ouço cerca de 2 sons diferentes: o oco da minha mão amputada à bater contra o meu pescoço que emite um eco de existência (eu fui roubada mais uma vez) e também o farfalhar dos meus próprios cílios contra a armadura de plástico que me puseram no rosto, o que é deveras medíocre já que me concederam um buraco para a boca sendo que eu não me alimento de carne animal: definho conforme o andar da carruagem e bifurco o olhar de quem ousa a tocar na minha língua de cobra. há uma máscara sobre meus olhos e há um buraco para o nariz. o carnaval ainda não chegou mas de alguma forma eu acho que minghao ainda é um puta paspalho engraçadão.
princesas medíocres não são rainhas de bateria.
foi nisso que minghao quis que eu acreditasse quando me contou sobre o cântico fervoroso em deleite ao profundo e misericordioso poder de deus. nunca disse uma palavra. contrária. nunca. nunca. nunca.
seus próprios arcanjos jamais lhe contaram a verdade sobre mim, mas eu chorei, chorei e chorei durante duas mil e duzentas noites querendo que deus me trouxesse uma explicação para um sofrimento imortal sendo degustado e respectivamente cuspido aos meus pés como se eu não de fato merecesse viver para poder ver o sol nascendo em minha pele com rachaduras obscuras em fina seda só porque fizeram com que eu acreditasse ser culpada de algo.
e eu ouvi aquele cântico orado durante todos os segundos em que passei trancada mesmo com a fiel certeza de que nada estava errado em relação à cuspir fogo pela boca.
minghao poderia dizer. poderia jurar. poderia cantar aos meus ossos mais uma dezena de vezes até que tudo fosse previamente esquecido.
mas eu estive lá, e sei no que devo acreditar.
consigo tocar o meu reflexo no espelho.
arranco seus globos oculares com o reflexo errôneo da luxúria do homem em constante festa pela alegria de constatar a fúria & submissão & marginalização de uma estrela da morte eterna aos céus divinos. céus estes que não existem.
repita o cântico um milhão de vezes e todas as verdades do mundo se tornarão um amontoado de incertezas e as palavras de um vocabulário solto ao vento desprovido de efeito. de tantos ódios & horrores & terrores... cheguei na tremenda conclusão de que minghao jamais poderia exigir de mim algo em que ele jamais acreditou de verdade.
eu estive lá. eu estive lá.
eu sei.
nós sabemos.
beleza arquitetada pelos olhos do diabo.
milímetros de luxúria & beleza & anos de sussurros e cantos obscenos... eu te amo, xuanyi... eu te amo... para sempre...
luminosidade artificial semelhante ao calor do inferno.
semelhante.
você não consegue sentir o poder debaixo da pele, minghao... simplesmente não consegue...
para de tentar roubar o tesouro enquanto o x apenas muda de direção conforme sua ambição aumenta.
escondo seus mais profanos dialetos sob a minha língua porque nós dois temos consciência da ambiguidade guardada em cada uma de nossas ações.
você pertence às linhas naturalmente traçadas pela biologia em minhas mãos e antes que cave a mais profunda das covas rasas de todo o mundo, tenha certeza de que me matou corretamente.
porque acima de tudo, cadáveres também não são rainhas de bateria, então se for pra matar... o faça com maestria, caso contrário... você morreria por mim? acorrentaria seus pecados em meus pulsos para que o peso de sua própria consciência se reduza à pequena parcela de nojo que sente do mundo ao deslizar seus sapatos lustroso em alvoroço na chuva da cidade suja?
entregaria suas orações ao meu coração sabendo que o diabo ama assistir o ensaio da vingança no camarote do purgatório?
// 𝖒𝖊𝖚𝖘 𝖉𝖊𝖘𝖊𝖏𝖔𝖘 𝖈𝖔𝖗𝖗𝖔𝖊𝖒 𝖆 𝖕𝖊𝖑𝖊 𝖍𝖚𝖒𝖆𝖓𝖆. 𝖊𝖚 𝖓𝖚𝖓𝖈𝖆 𝖉𝖎𝖗𝖎𝖆 𝖖𝖚𝖊 𝖙𝖊 𝖛𝖎 𝖊𝖒 𝖆𝖑𝖌𝖚𝖒 𝖉𝖔𝖘 𝖒𝖊𝖚𝖘 𝖘𝖔𝖓𝖍𝖔𝖘 𝖕𝖔𝖗𝖖𝖚𝖊 𝖘𝖊𝖎 𝖖𝖚𝖆𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖔𝖘𝖘𝖔𝖘 𝖊𝖘𝖈𝖔𝖓𝖉𝖊 𝖉𝖊𝖇𝖆𝖎𝖝𝖔 𝖉𝖔 𝖙𝖗𝖆𝖛𝖊𝖘𝖘𝖊𝖎𝖗𝖔 //

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UNDER THE DEVILISH SKIN
Fanfic[우주소녀 + 세븐틴] beleza arquitetada pelos olhos do diabo. para @wjsnchateau: talvez eu demore muitos séculos até que descubra quantos dos espelhos sagrados eu já quebrei só para que pudesse olhar para o demônio dentro da alma maligna só para dizer que...