Um mês depois
Os ferimentos pelo corpo de Meredith, já estavam cicatrizando, fisicamente ela estava bem... Só fisicamente.
Ela passou um mês entubada em uma cama do hospital, por conta dos ferimentos que arrumou no ato de loucura de se jogar contra a vidraça.
Nesse tempo, ela mal recebia visitas e sempre que um enfermeiro aparecia ela gritava, até ele droga-la e ela dormir de novo.Ela passou grande parte do tempo assim, dopada. Porque só assim o vazio se preenchia e a dor passava.
Ela estava acabada, afundando em uma depressão que sequer sabia de onde vinha. Queria saber sobre Addison, queria falar com a mãe, queria não sentir mais nada... Porém, nada acontecia como ela desejava.
Era só abrir os olhos, que ali estava a dor, o remorso e a culpa e ela odiava sentir aquilo... Era sufocante._Ela matou o meu pai. - Ela ouviu a voz distante.
_Ela salvou a sua vida. - Uma outra interveio.
_Aqui não é lugar de briga. - Falou uma terceira.
Mais alguns barulhos foram ouvidos, mas ela estava bem drogada para perceber o que acontecia ao seu redor.
_Quer que eu agradeça? - Uma voz feminina indagou. - A culpa é toda dela.
Passos ecoaram pelo quarto, seguido pelo som de uma embalagem sendo aberta.
_Quer acabar com isso? - A voz rouca perguntou. - Tome. Enfie essa seringa nela, mande ar pelas veias direto para o coração, vai matá-la sem deixar vestígios. É isso que você quer?
Um silêncio angustiante tomou o lugar.
Meredith ouvia tudo a distância, como se não fosse com ela.
_Não vou fazer isso. - A mulher falou depois do silêncio. - Não sou como ela.
_Você não é metade do que ela é... - A voz rouca rosnou - Eu arrisquei minha vida por você, ela arriscou a vida por você, é assim que retribui?
_Addie, vai com calma. - A terceira voz pediu. - Ela não tem culpa...
_Foda-se! - Addison cortou. - Eu não quero saber de quem é a culpa, só quero que sumam daqui.
_Volto quando se acalmar. - Um rapaz falou.
_Amélia? - Addison chamou. - Quando ela acordar, porque eu sei que vai, quero que fique longe dela. Longe de nós. Entendeu?
_Senão? - Amélia desafiou.
_Eu faço a morte do seu pai, parecer brincadeira de criança perto do que vou fazer com você.
Addison ia visitá-la todos os dias, desde que a mesma havia recebido alta.
Ela não se lembrava de muitos detalhes daquela noite, só se lembrava do tiro, da dor e de ter acordado no hospital uma semana depois.
O ferimento no ombro não foi muito grave, logo ela não demorou para receber alta. Difícil mesmo, foi receber a notícia de que Meredith estava mal.
Soube do que ela fez com Fillipe, e mesmo ela negando, tinha ficado muito assustada com o que viu, quase não acreditou que Meredith havia feito aquilo.
Nos primeiros dias, ela evitou visitá-la, não sabia como iria reagir caso a encontrasse acordada, ele estava apavorada com tamanha frieza. Mas com o tempo, a saudade foi falando mais alto e aquilo passou a ser irrelevante.
Addison se sentou na beirada da cama, como fazia todos os dias, e segurou a mão de Meredith.
A expressão serena em seu rosto, não a enganava, Addison sabia que ela estava sofrendo, podia sentir isso... E era justamente o que ela queria evitar.
Ela queria matar Fillipe, assim Meredith não teria que lidar com toda aquela culpa e remorso... Ela a conhecia, ela era péssima nisso e seu estado era uma boa prova.
_Se você morrer, eu te mato. - Ela sorriu sozinha. - Anda Mer acorda. Chega de se dopar, de se castigar. Deixa eu cuidar de você.
Como sempre, ela permaneceu imóvel. Addison já tinha implorado para pararem com as drogas, mas sempre que chegava no hospital, ela estava dopada. Em parte, entendia o lado da loira, a dor dela, mas não era justo. Ela a queria viva, com os olhos abertos e sorriso no rosto. Tinha sobrevivido por ela, lutou por ela... O mínimo que desejava, era que Meredith fizesse o mesmo.
_Eu estou aqui pra você amor. - Ela acariciou o rosto da loira. - Você prometeu lembra? Uma Grey não quebra promessas. Volta pra mim, me deixa curar suas dores. Eu te amo tanto.
Ela continuou imóvel e Addison teve vontade de arrancá-la daquela cama e levá-la para longe. Um lugar onde ela pudesse se recuperar, não haveria nada que a lembrasse de Fillipe ou do seu lado sombrio. Deus, como Addison queria salvá-la.
_Eu... - A voz saiu fraca, mas foi o bastante para fazer a ruiva pular. - Devia... Matá-la.
Ela sorriu, não foi um simples sorriso facial, mas um sorriso da alma. Sua Meredith estava de volta.
_Meu amor. - Disse depositando um beijo em sua testa. - Eu vou cuidar de você.
_Dói. - Grey choramingou. - Eu... Eu o matei... Sou um monstro...
_Shiiu! - Addie pôs o dedo nos lábios dela, a impedindo de continuar. - Você não é um monstro. Salvou minha vida, até a da ingrata da Amélia...
_Eu gostei. - Confessou. - E eu não queria parar... Eu queria mais, queria vê-lo sofrer eu...
_Não Meredith, eu não vou deixar você se maltratar assim. - A interrompeu. - Você fez o que tinha que fazer.
_Então por que não estou feliz? - Grey questionou. - Por que esse vazio está me corroendo? Por que dói tanto?
Montgomery acariciou seu rosto, tentando acalmá-la. Era isso que ela mais temia, que Meredith fizesse algo que não seria capaz de lidar.
_Dói e vai ficar pior. Isso é porque você é humana. - Disse olhando em seus olhos. - Bizarro seria se não sentisse. Você colocou anos de ódio pra fora, foi ruim até pra você, é normal que se sinta mal, mas vai passar. Eu vou fazer passar.
Ela sorriu melancólica e isso fez sua dor parecer menor. Meredith a amava, mais do que a si mesma e talvez esse amor seria sua cura, ou talvez seria sua perdição. Ela não sabia o que iria acontecer, não tinha planejado aquela parte da vida e não gostava de viver sem planejamento. Porém, a vida estava lhe dando uma nova chance de se reinventar.
Uma chance ruiva,belas pernas, com belos olhos verdes e um sorriso sedutor. Uma chance que poderia não ser segura, mas que ela amava e estava disposta a arriscar.
_Case-se comigo?
addison a encarou com os olhos arregalados e um sorriso divertido no rosto.
_Acho que essa fala era minha. - Falou, voltando a exibir o sorriso que ela tanto amava.
_Meredith Grey não espera atitudes. - Se gabou, sorrindo em seguida. - Eu costumo ir atrás do que eu quero.
_E você me quer? - Sorriu marota.
Grey revirou os olhos, dando um tapa em seu braço não imobilizado.
_Eu te quero mais do que tudo.
Ela se curvou sobre Meredith e lhe deu um beijo. Seus lábios se uniram de maneira majestosa, o beijo era calmo porém cheio de urgência, tinha um leve gosto de saudade, mas era repleto de promessas.
_Eu aceito. - Addie falou, ainda com os lábios contra os dela. -se eu puder usar um terno feminino.
Ela riu e o som de sua risada, aqueceu o coração da ruiva.
O vazio no peito de Grey, ainda não estava completamente preenchido, pelo contrário, mas aquele foi o primeiro passo pra transformar um buraco de saudades, em um recipiente de amor.
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REVENGE - G!P
Fanfiction[Concluída]_Por que a deixou viva? - Um dos capangas perguntou. _Ela é só uma criança idiota. - O patrão respondeu, com tom de desdém. - Não vai fazer mal a ninguém. _Errou! - Ela sussurrou sorrindo. Adaptação. Autoria de @Ally_Ligth