Capítulo IV

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"Você é um idiota!"

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"Você é um idiota!"

"Acabou!"

"Como pôde fazer isso?"

"Pensei que me amava..."

Todas essas frases foram ouvidas por Victor em uma briga fervorosa com sua esposa, porém a que mais lhe abalou foi: "De todas as coisas desprezíveis que eu esperava de você em relação ao nosso casamento, me trair seria a última dela, porquê acreditava que você tinha um pingo de respeito por mim".

Eloísa usava uma calça de moletom preta, blusa de alça de um verde bem claro. Seus cabelos estavam amarrados em um coque alto... Estava pronta para dormir. Seu humor dominou toda a casa, deixando o ar pesado e sufocante, as paredes estremeciam com o poder das palavras dela. Estava frio.

O homem apenas ouvia. Deixou que as palavras lhe esfaqueassem.

— Você deveria ter vergonha de voltar para casa e dormir na mesma cama que eu... — Nesse ponto os olhos de Eloísa se enchem de lágrimas e sua voz fraqueja. Como estava perto da mesa, se senta na cadeira e cobre o rosto com as mãos apoiando o cotovelo sobre a superfície de madeira.

Em sua mente, Eloísa revisava todas as atitudes do marido; o comportamento que tinha quando chegava em casa... Não era burra, sabia que tinha a possibilidade de traição por parte dele, mas resolveu não acreditar. Afinal, um relacionamento se constrói a base de confiança. Ver tudo desmoronando lhe machuca e, nesse momento, as lágrimas são o que resta para aliviar a dor.

Victor queria conforta-la. Estava com medo de piorar as coisas...

— Eloísa, não tenha dúvida de que eu amo você. Aquilo foi um momento de fraqueza...

— Você não me ama. Sou seu porto seguro quando cansar de suas aventuras. Não me venha com essa de "momento de fraqueza", invente pelo menos uma desculpa decente! Sei que você é capaz disso, não foi a primeira vez! — Eloísa diz com a voz embargada revendo vários momentos em que alguma mulher estava na presença de seu marido. — Vai dizer eu ela foi a primeira?

— Claro que... — Victor se surpreende quando sua esposa o interrompe.

— Victor, eu não sou burra. Muito menos cega. Por favor, chega... — a última parte sai como um sussurro. Eloísa não conseguia parar de chorar, ficar na presença de Victor só piorava a dor que estava sentindo.

O homem decidiu não falar mais. Não adiantava tentar se explicar. Ainda...

— Eu preciso ficar sozinha. — Nisso, Eloísa se levanta e vai para o quarto trancando a porta.

Deitada na cama, ela se encolhe sentindo uma solidão muito grande. Não tinha a quem recorrer, só queria que alguém a abraçasse e dissesse que está tudo bem.

Naquele momento, não importava se Victor sairia enquanto ela estava no quarto, muito menos se ficasse na sala, mas Eloísa desejou com todas as forças que ele não saísse e odiou o silêncio em que a casa se encontrava. Preferiria um milhão de vezes que ele falasse alguma coisa e eles iniciassem uma discussão do que ficar naquela tranquilidade sentindo o peso dos seus próprios pensamentos. Outras pessoas iriam querer o contrário.

Em Memória a VictorOnde histórias criam vida. Descubra agora