Real.

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Tradução: Real.

Entorpecido em um telhado
Atearam fogo
Só para me provarem
Estou vivendo em um fio
Entorpecido em um telhado
Atearam fogo
Só para me provarem
Estou vivendo em um fio

BeFoUr, Zayn.

Após passar algum tempo com a Elena e conversar com pessoas que eu nem se quer sabia o nome, fui para o carro do meu pai e o dirigi para casa, sai de lá porque já não me senti confortável diante de tantas pessoas e me incomodei com tanta atenção, ...

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Após passar algum tempo com a Elena e conversar com pessoas que eu nem se quer sabia o nome, fui para o carro do meu pai e o dirigi para casa, sai de lá porque já não me senti confortável diante de tantas pessoas e me incomodei com tanta atenção, no geral fui embora porque não estava me sentindo bem. A minha visão estava meio turva e eu os sentia congelando, não literalmente, é claro. Além do mais, sentia pequenas faíscas por todo o meu corpo, eletrizantes e desconfortáveis, eu faltei algumas aulas de biologia, mas tinha certeza que não era um processo da puberdade.

Entrei em casa cambaleando, no decorrer do caminho me senti cada vez pior, tonto, não suportando sustentar meu próprio corpo. Desajeitadamente e derrubando metade da água no processo, coloquei a bebida no copo. Quando fiz o movimento de o levar até a boca, reparei que minha mão tremia, mais do que achei que fosse humanamente possível, o que acabou me fazendo deixar o copo cair, consequentemente o quebrando e uma bela bagunça no chão de presente. Me afastei dos cacos de vidro com o maior cuidado que eu podia ter no momento, a procura de algum pano ou uma pá, casualmente vi o meu reflexo em uma panela disposta sob a pia, meu rosto estava obviamente destorcido, mas ainda assim tive a sensação de que algo estava diferente, mais diferente que o normal, quero dizer.

Forçando os pés a ir em direção ao banheiro, onde poderia sanar minhas dúvidas, me posicionei de olhos fechados, tentando desesperadamente focar minha visão, apoiado na pia que fica de frente ao espelho. Quando me senti pronto abri meus olhos lentamente, torcendo para tudo não passar de mais um dos meus derilios. Sempre odiei estar preso na minha própria mente, mas dessa vez, apenas dessa vez, queria que estivesse mesmo, porque, puta merda...

MEUS OLHOS ESTAVAM CINZAS, ISSO MESMO, CINZAS!!

Eu reconheço que estou muito longe de ser um santo, mas porra, não acho que seja para tanto. Não cuspi na cruz e nem nada do tipo.

Ok, vamos pensar de uma forma lógica, tudo isso poderia ser só um sonho, ou um pesadelo para ser mais exato, sempre é um pesadelo. Meu dia foi estranhamente bom e isso não acontece, não comigo.

Então, jogando para o ar a possibilidade de pensar logicamente, tive um pequeno surto. Simplesmente me pareceu uma boa ideia gritar, então gritei como se estivesse próximo da morte e a essa altura do campeonato não tinha coragem para descartar essa opção.

Me veio a mente uma forma de saber se era ou não um sonho:

- Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove.. -  Contei os dedos das mãos, era assim que eu descobria se era ou não um sonho, neles tínhamos dedos a mais - e dez.

Haviam dez dedos e era real.

Escorreguei pela parede atrás de mim, sentido lagrimas molhando o meu rosto. Pela primeira vez orei para o deus que seja que realmente fosse apenas um sonho.

Minha mente ecova um "merda, merda.." sem parar, cada vez mais alto.

Tudo bem, vamos pensar positivamente. Foi um bom dia, eu tive um pouco de reconhecimeto, resolvi alguns dos meus muitos assuntos pendentes, beijei uma garota indiscutivelmente bonita, entrei para o time, enfrentei algumas das valentonas da escola, uma líder de torcida falou comigo e de bônus me convidou para uma festa. Caralho, meu dia foi estranhamente bom, eu deveria ter desconfiado.

Pensar nisso não me acalmou como achei que faria, me deixou ainda mais apavorado e curioso. Droga de instinto de detetive. Eu estava tendo um ataque de pânico, mas daquela vez estava sozinho, completamente sozinho e o mais estranho era que não me sentia assim.

Eu sempre gostei de ficar sozinho, mas nunca me pareceu certo, sabe?

Acabei me pegando pensando em tudo que vem acontecendo na minha vida e minha mente acabava se voltando a Donovan. A culpa tomou conta de mim, no final a conversa com o Scott mexeu comigo, mesmo que eu nunca fosse admitir em voz alta. Sem sombra de duvidas eu tenho muitos problemas e sinceramente não precisava, e não queria, mais um. Me irrita o fato de que eu não possa respirar fundo e resolver isso de uma maneira responsável, como uma pessoal normal, mas acho que já ficou claro que eu não sou mais uma pessoa normal e isso nem é de agora, é desde sempre.

A palavra suicídio maliciosamente veio na minha mente, em um sussurro.

Mas morrer iria mesmo adiantar? A culpa ainda seria minha, como sempre foi. Porque praticamente tudo o que acontece de errado, sou eu, ou eu estou envolvido.

Não sei os motivos pelo qual estou pensando nisso, porque obviamente não existe momento pior. Acho que estou tão cansado de tudo o que vem acontecendo, durante todos esses anos. As vezes eu me sentia mudo. Como se não tivesse voz. Com a sensação de que mesmo querendo gritar ninguém nunca iria me escutar. Ter plena consciência disso doía.

Me deixei, inconscientemente, me levar por esses pensamentos, eles  preenchiam cada espaço da minha mente, senti meus olhos pesarem e sem conseguir resistir, acabei os fechando. Conhecia essa sensação muito bem, estava desmaiando, o que era bom afinal, já que não queria mais pensar nisso, mas sentia medo pelo o que aconteceria assim que estivesse acordado.

Eu estou fodido, completamente fodido. Ah, droga.

 Ah, droga

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Duarte :)

 Programmed for Turbulence Onde histórias criam vida. Descubra agora