Capítulo 2.

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— Oi, oi. — Harry disse entrando no quarto de Louis no dia seguinte.

— Você voltou. — Louis disse, sua voz parecia surpresa.

— Claro que sim. Só vou embora quando você não precisar mais de mim. — Harry disse sentando em uma cadeira próxima a cama de Louis, onde este estava sentado.

— Ok, Nanny McPhee. — Louis disse e Harry riu.

— Eu te trouxe um presente. — Harry disse.

Ele tirou delicadamente a revista de sua bolsa e a entregou para Louis.

— É uma revista em quadrinhos. — Harry disse.

— Ela não está em braille. — Louis disse franzindo a testa.

— Eu sei, vou ler ela para você. — Harry disse a pegando de Louis.

— Não imaginou que eu sabia ler e só precisava ter me dado uma em braille para que eu não precisasse de você? — Louis perguntou com raiva.

— Imaginei. Mas aí você ia ler ela e me ignorar. Se eu ler para você, vamos fazer algo juntos. — Harry explicou.

Louis suspirou contendo um sorriso e apenas acenou para Harry começar a leitura.

— É um quadrinho do Homem de Ferro. — Harry disse.

— Gosta dele? — Louis perguntou curioso.

— Sim, ele é bonitão. — Harry riu.

— O Capitão América também. — Louis murmurou.

— É, mas eu prefiro caras morenos. — Harry disse encolhendo os ombros.

Louis ficou com vergonha e corou, Harry riu e começou a ler.

Uma hora depois.

Quando Harry terminou de ler, colocou a revista de lado.

— Gostou? — Harry perguntou.

— É, bem legal. — Louis disse.

— Posso trazer outra amanhã? — Harry perguntou ansioso.

— Não, Harry. Amanhã eu tenho consulta, e não quero você aqui. — Louis disse.

— Mas eu podia vir, eu ia segurar sua mão. — Harry disse sorrindo fraco.

— Não, você é medroso, eu quem ia segurar a sua. Agora você já pode ir. — Louis disse.

Harry suspirou, olhou o relógio vendo que ontem passou dez minutos com Louis, hoje passou uma hora. Era um grande progresso.

— Tudo bem, eu vou. Mas volto amanhã. — E antes que Louis pudesse reclamar, Harry já havia saído.

Quando passou pela recepção, ele foi até Claire.

— Oi, Srta. Claire, posso fazer uma pergunta? — Pediu quando ela o olhou.

— Claro, querido. — Ela sorriu gentil.

— O Louis tem autorização para sair do quarto? — Harry perguntou.

— Tem sim, toda e completa. Mas ele não sai, nem mesmo para pegar sol. Acho que ele nem se aproxima da janela que tem em seu quarto. — Ela suspirou triste.

— Tudo bem, eu vou ver isso com ele. — Harry sorriu, se despediu e foi embora.

No dia seguinte.

— Oi. — Harry disse entrando no quarto de Louis.

— Olá, você é? — O médico perguntou curioso, ninguém nunca estava presente quando Louis tinha consulta.

— Eu sou Harry, meio que um amigo do Louis. — Harry disse sorrindo.

— Que bom, sente ao lado dele, pode o trazer conforto. — O médico disse simpático.

Harry sentou ao lado de Louis.

— Oi. — Harry murmurou cutucando Louis com seu ombro.

— Disse para você não vir. — Louis resmungou.

— Eu sei, mas achei que fosse querer companhia depois, então vim. — Harry encolheu os ombros.

— Harry, eu não queria sua companhia antes, e não a quero agora. — Louis disse grosseiro.

Harry olhou para o médico e sorriu fraco, o médico sorriu de volta entendendo o que Harry passava. Ele foi um dos que tentou se aproximar de Louis e não teve êxito.

O médico fazia os exames e anotava algumas coisas em sua prancheta, Harry já estava aflito por não saber o que estava sendo escrito lá.

— Louis? — Harry chamou.

— Que foi? — Louis perguntou.

— Você estava certo. — Harry disse nervoso.

— Sobre? — Louis perguntou franzindo a testa.

— Eu estou com medo. Pode segurar minha mão? — Harry pediu colocando sua mão virada para cima na coxa de Louis.

— Não. — Louis disse pegando a mão de Harry e colocando em outro lugar que não seu corpo.

Harry se encolheu triste, Louis percebeu. E ficou com raiva de si por ter deixado Harry triste.

Louis então tateou a cama até encontrar a mão de Harry e a segurou.

— Não conte para ninguém, vocês dois. — Louis disse e o médico riu e concordou, Harry murmurou em concordância.

Ao final do exame, o médico disse que estava tudo bem, mas Louis deveria sair mais para pegar sol, seu corpo estava em falta com vitamina D.

— Não pode receitar uma pílula? — Louis pediu.

— O melhor remédio que existe é de graça e está lá fora. — O médico disse e se retirou.

— Vou mandar minha mãe comprar essa vitamina. — Louis disse.

— Ou nós podemos só ir lá fora, está um dia lindo. — Harry disse animado.

— Tanto faz, eu não posso ver. — Louis disse com raiva.

Harry suspirou. — Eu não dou uma dentro. — Disse e Louis riu.

— Eu só não quero sair, entende? Não quero ficar batendo nas coisas feito um idiota, e também não quero ninguém me guiando por aí. — Louis disse.

— Então basicamente você quer saber o caminho sem nem ter conhecido? — Harry perguntou confuso.

— Sim. — Louis encolheu os ombros.

— Tá complicado, mas vou ver o que faço por você. — Harry disse. — Te vejo amanhã. — Então, sem pensar, Harry deixou um beijo na bochecha de Louis e saiu.

Louis ficou um pouco chocado por sentir os lábios de Harry em sua bochecha, mas depois sorriu, ele meio que gostava da espontaneidade de Harry.

***

Espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.

The Love Is Blind [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora