Capítulo Cinco.

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A chuva caía fraca do lado de fora do pequeno apartamento onde Seungcheol vivia, o barulho das gotículas se chocando contra sua janela era quase terápico, o ajudava a pensar sobre tudo o que vinha acontecendo. Até que tivesse acesso ao testamento, suas maiores suspeitas estavam em Kwon Soonyoung e Lee Chan, a trama dos ex-noivos parecia muito unificada, para não dizer suspeita. Suspirou baixo, revirando os olhos e seguindo para a cozinha, precisava comer urgentemente ou acabaria sem raciocinar direito sobre o seu caso.

Ao erguer o corpo para sentar-se na cama, viu uma figura parada do outro lado da rua através da janela, o capuz cinza e os borrões que a água formava o impedia de distinguir quem era. Mas ele o viu claramente deixar um pacote sobre a calçada em frente a sua e voltar a olhar para si, o Choi apenas saiu correndo do quarto, seguindo um rumo afoito pela escada do hall da pequena pensão em direção à rua. A primeira coisa que conseguiu ver em meio ao clarão de um relâmpago foi um saco plástico do outro lado da rua, esta que atravessou correndo, escorregando brevemente durante o processo pelo asfalto molhado. Abaixou-se, já sentindo a roupa grudar no corpo pela quantidade de água presente, não demorando a pegar o pequeno envelope plástico transparente, havia uma rosa ali.

— Merda... – praguejou baixinho, olhando em volta brevemente e não vendo uma pessoa sequer no meio daquilo, não demorou a voltar para seu pequeno e velho apartamento.

— Estou dizendo, Yoonho, tinha uma pessoa lá, deixou isso e sumiu! – o investigador resmungou frustrado, passando as mãos nervosamente pelos fios enquanto andava de um lado para o outro na sala de interrogatório. Estavam esperando que Boo Seungkwan, melhor amigo da vítima, chegasse para darem início aos interrogatórios do dia, aproveitou a deixa para contar aí garoto o que havia acontecido na noite anterior.

— Ele simplesmente deixou a rosa lá e saiu correndo? – murmurou confuso olhando para o envelope ainda lacrado com atenção, virando vez ou outra na frente do rosto a procura de alguma pista. E encontrou. - Tem um bilhete entre as pétalas.

— Tem o que?! – o Choi tomou-a das mãos alheias em um sobressalto, rasgando a ponta plástica e sentindo um perfume forte, porém característico, de rosas, olhou com atenção antes de puxar o pequeno bilhete escrito em um papel vermelho.

"TGU PGO SK KTIUTZXGX IUS VKXMATZGY ZGU HUHGY"

XXX

Descubra o significado, eu cuido dos interrogatórios sozinho. – disse irritado, saindo para a ante-sala para chamar por Boo Seungkwan. O mais novo não se surpreendeu ao ouvir seu nome ser chamado pelo Choi, já havia sido informado que o seu interrogatório seria o primeiro.

— 25 de novembro, ano de 2019. Estou interrogando o senhor Boo Seungkwan, amigo de Lee Jihoon, vítima de um assassinato, na noite do dia 21 para o dia 22 do mês atual. – ditou sério, os olhos fixos ao olhar confuso e tristonho do Boo – Senhor Boo, poderia me informar qual sua relação com o senhor Lee?

— Somos amigos, desde o colegial. Jihoon e eu nos aproximamos rápido, acabou que durou até... Bem... Até aquilo acontecer – sussurrou o fim da frase, os olhos que antes brilhavam com a lembrava agora iam ficando opacos. Seungkwan parecia verdadeiramente triste com a morte de Jihoon.

— O senhor trabalha com o quê?

— Ah, eu dou aulas de canto pra crianças – uma sombra de sorriso pareceu iluminar seu rosto ao falar de seu emprego – Trabalho com isso desde que me formei na faculdade, ganho o suficiente pra ter uma vida normal.

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