Capítulo 15.

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Desconhecido: Oi, Harry. Aqui é Charlotte.

Harry: Oi Charlotte. Como conseguiu meu número?

Charlotte: Peguei no celular do Louis.

Harry: Tem algum problema?

Charlotte: Você tá muito ocupado?

Harry: Bom, não. O que houve?

Charlotte: Pode vir aqui na clínica? Louis precisa de você.

Harry: E por que ele mesmo não mandou mensagem?

Charlotte: Porque ele não sabe que precisa do melhor amigo dele.

Harry: Tô chegando.

Harry colocou o celular de lado e suspirou. Para Charlotte ter lhe mandado mensagem o pedindo para ir, devia ser algo sério. E mesmo chateado com os recentes acontecimentos, Harry não podia deixar de ajudar Louis.

Então ele trocou de roupa e saiu de casa. Sua mãe não o impediu, ela sabia como ele se sentia em relação a Louis, então deixou o filho decidir por si mesmo. Harry já era bem grandinho, sabia o que queria.

Harry pegou um táxi e logo estava em frente a clínica. Ele entrou e viu Claire no seu lugar de sempre.

— Oi, Harry. Faz um bom tempo. — Ela disse sorrindo ao vê-lo.

— É, bem... — Harry pensou em uma desculpa.

— Eu sei, querido. — Claire assentiu compreensiva. — Você pode entrar, já é de casa. — Ela sorriu e Harry assentiu.

Parado em frente a porta do quarto de Louis, Harry respirou bem fundo. Era mesmo certo ele estar ali? Harry preferiu pensar naquilo depois. Então ele bateu na porta e lentamente a abriu.

Harry viu Johannah e Charlotte sentadas ao lado de Louis, que parecia imerso em seus pensamentos.

— Harry? — Louis perguntou erguendo a cabeça.

— Sim, como soube? — Harry perguntou confuso.

— Seu perfume é inconfundível. — Louis disse e Harry sorriu.

— Vamos deixar vocês a sós. — Johannah falou levantando, quando passou por Harry, ela sorriu.

— Obrigada por ter vindo. — Charlotte disse e Harry assentiu.

— Posso entrar? — Harry perguntou.

— Você sempre pode. — Louis disse.

Harry então caminhou até Louis e sentou de forma a ficar de frente para ele.

— Sua irmã me disse que precisava de um amigo, o que houve? — Harry perguntou.

— Bom, eu ia reclamar de ela ser linguaruda, mas eu realmente queria você aqui. — Louis admitiu.

— E por que não chamou? — Harry perguntou.

— Achei que estivesse com raiva de mim. — Louis encolheu os ombros.

— Eu estava, um pouco. — Harry confessou.

— Tudo bem, eu não te culpo. Fui um idiota. — Louis suspirou.

— Não foi, você só estava aproveitando com sua namorada. — Harry disse.

— É, estava. — Louis disse com amargura e Harry franziu a testa.

— Tudo bem, quer me contar o que está acontecendo? — Harry perguntou.

— Bom, um pouco depois de eu ter te ligado, o meu médico veio aqui. — Louis disse.

— Hoje não é seu dia de consulta. — Harry disse e Louis comemorou mentalmente Harry ainda lembrar daquelas pequenas coisas.

— Eu sei, mas ele queria me contar uma coisa importante. — Louis disse.

— Que coisa? — Harry perguntou curioso.

— Tem um cirurgia que pode devolver minha visão. — Louis disse.

— Isso é ótimo! — Harry falou feliz.

— Tem um 'porém'. Ela é muito arriscada, e eu posso morrer no meio dela. — Louis disse.

— Isso não é ótimo. — Harry murmurou.

— De toda forma, a escolha é toda minha se devo ou não fazer. — Louis disse em um suspiro.

— É uma escolha bem difícil. Você já falou com April sobre isso? — Harry perguntou.

— Já, por que acha que ela não está aqui? — Louis perguntou com ironia e Harry franziu a testa.

— Eu não entendi, o que está querendo dizer? — Harry perguntou.

— Quando eu falei para April, ela simplesmente disse que não queria ser enfermeira de ninguém, e foi embora. — Louis encolheu os ombros.

— Louis, eu sinto muito. — Harry disse colocando sua mão em cima da de Louis.

— Eu que sinto. Eu fiquei tão feliz com a ideia de conseguir tudo de volta que deixei o que tinha conquistado ir embora. Quer dizer, eu estava saindo na rua, até fui a um jogo, e então minha ex-namorada volta dizendo que quer ficar junto de novo, foi como um sonho se tornando real. Mas eu não percebi que tinha algo muito melhor antes disso. — Louis disse.

— O que? — Harry sussurrou.

— Você. Foi você o tempo todo Harry. Você que chegou aqui com sua aura brilhante e estava todo animado para me ajudar. Eu relutei, mas ainda assim você tentou de tudo para se aproximar e derrubar as barreiras que eu construí para afastar até minha família. Mas para você eu abri os portões, e nem pensei muito. Você foi tão cuidadoso comigo, o tempo todo. Você foi o melhor amigo que eu pude ter, e eu te deixei ir. — Louis suspirou.

— Você não me deixou, quer dizer...

— Deixei sim. — Louis interrompeu Harry. — Eu fui um bobo. Eu não pude enxergar a coisa que qualquer outro cego veria. Eu sabia que sentia, mas quis ignorar. E eu sinto muito ter te machucado, quando tudo que eu deveria ter feito era só ter me declarado. — Louis disse.

— Declarado? — Harry perguntou franzindo a testa.

— Sim, Harry. Eu gosto de você. — Louis disse acariciando as mãos de Harry.

— Gosta? Tipo, gosta, gosta? — Harry perguntou sem acreditar.

— Eu estou apaixonado por você, Harry. — Louis disse.

Harry suspirou, seu coração se enchendo de felicidade.

— Eu também estou apaixonado por você. — Harry disse.

— Mas agora não vale mais a pena. — Louis suspirou.

— O que? — Harry perguntou confuso.

— Harry, não adianta mais eu fazer nada. Perdi April, e não tenho nem chances com você. Acha mesmo que vou te obrigar a ficar com um cego? — Louis perguntou.

— Já chega! — Harry disse alto assustando Louis. — Não vou deixar que fale assim do cara que estou gostando. Ora, que bobagem. Idai que April foi embora? Ela nunca te mereceu mesmo. E pensar que estaria me obrigando a algo? Isso não está em questão. Eu quero ficar com você, eu quis desde o primeiro momento. — Harry disse.

— Mas...

— Sem mas! Você vai levantar dessa cama e parar de sentir pena de si mesmo. E aí vai decidir sobre a cirurgia. — Harry disse.

— Se eu optar por fazer, você também vai me deixar? — Louis perguntou inseguro.

— É claro que não. Estarei ao seu lado, você enxergando ou não. — Harry disse segurando as mãos de Louis.

— Ok, eu não sei onde seu rosto está. Já que sabe onde o meu está, por que não me beija? — Louis perguntou e Harry riu o fazendo.

Tudo estava bem.

***

Espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.

The Love Is Blind [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora