Harry acordou se sentindo bem melhor do que no dia anterior. Ele havia colocado na cabeça que tudo o que pensou antes eram paranóias e inseguranças. Louis era seu amigo, e mesmo que voltasse com April, não ia abandoná-lo.
Por isso Harry levantou da cama, tomou banho e café da manhã, e partiu até a clínica para ver Louis. Quando lá chegou, cumprimentou Claire. Ele passou rápido por ela, então não viu quando ela acenou o chamando.
Quando na porta do quarto de Louis, Harry ia entrar direto, como sempre fazia. Mas ele escutou risadas lá de dentro, e então bateu antes de entrar. Quando empurrou a porta, Harry viu April e Louis sentados na cama, conversando e rindo.
— Oi. — Harry disse para chamar a atenção para si.
April acenou para si. E Louis virou a cabeça para a direção que veio a voz de Harry.
— Oi, Harry. April veio me ver hoje. — Louis disse sorrindo grande, ele parecia bem animado com a presença da garota ali.
— Eu disse que vinha. — April falou cutucando a costela de Louis, que riu se contorcendo.
— Bom, eu vejo que já tem sua companhia, então volto outro dia. — Harry disse.
— Tudo bem. — Louis disse não parecendo ligar muito.
Harry sorriu triste e saiu do quarto.
Ele passou correndo novamente pela recepção, desta vez não pela animação de ver Louis, e sim para que ninguém visse as lágrimas que desciam de seu rosto.
Por sorte um táxi passava naquele momento, Harry entrou e partiu até sua casa.
Afinal, suas paranóias estavam certas.
Em casa, Harry subiu correndo para seu quarto. Sua mãe e irmã perceberam que desta vez ele não podia ficar só, e foram atrás.
Anne entrou primeiro, e viu Harry encolhido na cama. Seu corpo tremia. Ela sentou ao lado do filho, que colocou a cabeça em seu colo.
Anne ficou acariciando o cabelo de Harry. Já Gemma deitou ao lado do irmão e o abraçou forte. Os três ficaram em silêncio, permitindo Harry extravasar o que quer que estivesse sentindo de ruim.
Quando as lágrimas foram cessando, Gemma resolveu perguntar se Harry não queria falar sobre o que estava o afligindo.
— Louis encontrou com a ex namorada. Que provavelmente vai perder esse ex na frente. — Harry disse, sua voz embolada.
— Querido, eu sinto muito. — Anne disse.
— Mas Harry, eu acho que ele gosta de você. Por que não confessa seus sentimentos? Talvez ele retribua. — Gemma disse tentando animar o irmão.
— Ele pode ter gostado, mas isso sumiu quando ouviu a voz dela. Vocês não viram como ele reage a ela. Ela é o primeiro amor da vida dele, eu jamais poderia competir com isso. — Harry disse tristemente.
— Mas você ainda é amigo dele, não é? — Anne perguntou franzindo a testa.
— Eu fui o ver, e quando vi ela lá, resolvi ir embora. Louis nem ligou em me pedir para ficar, nem que só por educação. — Harry disse frustrado.
— Eu sinto muito. — Gemma falou apertando o irmão mais forte.
Durante toda sua vida ela cuidou do irmão, dando beijo quando ele se machucava, e ficando abraçada com ele quando chorava, como estava agora. Gemma gostaria de poder tirar a dor de Harry e tomar para si, mas ela não podia. Harry, infelizmente, teria de sentir aquilo.
— Podem me deixar sozinho? — Harry pediu baixinho, sua voz rouca de tanto chorar.
— Tudo bem. Eu vou preparar um lanche para você. — Anne disse levantando.
— Eu te ajudo. — Gemma falou para a mãe também levantando.
Elas saíram do quarto e Harry foi pegar seu diário para poder desabafar nele.
"Querido diário,
Eu estou tão triste. Louis reencontrou sua antiga namorada, e isso é bom para ele. Mas para mim, que gosto dele como mais que amigo, é horrível. Ele vai voltar com ela, eu sei disso. E eu vou ficar para escanteio.
Eu achei que ele e eu podíamos ter algo. Pobre garotinho estúpido que nunca aprende."
Era uma pena Harry estar escrevendo aquilo, principalmente depois de ter passado vários dias escrevendo sobre os momentos bons que viveu com Louis.
As coisas não estavam bem, mas sempre podiam piorar.
Pela noite, antes de dormir, Harry recebeu uma mensagem, era de Louis.
Louis: Meu dia foi incrível.
Harry: Que bom.
Louis: Você nem imagina a melhor parte dele.
Harry: Qual foi?
Louis: April sugeriu que continuássemos de onde paramos. Não é incrível?
Harry: Maravilhoso.
Eu preciso ir dormir.Louis: Oh, tudo bem. Você vem me ver amanhã?
Harry: Não posso, tenho planos com minha irmã.
Louis: Ok, bons sonhos.
Harry não respondeu. Ele virou para o lado e dormiu.
Harry começaria a dormir muito pelos dias seguintes, isso afastava sua dor. Mas ele não poderia viver com essa dor para sempre.
Precisava deixar para trás, para o próprio bem. Mesmo que para isso precisasse não ver mais Louis.
***
Espero que estejam gostando da estória.
Até mais,
–K.F.
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The Love Is Blind [L.S]
Fiksi PenggemarHarry resolve se voluntariar para trabalhar com pessoas com deficiência visual, e ele é designado para Louis Tomlinson.