Máscaras

Capítulo Um.

Seungcheol caminhava apressado para a sala de interrogatório, os últimos três dias foram completamente estressantes, após a morte nada comum de Jihoon. Muitas ligações para pessoas que este conheceu, visitas à casa do milionário para procura de pistas, análise de documentos, gravações de câmeras de segurança e fotos dos paparazzis da festa. A principal destas fotos estava agora mesmo em suas mãos e não saíra dali em momento algum, estava quase em obsessão por aquele registro em papel.

Onze homens parados na ante-sala com cadeiras para estes, os mesmos onze da foto com Jihoon durante a festa. Eram muitas opções de culpado para um único assassinato, e Seungcheol tinha certeza de que fora apenas uma pessoa a realizar aquele assassinato.

Na foto, estavam lado a lado, máscaras no rosto e semblantes sérios, exceto por três destes: o próprio Lee Jihoon, Jeon Wonwoo e Lee Chan. Apenas os Lee's não tinham máscaras em rosto na foto, ambos estavam segurando-as de modo a deixar o rosto livre para registro.

Ao chegar na ante-sala, deu uma boa olhada nos rostos de cada um ali, todos bastante próximos do Lee, todos suspeitos, qualquer um deles poderia ser o assassino. Murmurou um "bom dia" seco e impassível, e seguiu para a sala de interrogatório, onde Noh Yoonho, seu assistente, o esperava com um sorriso no rosto e um copo de café em mãos.

— Bom dia, Yoonho. – ditou pegando o copo de café e sentando-se na cadeira atrás da mesa de interrogatório. O garoto vasculhou um pequeno bloco de papel, os olhos do Choi estavam focados em si, apenas aguardando, enquanto bebericava a bebida adocicada.

— O primeiro da lista é Lee Chan, o irmão da vítima. – ditou seguindo com o olhar para o chefe, que assentiu para que este fosse chamar o primeiro acusado. Assim que Yoonho saiu, o Choi se permitiu pensar um pouco sobre o caso, batendo o indicador lenta e ritmadamente sobre o lábio.

Jihoon morreu à meia noite de seu aniversário, o que dá um ar sensacionalista ao assassino. Exatamente à meia noite de seu aniversário, entre o dia 21 e 22 de novembro. O corpo foi encontrado cerca de minutos após o ocorrido, sem sinais de agressão ou estrangulamento, deitado em sua cama com uma rosa vermelha na mão.

Seungcheol acordou de seus pensamentos com o clique da porta sendo trancada. Yoonho sentou-se na cadeira localizada no canto do cômodo, o costumeiro bloco de papel em mãos junto de uma caneta, esperando que o diálogo começasse para fazer suas anotações. Assim que ligou o gravador, Seungcheol olhou demoradamente para o garoto o qual iria interrogar, mal passara dos 18 anos e estava em uma delegacia, suspeito de um assassinato.

— 24 de novembro, ano de 2019. Estou interrogando o senhor Lee Chan, irmão de Lee Jihoon, vítima de um assassinato, na noite do dia 21 para o dia 22 do mês atual – finalizou sua introdução à gravação e passou mais um longo momento apenas analisando o semblante do Lee mais novo. Ele parecia tenso, mas qualquer um estaria se estivesse sendo interrogado, não? – Quantos anos tem, senhor Lee?

— Tenho 20, senhor.

— Onde estava no momento em que o corpo de seu irmão foi encontrado?

Lee Chan pareceu hesitar um pouco antes de responder, os olhos descendo para as mãos unidas em seu colo. Droga, já começara com uma pergunta difícil de explicar, pensou o garoto.

— Estava em casa.

— O senhor foi à festa do seu irmão – não era uma pergunta, mas o Lee acenou em concordância, logo ouvindo o investigador prosseguir – Por que já havia ido embora? Festas desse tipo costumam durar até a manhã seguinte.

— Briguei com meu irmão.

— Brigou. – repetiu assentindo, parou por um instante antes de prosseguir com as perguntas, o silêncio deste aterrorizava o Chan mais do que as perguntas que fazia – Havia alguém com você quando recebeu a notícia da morte?