A chegada de Meredith, animou ainda mais a festa de premiação. Todos queriam saber quem era a mulher de vermelho, que chamou atenção assim que pisou no salão principal.
Era a única jovem desacompanhada, a única de vermelho, a única que não se importou com os olhares que recebeu.
Meredith sentiu vontade de rir daquelas pessoas, eram pessoas transparentes, que não conseguiam esconder o que passava por suas cabeças, só de olhar, Mer podia adivinhar o que pensavam.
"Não estou aqui pra isso."
Pensou, se dirigindo até a mesa que foi designado a sua família.
Ao decorrer da premiação, Grey foi se sentindo exposta, estava sozinha na mesa e todos a fitavam curiosos. Naquele momento desejou ter a companhia do pai, ele pegaria na mão dela e diria que tudo daria certo, ela sorriu ao se lembrar do pai, ligaria para ele assim que chegasse em casa.
O momento emotivo da loira não durou muito, seu sorriso se desfez ao se deparar com o rosto sorridente e familiar de Fillipe Shepherd.
Ele estava exatamente como ela se lembrava, os olhos azuis exalavam maldade, o sorriso debochado também marcava presença. Fillipe usava um terno preto e estava acompanhado da mulher e da filha. Grey sentiu vontade de pular no pescoço dele, bem ali na frente de todos, mas se conteve.Ele não merecia uma morte rápida e indolor... Não.
Mer daria a ele uma morte lenta e dolorosa, queria ouvi-lo gritar como Susan gritou, o queria implorando pela vida, como Susan fez. Ele iria sofrer o dobro do que Susan sofreu.
Meredith respirou fundo, na tentativa de organizar as coisas em sua cabeça, e caminhou até onde a família Shepherd estava.
Carolyn Shepherd, mulher de Fillipe, estava muito bonita. Ela vestia um longo bege, que lhe caiu muito bem.
Os cabelos loiros estavam contidos em um coque no alto da cabeça, e ela carregava um olhar de superioridade, como se ninguém ali merecesse de fato sua atenção.
Amélia Shepherd, a filha de Fillipe, estava um pouco mais ousada. Vestia um vestido preto, com uma fenda um pouco mais discreta que a de Meredith, os cabelos curtos e castanhos diferente dos da mãe, estavam soltos. Amélia tinha os mesmos olhos do pai, olhos que Meredith sentiu vontade de arrancar, mas não ia fazer nada contra ela.
_Doutor Fillipe Shepherd?
O homem desviou a atenção de seus colegas de trabalho, e se virou na direção da voz desconhecida. Teve uma imensa surpresa ao ver a bela mulher que estava em sua frente :
_Já nos conhecemos? - perguntou, mesmo já sabendo a resposta.
Ele não seria capaz de esquecer uma mulher como Grey, ela era inesquecível, foi o que ele pensou :
_Não exatamente. - ela respondeu, mostrando um belo sorriso - Sou uma grande admiradora do seu trabalho.
Ele sorriu. Estava com o ego inflado, não era sempre que recebia um elogio de uma mulher tão bela. Mesmo estando ao lado da esposa, o homem não escondia a admiração pela jovem, muito menos os olhares que lançava a ela. Carolyn não se incomodou, conhecia bem o marido e já estava acostumada a dividir a atenção sempre que outra mulher se aproximava :
_Olha, temos uma colega advogada entre nós?
A pergunta não escondeu as verdadeiras intenções de Fillipe.
_Infelizmente não. - ela sorriu novamente, só para ver o olhar babão do homem. - Sou engenheira.
_Pai. - Amélia chamou. Ela já estava se sentindo incomodada, pois o pai não tirava os olhos daquela estranha, parecia não notar que estava ao lado da família - Vamos para nossa mesa?
_Claro minha princesa. - Respondeu carinhosamente - Qual é mesmo o seu nome?
_Meredith - Ela estendeu a mão para ele - Meredith Grey.
Fillipe deu um leve aperto em sua mão, lhe direcionou um olhar significativo e se encaminhou para sua mesa.
Deixando Mer ali, atônita e perdida em seus pensamentos. Ela quis gritar, ao ouvi-lo chamar a filha de princesa, se lembrou de Susan e das histórias que contava, onde Lara era a princesa que vivia feliz pra sempre no final.
A sua realidade estava longe disso, Lara já não era Lara e muito menos princesa, ela não era mais uma menina doce e gentil, não viveria feliz para sempre no final e não se casaria com o príncipe encantado. Não tinha mais espaço para contos de fadas na vida de Meredith.
Ela continuou em pé, no mesmo lugar, observando a mesa da família Shepherd. Eles poderiam se passar por uma família unida e feliz, qualquer um ali via isso, mas só Grey sabia a verdade.
A mulher adúltera, que traía o marido milionário, com o motorista da família.
A filha, a princesinha da casa, fugia para uma comunidade para se entupir de drogas, enquanto os pais achavam que ela estava na faculdade. Fillipe já tinha a vida destruída, pensou, mas ela queria mais, muito mais.
Grey não conseguiu desfazer o nó que subia por sua garganta, não conseguiu segurar o ódio dentro dela.
Ela queria gritar, chorar e bater o pé, como uma criança de cinco anos. Ela queria não ter que sentir todo aquele ódio dentro de si, queria estar feliz como todos os presentes estavam.
Mas não conseguia, não dava para esquecer tudo e seguir a vida. Não, quando seus pais biológicos estavam mortos e Fillipe vivo. Não, quando Amélia cresceu na companhia dos pais, enquanto ela viveu com estranhos.
Meredith amava seus pais adotivos, mas mesmo eles sendo os melhores pais do mundo, não eram os pais dela. E tudo foi por culpa daquele homem.
Quando estava voltando para sua mesa, Meredith acabou trombando com um rapaz, que derramou bebida em seu vestido.
E aquela foi a gota d'água. A cereja do bolo. A faísca que faltava para fazê-la explodir em um choro compulsivo.
Meredith correu até o toalete, não queria que ninguém a visse chorar, ela não queria chorar, mas já não tinha controle sobre suas emoções.
A volta ao Brasil, o encontro com Fillipe as lembranças da mãe... Foi demais para ela.
Grey achou que estava preparada, achou que podia lidar com aquilo tudo, estava enganada.
_Não seja fraca. - Disse com a voz firme.
Olhar seu reflexo no espelho, fez Meredith acordar para o mundo real e sair do mundo da fantasia. A maquiagem borrou seu rosto, a deixando com uma aparência assustadora, era como ela se sentia por dentro, uma pessoa horrível.
Não era a hora de se questionar, nem demostrar fraqueza. O primeiro passo havia sido dado, logo ele estaria comendo em sua mão. Foi isso que a incentivou a retocar a maquiagem, e voltar para a festa.
Era a hora de matar todos os sentimentos bons que tinha, e deixar o ódio tomar o controle. Era a hora da festa!
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REVENGE - G!P
Fanfiction[Concluída]_Por que a deixou viva? - Um dos capangas perguntou. _Ela é só uma criança idiota. - O patrão respondeu, com tom de desdém. - Não vai fazer mal a ninguém. _Errou! - Ela sussurrou sorrindo. Adaptação. Autoria de @Ally_Ligth