Amélia estava em seu quarto, quando ouviu o porta bater em um estrondo alto. Seu pai havia voltado e pelos gritos que vinham da sala, ele não estava nada feliz.
_Fillipe, por favor. - Carolyn se pôs na frente do marido. - Ela não fez por mal.
_Sai da minha frente. - Disse entredentes. - Vou ensiná-la a não me desobedecer.
Fillipe estava realmente irritado e disposto a dar uma lição na filha. O que deixava Carolyn mais aflita, era o fato de que o marido nunca havia levantado a mão para a filha, mas ele estava fora de si e ela conhecia bem aquele olhar, já tinha sentido na pele o que o homem era capaz, não queria que a filha sentisse o mesmo.
_Que gritaria é essa? - Amélia apareceu no corredor, deixando Fillipe ainda mais nervoso.
Ele empurrou Carolyn para longe, e em dois passos, alcançou Amélia.
Ao contrário do esperado, a menina não tinha o olhar assustado da mãe, pelo contrário, havia um brilho diferente neles, o que para Fillipe foi como uma ofensa.
_Ligou para a polícia. - Ele acusou. - Preveniu aquela vadia. Qual é o seu problema?
Carolyn ainda estava no chão, e encarava a cena com o coração apertado. Amélia era uma menina destemida e até um tanto arrogante, mas ela não teria chances contra a fúria do pai.
_Devia me agradecer. - Ela respondeu. - Eu te livrei de cometer a maior burrada da sua vida.
_Eu só quero o que é meu.
_Não pai, você quer matar aquela mulher. - Disse, endurecendo ainda mais o pai. - Eu não quero um pai assassino, só quis...
Antes que ela terminasse a frase, Fillipe lhe acertou um forte tapa no rosto.
Amélia cambaleou com a força do tapa, mas logo conseguiu se equilibrar. Ela não estava surpresa, já que não era o primeiro tapa que recebia do pai, mas havia sido o mais forte.
_Eu sou o seu pai. - Falou, puxando a menina pelos cabelos. - E você tem que me obedecer.
Em momento algum Amélia reclamou, ou se queixou da agressão do pai. Na verdade, ela já esperava por algo parecido. Fazia tempo que ele estava diferente, agressivo, ela notou a mudança em seu comportamento e sabia que o ato de alertar Meredith, lhe traria consequências.
Shepherd sacudiu a filha e a jogou contra a parede.
Ela sentiu as costas bater contra a parede, e a dor não demorou a aparecer.
Carolyn se levantou e entrou na frente do marido, tentando dar fim aquela barbaridade.
_Para com isso! - Gritou. - Ela é sua filha.
Fillipe deu um soco na mulher, fazendo ela gemer de dor.
_Será que é? - Disse, raivoso. - Você já fodeu com metade da cidade, como vou saber que ela é minha?
Carolyn estava pronta para responder, mas foi interrompida por um novo soco, dessa vez na altura do supercílio.
_Estou cercado de vadias. - Ele gritou, sem parar com os socos. - E vou acabar com todas vocês.
O rosto da Sra Shepherd sangrava e ela logo caiu no chão. A aparência da esposa, não foi suficiente para deter Fillipe, pois ele continuou a desferir pontapés para cima dela.
Os golpes eram fortes, e a mulher sentia o corpo protestar em dor, mas não reclamou. Ela suportou a dor, a surra que recebia, tudo para que Fillipe não desviasse a atenção para Amélia, pois se estava difícil para ela, seria ainda pior para a filha.
_Para! - Amélia pediu, chorando. - Vai matar a mamãe, para!
O homem olhou para ela e sorriu, satisfeito em ver o medo no olhar da menina. Fazia tempo que ele não se sentia tão enfurecido, a última vez que havia se libertado daquela maneira, foi na noite em que matou Susan. Desde então, o ódio estava acumulado nele e aquele era um ótimo momento para libertá-lo.
_Fica quietinha. - Ordenou. - Sua hora vai chegar.
Amélia se encolheu no canto, enquanto chorava e gritava vendo o pai agredir a mãe, sem poder fazer nada.
Fillipe não se dava por satisfeito, queria mais e mais, porém foi obrigado a parar quando viu Amélia abrir a porta e correr pelo corredor.
Ele foi atrás dela e não demorou para alcançá-la.Ele agarrou os cabelos da filha e a arrastou de volta para o apartamento, se lembrando de trancar a porta dessa vez.
Ele jogou a menina contra a mesa da centro, fazendo o móvel se quebrar sob o peso dela.
_Por favor, pai. - Implorou. - Não faz isso.
Fillipe riu e pôs o pé sobre o corpo da filha, empurrando-a contra os cacos da mesa e sorrindo com os gemidos de dor.
_Dói né? - Debochou. - Essa dor era dela, era pra ela estar no seu lugar. Mas você a salvou chamando a polícia.
Ele puxou Amélia, dessa vez pelos braços, a colocando de pé. Suas mãos agarraram com força o queixo dela, mantendo seu rosto imóvel.
_Está vendo isso? - Ele virou o rosto dela na direção da mãe. - A culpa disso, é toda sua. Você quis salvá-la.
De uma hora para a outra, Amélia foi tomada por uma raiva imensa. Raiva do destino que colocou Meredith em suas vidas, raiva de Addison por ter chamado a polícia, de si mesma por ter avisado... E principalmente, raiva do pai por ser um monstro sem coração.
Tomada por essa onde de ódio, Amélia encontrou forças para empurrar o pai, que foi pego de surpresa, e correr para o quarto. Ela aproveitou a confusão de Fillipe, já que ele não esperava ser enfrentado, e se trancou no quarto.
Logo aquilo passaria, e ele ficaria duas vezes mais irritado. Ela precisava arrumar um jeito de pedir ajuda.
_Socorro! - Gritou pela janela. - Alguém ajuda.
As pessoas que passavam pela rua, olhavam para ela com um olhar esquisito e seguiam seus caminhos, como se ninguém a levasse a sério.
Não demorou para Fillipe se recuperar da surpresa, e começar a socar a porta.
_É melhor você abrir essa porta. - Ele ameaçou. - Ou juro que te mato.
Antes de entrar em desespero, Amélia enxergou o telefone em cima da cama e não pensou duas vezes antes de pedir ajuda.
Ligar para a polícia parecia ser a coisa mais inteligente a se fazer, mas ela estava nervosa e com as mãos trêmulas. O pai tentava arrombar a porta, ela não teria tempo de explicar tudo a polícia, então ela ligou para o primeiro número em sua lista de chamadas.
_Por favor, me ajuda. - Implorou assim que a chamada foi atendida. - Ele vai nos matar.
_Calma, explica o que está acontecendo. - A voz pediu do outro lado.
_Meu pai...
Nesse momento, a porta se abriu com certa violência e Fillipe entrou no quarto trazendo sua arma na mão.
_Acabou a brincadeira. - Falou, se aproximando dela.
_Me ajuda, ele vai nos matar. - Disse antes de ser arrastada para fora do quarto.
_Amélia? - A voz chamou. - Amélia o que está acontecendo? Amelia me responde...
Mas nada podia ser ouvido, a não ser os gritos vindo da sala.
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REVENGE - G!P
Fanfiction[Concluída]_Por que a deixou viva? - Um dos capangas perguntou. _Ela é só uma criança idiota. - O patrão respondeu, com tom de desdém. - Não vai fazer mal a ninguém. _Errou! - Ela sussurrou sorrindo. Adaptação. Autoria de @Ally_Ligth