Capítulo II

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A empolgação de Victor desaparece quando entra em casa e não tem sinal de Eloísa

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A empolgação de Victor desaparece quando entra em casa e não tem sinal de Eloísa. Uma hora da ausência de sua esposa foi o suficiente para deixá-lo possesso. Na cabeça de Victor se passava mil e uma situações diferentes para justificar a ausência de sua esposa...

Repassou o dia em sua cabeça e não se lembra em nenhum momento de Eloísa ter comentado alguma coisa sobre ter que sair ou algo do tipo. Nenhuma mensagem, ligação, comentário, insinuação... Nada!

A suposição é uma coisa perigosa e Victor sabe muito bem disso, mas sua mente não parava de pensar na possibilidade de Eloísa estar com outro homem. Algumas vezes era normal sua esposa chegar de uma compra em um supermercado antes ou até mesmo poucos minutos depois de Victor chegar em casa, porém já tinha mais de uma hora que não sabia onde ela estava e isso alimentava cada vez mais sua imaginação.

Começa a andar de um lado para outro sem saber o que fazer, seus pensamentos o deixavam louco, e sente ainda mais raiva por lembrar que Eloísa não tinha celular por motivos bobos que parecia inventar.

Não aguentando mais aquilo, saí de casa indo para o primeiro bar que encontra.

Assim que coloca os pés naquele lugar, o cheiro de cerveja e suor invade suas narinas. Victor não se lembrava da última vez que pisara em um bar, por conta disso, tudo parecia novo. O ambiente fechado e mal iluminado se vê perfeito com seu estado de espírito e chega à conclusão de que todos ali achavam o mesmo.

Uma olhada rápida pelo ambiente foi o suficiente para seu corpo arrepiar por inteiro e perder o ar ao dirigir sua atenção para uma pessoa sentada sozinha em uma mesa. O coração de Victor parecia querer sair pela boca. Era a mulher mais linda que ele já tinha visto... O tempo pareceu parar quando ela o encara de volta erguendo as sobrancelhas... e nesse momento, ele soube o que estava faltando em sua vida.

Nunca tinha visto aquela mulher na vida, não sabia sua personalidade, o som de sua voz, seu sorriso... nada. Mas queria muito descobrir tudo a seu respeito. Parecia que todas suas perguntas sobre não se sentir satisfeito com sua vida seriam respondidas quando a conhecesse melhor. Em nenhum momento desejou tanto uma mulher quanto agora, principalmente por eles nunca terem conversado.

O rosto dela está um pouco avermelhado e o cabelo loiro levemente bagunçado, alguma coisa aconteceu para deixa-la abalada. Os olhos azuis se adaptaram aquele ambiente escuro e hostil ficando de uma cor cinzenta. Ela não parecia incomodada com os olhares maliciosos que eram direcionados o tempo todo em sua direção.

Segundos se passaram, mas pareceram horas, até que Victor anda, estranhamente, devagar até o balcão pedindo uma dose de uísque. Dentre os minutos que estava ali, ficou olhando de relance para a moça na mesa pensando em como abordaria ela. Fazia planos e mais planos em sua mente, porém eles terminavam com ela, supostamente, o chamando de maluco pervertido.

O último gole foi decisivo para ter o impulso de ir até a mesa dela. Victor se senta de frente para a moça e vê-la mais de perto foi como um soco na boca do estômago, mas ele tinha que manter a compostura.

— Provavelmente você deve estar se perguntando: "por que uma mulher como eu está sozinha em bar?" e a resposta é: não é da sua conta. — A frase pegou Victor de surpresa e pareceu que tinha desaprendido a falar — Outra coisa: não vou deixar você pagar uma bebida para mim. Vi o jeito que me olhou quando entrou aqui e não estou a fim de alimentar qualquer esperança que você tenha de dormir comigo. A propósito, se essa for sua intenção, deveria repensar seus conceitos já que você nem me conhece! — ela desvia o olhar para a mão esquerda de Victor sobre a mesa e volta a encara-lo de forma intensa.

— Não tenho intenção de nada. — Foi à única coisa que conseguiu dizer o resto estava tudo bagunçado em sua mente.

— Você mente muito mal. O que você quer? Você não é o primeiro que faz isso e eu estou levemente bêbada e sem paciência para gracinhas — ela apoia os cotovelos na mesa juntando as mãos em volta do copo de cerveja.

— Nada. Realmente não quero nada... É só que hoje tudo está confuso para mim. — Apelo emocional foi a única ideia coerente que passou pela cabeça de Victor.

— Então você quer conversar. — Victor estranhou essa frase não ser uma pergunta — De todos os bêbados aqui presentes, eu sou a última pessoa com quem vai querer conversar.

— A gente pode conversar depois então...

A moça solta um suspiro e pensa por alguns segundos.

— Tudo bem, me encontra amanhã às 22:00 na ponte leste do parque. Não se atrase. E se você der uma de engraçadinho ou for um psicopata querendo me matar eu vou te queimar vivo. — Dito isso ela se levanta e sai do bar.

Aquilo foi tão surreal que Victor ficou parado olhando fixamente para a porta espantado e demorou um tempo até ele se lembrar o porquê tinha ido para o bar. Não se sentia mais bravo com Eloísa, tinha um novo objetivo que estaria lhe esperando no dia seguinte.

 Não se sentia mais bravo com Eloísa, tinha um novo objetivo que estaria lhe esperando no dia seguinte

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