— Oi, oi. — Harry disse entrando no quarto de Louis no dia seguinte.
— Você voltou. — Louis disse, sua voz parecia surpresa.
— Claro que sim. Só vou embora quando você não precisar mais de mim. — Harry disse sentando em uma cadeira próxima a cama de Louis, onde este estava sentado.
— Ok, Nanny McPhee. — Louis disse e Harry riu.
— Eu te trouxe um presente. — Harry disse.
Ele tirou delicadamente a revista de sua bolsa e a entregou para Louis.
— É uma revista em quadrinhos. — Harry disse.
— Ela não está em braille. — Louis disse franzindo a testa.
— Eu sei, vou ler ela para você. — Harry disse a pegando de Louis.
— Não imaginou que eu sabia ler e só precisava ter me dado uma em braille para que eu não precisasse de você? — Louis perguntou com raiva.
— Imaginei. Mas aí você ia ler ela e me ignorar. Se eu ler para você, vamos fazer algo juntos. — Harry explicou.
Louis suspirou contendo um sorriso e apenas acenou para Harry começar a leitura.
— É um quadrinho do Homem de Ferro. — Harry disse.
— Gosta dele? — Louis perguntou curioso.
— Sim, ele é bonitão. — Harry riu.
— O Capitão América também. — Louis murmurou.
— É, mas eu prefiro caras morenos. — Harry disse encolhendo os ombros.
Louis ficou com vergonha e corou, Harry riu e começou a ler.
Uma hora depois.
Quando Harry terminou de ler, colocou a revista de lado.
— Gostou? — Harry perguntou.
— É, bem legal. — Louis disse.
— Posso trazer outra amanhã? — Harry perguntou ansioso.
— Não, Harry. Amanhã eu tenho consulta, e não quero você aqui. — Louis disse.
— Mas eu podia vir, eu ia segurar sua mão. — Harry disse sorrindo fraco.
— Não, você é medroso, eu quem ia segurar a sua. Agora você já pode ir. — Louis disse.
Harry suspirou, olhou o relógio vendo que ontem passou dez minutos com Louis, hoje passou uma hora. Era um grande progresso.
— Tudo bem, eu vou. Mas volto amanhã. — E antes que Louis pudesse reclamar, Harry já havia saído.
Quando passou pela recepção, ele foi até Claire.
— Oi, Srta. Claire, posso fazer uma pergunta? — Pediu quando ela o olhou.
— Claro, querido. — Ela sorriu gentil.
— O Louis tem autorização para sair do quarto? — Harry perguntou.
— Tem sim, toda e completa. Mas ele não sai, nem mesmo para pegar sol. Acho que ele nem se aproxima da janela que tem em seu quarto. — Ela suspirou triste.
— Tudo bem, eu vou ver isso com ele. — Harry sorriu, se despediu e foi embora.
No dia seguinte.
— Oi. — Harry disse entrando no quarto de Louis.
— Olá, você é? — O médico perguntou curioso, ninguém nunca estava presente quando Louis tinha consulta.
— Eu sou Harry, meio que um amigo do Louis. — Harry disse sorrindo.
— Que bom, sente ao lado dele, pode o trazer conforto. — O médico disse simpático.
Harry sentou ao lado de Louis.
— Oi. — Harry murmurou cutucando Louis com seu ombro.
— Disse para você não vir. — Louis resmungou.
— Eu sei, mas achei que fosse querer companhia depois, então vim. — Harry encolheu os ombros.
— Harry, eu não queria sua companhia antes, e não a quero agora. — Louis disse grosseiro.
Harry olhou para o médico e sorriu fraco, o médico sorriu de volta entendendo o que Harry passava. Ele foi um dos que tentou se aproximar de Louis e não teve êxito.
O médico fazia os exames e anotava algumas coisas em sua prancheta, Harry já estava aflito por não saber o que estava sendo escrito lá.
— Louis? — Harry chamou.
— Que foi? — Louis perguntou.
— Você estava certo. — Harry disse nervoso.
— Sobre? — Louis perguntou franzindo a testa.
— Eu estou com medo. Pode segurar minha mão? — Harry pediu colocando sua mão virada para cima na coxa de Louis.
— Não. — Louis disse pegando a mão de Harry e colocando em outro lugar que não seu corpo.
Harry se encolheu triste, Louis percebeu. E ficou com raiva de si por ter deixado Harry triste.
Louis então tateou a cama até encontrar a mão de Harry e a segurou.
— Não conte para ninguém, vocês dois. — Louis disse e o médico riu e concordou, Harry murmurou em concordância.
Ao final do exame, o médico disse que estava tudo bem, mas Louis deveria sair mais para pegar sol, seu corpo estava em falta com vitamina D.
— Não pode receitar uma pílula? — Louis pediu.
— O melhor remédio que existe é de graça e está lá fora. — O médico disse e se retirou.
— Vou mandar minha mãe comprar essa vitamina. — Louis disse.
— Ou nós podemos só ir lá fora, está um dia lindo. — Harry disse animado.
— Tanto faz, eu não posso ver. — Louis disse com raiva.
Harry suspirou. — Eu não dou uma dentro. — Disse e Louis riu.
— Eu só não quero sair, entende? Não quero ficar batendo nas coisas feito um idiota, e também não quero ninguém me guiando por aí. — Louis disse.
— Então basicamente você quer saber o caminho sem nem ter conhecido? — Harry perguntou confuso.
— Sim. — Louis encolheu os ombros.
— Tá complicado, mas vou ver o que faço por você. — Harry disse. — Te vejo amanhã. — Então, sem pensar, Harry deixou um beijo na bochecha de Louis e saiu.
Louis ficou um pouco chocado por sentir os lábios de Harry em sua bochecha, mas depois sorriu, ele meio que gostava da espontaneidade de Harry.
***
Espero que estejam gostando.
Até mais,
–K.F.
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The Love Is Blind [L.S]
FanficHarry resolve se voluntariar para trabalhar com pessoas com deficiência visual, e ele é designado para Louis Tomlinson.