Capítulo 2 - O pesadelo

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Maeve, Jenna, Anna e eu estávamos aquecendo nossos corpos para começarmos a treinar quando Erick passou pela porta e adentrou o ginásio. Eles usava o uniforme da equipe, o mesmo que as meninas e eu usávamos: regata preta e shorts vermelho. Aparentemente ele tinha entrado pro time de ginástica, e vou te contar, ele era espetacular. Erick dava saltos mortais com um atleta profissional, fazia piruetas duplas e até espacate. Decidi parar de babar e voltar ao meu treino, começando com uma reversão para trás, o que é complexo e precisa de muita força na coluna. Quando terminei, reparei que Erick estava me observando de novo, acho que fiquei corado pois ele estava a alguns passos de mim.

Erick: Oi.

- Oi, tudo bem?

Erick: Tudo. Ahn...reparei que você é um excelente ginasta, tá de parabéns.

- Obrigado, você tbm não é nada mal. - respondi. Erick tinha um ar misterioso, um tanto sombrio. Estava surpreso dele ter decidido entrar pro time.

Erick deu um meio sorriso e saiu, enquanto eu tinha ficado lá, processando o que tinha acontecido. Jenna tinha assistido tudo de camarote, e foi a primeira a vir falar comigo.

Jenna: Huuuum, parece que você aprendeu a fazer contato com outras pessoas.

- Fica quieta, Jenna. - disse ainda o observando. - Vou ser sincero com você, o Erick é gato, mas tem algo diferente nele, e não falo de aparência.

Jenna: Como assim? Pra mim ele parece normal. - respondeu olhando-o discretamente. - Deve ser coisa da sua cabeça.

- Pode ser...

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Por ser o primeiro dia de aula, o treino tinha acabado mais cedo, então decidi ir pra casa a pé. Eram 16:00 e já não estava tão quente, o vento era extremamente refrescante. Cheguei em casa e fui direto pro banho, e lá estava eu, complemente nu, sem perceber estava pensando no Erick, me observando, como se tivesse tentando me compreender. Por um segundo imaginei sua boca colada na minha, num beijo quente e calmo, sem pressa para acabar. Quando me dei conta já estava com meu pênis rígido e babando de excitação, e como já estava no clima fiz o que qualquer adolescente normal faria, me masturbei.

Sai do banho renovado e fui deitar um pouco. Eram 17:30 ainda então comecei a assistir The Vampire Diaries. Assisti uns 4 episódios, e lutei pra ver o quinto, mas não consegui e dormi.

No começo estava dormindo bem, entretanto tinha algo de errado. Eu tinha a certeza de que não estava acordado, mas tinha algo me encarando, me assustando, que me fez abrir os olhos e me deixou apavorado. Havia uma figura feminina me fitando, um criatura sombria que fez cada parte do meu corpo se arrepiar. Aquela coisa usava um vestido longo preto todo surrado, seus braços eram extremamente cumpridos e magros, com inúmeras feridas na pele. Mas ficou ainda pior quando olhei em sua face, e senti meu corpo paralisado. Ela não tinha rosto, somente um vazio desesperador, que parecia querer me sugar e me varrer da face da Terra. Tentei me mover, mas era impossível, e me perguntava porque eu não me mexia, e o que iria acontecer.

A criatura deu dois passos em minha direção e senti meu meus braços e pernas doerem, e no momento em que me dei conta, ela estava do meu lado, gritando tão alto que senti que minha cabeça iria explodir. Ao aproximar-se do meu rosto, uma outra figura muito familiar apareceu no meu quarto e chamou sua atenção.  Era um homem, com um manto preto e pele extremamente pálida, e em sua mão direita carregava uma foice enorme. Sem delongas, ele entendeu sua mão esquerda e a criatura sombria se afastou, grunindo em fúria e dissolvendo-se num pó escuro que saiu pela janela e flutuou noite a dentro. Tentei encarar novamente aquele homem, mas já estava sozinho no meu quarto, sem entender o que tinham acontecido. Peguei meu celular e já eram 3:00 da manhã, e só percebi depois que já estava me mexendo novamente.
Levantei da cama e fui ao banheiro, minha camiseta branca estava transparente devido ao suor, tirei-a do meu corpo e lavei meu rosto. No fim das contas, não consegui mais dormir e fiquei até as 5:00 tentando entender aquele pesadelo tão real que me dava calafrios.

Apaixonado pela morteOnde histórias criam vida. Descubra agora