Carlos saiu de casa às 07h30min da manhã de segunda-feira depois de tomar café com seus pais e de uma despedida afetuosa.
Sua mãe ainda estava triste com sua saída, mas compreendia bem a decisão do filho e o abençoou.
Ele tinha passado um fim de semana bem presente com seus pais, ajudou sua mãe nas tarefas de casa e até assistiu a novela com ela. Foi ao mercado com seu pai, e fizeram seus costumeiros momentos de oração em família.
Estava satisfeito com tudo isso.
Também sentiria falta de seus pais, mas estava disposto a trilhar esse caminho.
Após descer na estação quatro, caminhou com sua mochila quase vazia nas costas que continha apenas algumas peças de roupas, produtos pessoais e carteira. Estava de bermuda, camisa gola polo, e sandálias. Queria se misturar na multidão e ser apenas mais um.
Logo uma lanchonete lhe chama atenção.
É simples, mas bem movimentada.
Ele pensa: "é o lugar perfeito!"
E segue para lá.
Ao entrar segue para o balcão, uma garçonete o recebe sorrindo e lhe passa o cardápio desejando-lhe bom dia.
_ Bom dia, Moça! Gostaria de falar com o dono do estabelecimento. Você poderia chama-lo para mim?
_ Posso sim. _ E segue por uma portinha atrás do balcão.
Logo volta com um homem rechonchudo e simpático.
_ Olá, meu rapaz. Tudo bem? _ Estende a mão a Carlos que logo recebe seu cumprimento. _ No que posso lhe ajudar?
_ Gostaria e conversar um instante com o senhor.
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_ Certo... _ Ele diz passando a mão no queixo. _ Então você quer trabalhar pra mim de gratuitamente?
Carlos havia lhe dito que desejava experimentar profissões diferentes para decidir qual caminho seguir.
_ Sim. Isso mesmo, senhor. _ Afirma Carlos.
_ Certo, meu jovem, se você quer isso... No momento realmente não estamos contratando funcionários. Mas já que deseja trabalhar por uma semana totalmente de graça, não lhe posso negar. _ Diz achando graça da proposta do garoto a sua frente. E eles apertam as mãos novamente firmando o acordo.
_ Aqui está o seu cardápio, senhor. _ Carlos atende seu primeiro cliente.
_ Obrigado. _ Responde o homem.
O cliente folheia com atenção enquanto Carlos aguarda o pedido.
Neste momento ele repara nas roupas do senhor a sua frente, ele está vestindo terno e gravata, e tem um jornal em cima da mesa.
_ Quero apenas um café. _ Diz por fim.
Ele assente respeitosamente e sai com o pedido.
Ao virar-se flagra a moça que o atendeu ao chegar à lanchonete, a olha-lo desconfiadamente.
Ele sorri contido e segue até ela.
_ Ele quer uma xicara de café. _ Diz gentilmente.
Ela apenas levanta as sobrancelhas e sai para pegar o café e o entrega a ele.
_ Obrigado! _ Ele diz.
Ela dá de ombros e desvia o olhar.
Carlos acha estranha aquela situação, mas prossegue ao cliente que o espera.
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O Caminho
SpiritualO ensino médio chega ao fim e se aproxima o momento de Carlos dar uma resposta à sua vocação. Ao ver seus colegas seguindo caminhos tão diferentes do seu, ele começa a se sentir inseguro em dar um sim uma coisa tão séria que é a vocação sacerdotal. ...