuvem de paranóias. — Ouviu o que eu disse? — Perguntou.

— Sim, eu só tô preocupado. — Harry admitiu.

— Olha, eu estudei o mapa, e sempre fui bem inteligente, então temos grandes chances de isso dar certo. — Louis disse sorrindo animado.

— E se não der? Você vai voltar a me odiar. — Harry murmurou temeroso.

— Nunca odiei você. Eu não gostava, isso é fato. Mas ódio não. E outra, você deveria estar feliz, sua ideia me fez enfim ter coragem para ao menos tentar. — Louis falou tentando animar Harry.

— Só não quero você decepcionado se não der certo. — Harry murmurou.

— Ok, o lugar mais perto do meu quarto e com menos obstáculos é a recepção, não é? — Louis perguntou para confirmar, Harry concordou. — Então nós vamos até lá e voltamos. Depois vamos até um pouco mais longe, e assim continuamos até eu ter andado tudo. — Louis sugeriu.

— Ok, acho que isso não vai me matar do coração. — Harry disse suspirando depois e Louis riu.

Louis olhou mais uma vez o mapa de seu quarto até a recepção, quando terminou, ele levantou e caminhou até a porta.

Seu corpo tremia, ele estava nervoso, mas ainda sim queria aquilo. Louis nunca aceitou sua vida como era, mas ele sentia que estava na hora de começar. E ao invés de ficar em seu quarto sendo um rabugento, ele deveria tentar sair e socializar. Quer dizer, Harry ia ficar feliz, e Louis gostava de Harry feliz. Mas ele nunca ia dizer isso em voz alta.

Louis então abriu a porta, ele caminhou para fora esticando a mão na frente do corpo por instinto. Virou a esquerda, e seguiu lentamente.

Harry vinha bem atrás dele, atento a qualquer coisa que pudesse estar no caminho e Louis não lembrar.

— Devagar. — Harry pediu ansioso.

— Mais devagar que isso, eu paro. — Louis riu e Harry revirou os olhos.

Demorou um pouco, já que Louis estava inseguro, mas ele conseguiu. Quando entrou na recepção, Claire estava lá, ela abriu seu maior sorriso.

— Olá, menino Louis. — Disse feliz.

— Oi, Claire. — Ele disse tímido.

— Que bom que resolveu me visitar. — Claire murmurou. — Quer sentar um pouco? Nós três podemos tomar um chá e conversar. — Claire ofereceu.

Ela era uma das pessoas que torcia para a melhora de Louis, e agora que o viu finalmente fora do quarto, ela não queria que ele voltasse para lá tão rápido.

— Eu sinto muito, Claire. Mas tenho de ir, já está tarde. Vamos Louis, eu levo você. — Harry disse tocando o braço de Louis.

— Não, eu quero ficar. — Louis disse, Harry sorriu de lado.

Para alguém que antes não queria sair do quarto, agora não querer voltar é um grande passo.

— Mesmo? Tem certeza que pode voltar? — Harry perguntou para confirmar.

— Sim. — Louis balançou a cabeça.

Ele se sentia mais confiante agora. Havia conseguido chegar até a recepção, então ele sabia que poderia voltar para o quarto.

— Eu o ajudo em qualquer coisa. — Claire disse.

— Ok, vejo vocês amanhã. — Harry disse, ele beijou a bochecha de Louis e sorriu para Claire, então saiu.

Claire notando o jeito que Louis ficou tímido pelo beijo, sorriu. — Que pena, não ganhei beijo. — Ela disse fingindo tristeza. E sorriu grande quando viu o sorriso que Louis abriu.

Ele não iria admitir que se sentiu especial com aquela informação.

***

Espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.

The Love Is Blind [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora