O Caminho

Capítulo 5: Contemplando o caminho

As nuvens brancas e espaçadas não conseguem esconder a beleza azul do céu, enquanto Carlos fotografa a paisagem do lago logo abaixo.

O parque está cheio naquele sábado. Já fazem seis dias desde que ele conseguiu o emprego como fotografo, mas hoje é a primeira vez em que vai sozinho para o trabalho.

Durante a semana havia aprendido muito com o senhor Tomás que lhe ensinou a enxergar a beleza presente em cada coisa e assim poder registrá-la.

Carlos estava admirado. Como não havia reparado antes que o mundo era tão belo?! Essas flores pareciam ser agora o melhor cenário do mundo inteiro.

_ Moço. _ Uma voz fininha puxa a barra de sua camisa.

Ele olha para baixo e lá está uma menininha, ela parece ter uns sete a oito anos. Está com um vestido amarelo florido e sapatilhas brancas.

_ Tira uma foto minha? _ Pergunta tímida.

_ Claro! _ Ele olha ao redor. _ Onde está sua mamãe?

_ Está ali. _ Ela aponta na direção da mãe.

Ele se abaixa para ficar na altura dela.

_ Certo! Vamos falar com ela primeiro então tiramos a foto.

_ Tá bom! _ Ela sorri.

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_ Um dia eu quero fazer um book como o das modelos! _ Diz Lara enquanto caminham pela grama em direção a uma pedra lisa perto da lagoa.

_ Você quer ser modelo? _ Ele pergunta.

_ Quero sim! _ Diz animada a menina. _ Quero desfilar nas passarelas. _ Fala desfilando.

_ Olha! E vcê tem o jeito mesmo! _ Carlos exclama incentivando a garotinha.

_ Obrigada! _ Sorri agradecida.

Eles param no lugar em que Carlos achou ser o cenário perfeito: havia uma pedra grande e logo atrás um belo jardim com muitas borboletas.

_ Você pode se sentar naquela pedra, faça a pose que você preferir, ok. _ Diz piscando para ela.

_ Tá bom. _ Ela sobe na pedra, se senta com as pernas cruzadas e coloca a mão debaixo do queixo fazendo pose.

Carlos fotografa a menina enquanto ela muda de pose.

A paisagem atrás dela é mesmo linda. Encantadora!

Mas ele acaba por perceber uma beleza maior bem à sua frente, na própria menininha a sorrir para as fotos.

Ele repara nos tracinhos daquele pequeno rosto e sorri com o seu próprio pensamento.

"Não há paisagem tão bela que expresse tanto a presença de Deus quanto isso."

E isso fica marcado para sempre, como uma foto, em sua memória.