Capítulo 7: Pintando o caminho

51 10 4
                                    

Tão comovido tinha ficado Carlos com Dona Graça que decidiu voltar para pintar sua parede manchada. Ele não sabia concertar fogões, mas pintar paredes sim, então voltou lá no dia seguinte.

"Tindom"

Toca a campainha e escuta um "já vai" de dentro.

_ Oh, meu Deus é você! _ Exclama Dona Graça feliz com a surpresa.

_ Sim, quis ajudá-la com a pintura da cozinha, Dona Graça. _ E levanta a lata de tinta em suas mãos.

_ Entre meu filho, entre. _ Diz abrindo mais a porta. _ Bem que eu falei que você era um anjo que Deus enviou para mim.

Ele ri.

_ Eu não queria lhe dar trabalho algum meu filho, você já me ajudou muito com suas palavras. _ Diz adentrando a sala.

_ Não foi nada, Dona Graça. Eu disse que estaria aqui para o que precisar não foi?

_ Verdade. _ Ela sorri complacente. _ E eu não diria não, pois adoro sua companhia.

_ Também gosto da sua. _ Diz Carlos sorridente como sempre.

_ Mas antes de qualquer coisa você vai tomar um café comigo. 

Ele assente e senta-se à mesa da cozinha enquanto Dona Graça vai preparar o café.

Engraçado como há pessoas em que se leva muito tempo para a gente gostar, e outras que em questão de segundos se tornam especiais para o resto das nossas vidas. 

Assim era Dona Graça para Carlos. E ele parecia ser assim para ela também.

E passaram o dia assim, ele pintando a parede onde estava o fogão e a senhora lhe contando causos e dando gargalhadas de suas histórias.

Ele aprendeu mais coisas naquele dia do que em todos seus três anos de ensino médio.

Dona Graça era mesmo uma graça!

E Carlos percebeu que muitas vezes a gente pode dar cor à vida de alguém só de se aproximar um pouco mais e deixar-se enxergar mais além.

E já digo que sair da casa de Dona Graça naquele dia não foi nada fácil.

O CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora